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Visita à Pilsner Urquell (República Tcheca)

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O leitor que acompanha este Blog sabe que, entre o final de março e quase todo abril, estive em mais uma das minhas viagens cervejeiras à Europa. Lá, visitei diversas cervejarias e travei contato com rótulos ainda desconhecidos por estas bandas.

Meu destino principal, conforme falei neste post, foi a República Tcheca, país que percorri da Morávia à Boêmia, em busca da “Pilsen perfeita”. Uma das cervejarias visitadas foi a Pilsner Urquell. Como o nome sugere, “urquell”, em alemão, ou “prazdroj”, em checo, quer dizer “origem”. A Pilsner Urquell é considerada a primeira cerveja do estilo Pilsen a ser fabricada no planeta.

Que história é essa?

Antes de 1840, as cervejas da região tcheca da Boêmia eram como a maioria das demais em toda a Europa, apresentando coloração escura, alta turbidez e qualidade inconsistente. Uma vez que, naquela época, os cristais da região já eram famosos, possibilitando, pela primeira vez, vislumbrar o aspecto visual das cervejas dentro dos copos, o conselho de administração da cidade checa de Plzen (Pilsen, para os íntimos), em 1842, confiou ao mestre cervejeiro bávaro Josef Groll a árdua tarefa de melhorar a breja que até então era produzida por ali.

No mesmo ano, nascia a Plzenský Prazdroj, mais conhecida por seu nome em alemão Pilsner Urquell — já que, espertos, os tchecos logo viram que o nome germânico era bem menos difícil de ser pronunciado do que em seu próprio e quase incompreensível idioma.

Túneis gelados

Observe, no filme, que percorri uma pequena parte do extenso e labiríntico sistema das chamadas cellars, ou galerias subterrâneas da cervejaria centenária. São nada menos que 6 quilômetros de túneis, usados no passado (e até hoje!) para manter a temperatura do ar a cerca de 8 graus Celsius, adequada para a fermentação e maturação das cervejas da família Lager (da qual o estilo Pilsen faz parte).

Observe que o piso das cellars está sempre úmido. Tal se deve ao sistema de refrigeração das galerias que, embora hoje possa parecer arcaico, funciona de fato. Uma grande quantidade de gelo é despejada em uma das galerias com o nível mais alto do solo em relação às demais. O gelo, então, vai derretendo e a água gelada vai escorrendo por todas as galerias situadas um pouco mais abaixo, refrigerando todo o conjunto. Simples e genial.

A visita termina com a degustação da Pilsner Urquell não filtrada e ainda “fresca” (não pasteurizada). Desnecessário discorrer sobre as maravilhas que são aromas e sabores dessa breja…

Amigos, estou de volta! Ao longo dos próximos dias, vou desfiando, por meio de textos e imagens, mais essa viagem cervejeira ao Velho Mundo. Acompanhe!

Após dois anos, a Nova Escola Cervejeira Americana se mostra novamente ao Brasil

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Brejas

Foi na última feira cervejeira Brasil Brau, em 2009, que as lupuladíssimas cervejas artesanais norte-americanas deram pela primeira vez as caras por estas plagas. O frisson foi imediato, e o stand dos gringos durante o evento ficou constantemente cercado por entusiastas ávidos pra sentir o que, na época, se mostrava como uma verdadeira revolução em sabores e aromas.

Dois anos depois da estreia, eles estão de volta. Sob a organização da Tarantino Importadora, aconteceu ontem, 25, evento da Brewers Association (associação de cervejeiros artesanais americanos), com a presença do diretor Bob Paese, o qual trouxe na bagagem dezesseis rótulos inéditos por aqui. O evento deu-se no bar paulistano Empório Alto dos Pinheiros, e reuniu cerca de cem pessoas entre jornalistas, blogueiros, empresários e degustadores.

Mauricio Beltramelli, Bob Paese e Cilene Saorin

Mauricio Beltramelli, Bob Paese e Cilene Saorin

A degustação seguiu um critério lógico definido pela sommelier de cervejas Cilene Saorin. A surpresa, entretanto, foi constatar que, entre as artesanais americanas, a “moda” das brejas hiperlupuladas parece estar dando lugar às cervejas mais ácidas, maturadas em barris de madeira e contendo o fermento brettanomyces nas receitas, fenômeno confirmado pelo próprio Bob Paese em conversa reservada com este escriba.

Eu e o confrade Ricardo Sangion experimentamos todas as amostras — algumas realmente deliciosas, sem deixar de lado a vocação renovadora — e já estamos publicando nossas notas e impressões no Ranking. Enquanto isso, delicie-se com as fotos do evento, que se repetirá hoje, 26, no bar FrangÓ, com algumas poucas substituições de rótulos. As recepções, infelizmente, são somente para convidados.

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St. Patrick’s Day 2011 em Belo Horizonte

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st-patrick-bh-1

Por Marcio Rossi, correspondente especial do BREJAS em Belo Horizonte-BH

Bombou. Isso mesmo, não tinha outra jeito de iniciar esse relato, a festa foi maior e melhor do que poderiam prever os mais otimistas!
O mais interessante é que a coisa andava  apreensiva. Tradicionalmente, essa festa acontece na Rua Andaluzita, em cuja esquina com Av. do Contorno fica o Frei Tuck, um dos pontos de encontro da comunidade cervejeira belorizontina. Às vésperas do evento soube-se que um dos parceiros dos anos anteriores organizara sua festa em outro lugar. Assim, Frei Tuck, Falke Bier e Cervejaria Wals se uniram em um esforço desesperado para garantir o evento aos seus habituais frequentadores. Camiseta, pulseira, barracas, banheiros, area vip, chope verde, música… Um mar de coisas pra resolver. Tudo resolvido. Ao meio dia do sábado 19 de março, o som foi ligado e as bicas começaram a jorrar.
Há males que vêm para bem. Temia-se o esvaziamento da festa com a divisão do público; essa divisão ocorreu, mas de forma positiva e com um quorum espantoso. O público que frequenta o Frei e esteve nas festas anteriores buscava exatamente o que estava sendo oferecido ali: boa cerveja, boa música e gente bonita, tudo isso envolto na tradição dessa festa: as pessoas vestiram verde, tiraram os chapéus dos armários, brindaram à Irlanda. Houve música típica, gente à caráter, muito bom humor. Claro, a ACervA Mineira e Confece estavam em peso, arrastando consigo seus amigos e contribuindo para o movimento. E o inesperado correu. Enquanto eu circulava pela multidão escutava pessoas ao celular intimando seus amigos que estavam em outra festa a virem para a do Frei Tuck e Wals. Resultado, o público foi aumentando, aumentando e depois de lotar a Andaluzita, fecharam uma das principais avenidas da cidade, a Av. do Contorno. Poderia até parecer carnaval, de certa forma o era, mas dificilmente uma festa aberta reúne um público tão seleto.
Luiz Flávio (Frei Tuck) e toda a família Wals (Miguel, Tiago e Zé Felipe) e MArco Falcone (Falke Bier)haviam trabalhado muito nos dias anteriores e correram feito loucos para que o inesperado público fosse atendido da melhor forma. O Frei montou um guichê improvisado para atender o pessoal que estava na rua. O chope verde esgotou-se no final da tarde, mas barris e mais barris de Wals foram trazidos para matar a sede dos convivas. Às dez da noite vc poderia encontrar o Miguel, pai da dupla de irmão de toca a Wals, em pé atrás de uma barraca enchendo freneticamente copos e mais copos de chope que eram avidamente consumidos. Eu não sei o que o Miguel estava pensando, mas acho que a preocupação dele e a de todos que trabalharam tanto era que ninguém ficasse sem ser servido, que ninguém pudesse dizer que naquela festa faltou alguma coisa. E esse esforço é uma coisa que não se encontra em outro mundo senão nesse maravilhoso universo da cerveja artesanal. E viva São Patrício!

Bombou. Isso mesmo, não tinha outra jeito de iniciar esse relato, a festa foi maior e melhor do que poderiam prever os mais otimistas!

O mais interessante é que a coisa andava  apreensiva. Tradicionalmente, essa festa acontece na Rua Andaluzita, em cuja esquina com Av. do Contorno fica o Frei Tuck, um dos pontos de encontro da comunidade cervejeira belorizontina. Às vésperas do evento soube-se que um dos parceiros dos anos anteriores organizara sua festa em outro lugar. Assim, Frei Tuck, Falke Bier e Cervejaria Wals se uniram em um esforço desesperado para garantir o evento aos seus habituais frequentadores. Camiseta, pulseira, barracas, banheiros, area vip, chope verde, música… Um mar de coisas pra resolver. Tudo resolvido. Ao meio dia do sábado 19 de março, o som foi ligado e as bicas começaram a jorrar.

Há males que vêm para bem. Temia-se o esvaziamento da festa com a divisão do público; essa divisão ocorreu, mas de forma positiva e com um quorum espantoso. O público que frequenta o Frei e esteve nas festas anteriores buscava exatamente o que estava sendo oferecido ali: boa cerveja, boa música e gente bonita, tudo isso envolto na tradição dessa festa: as pessoas vestiram verde, tiraram os chapéus dos armários, brindaram à Irlanda. Houve música típica, gente à caráter, muito bom humor. Claro, a ACervA Mineira e Confece estavam em peso, arrastando consigo seus amigos e contribuindo para o movimento. E o inesperado correu. Enquanto eu circulava pela multidão escutava pessoas ao celular intimando seus amigos que estavam em outra festa a virem para a do Frei Tuck e Wals. Resultado, o público foi aumentando, aumentando e depois de lotar a Andaluzita, fecharam uma das principais avenidas da cidade, a Av. do Contorno. Poderia até parecer carnaval, de certa forma o era, mas dificilmente uma festa aberta reúne um público tão seleto.

Luiz Flávio (Frei Tuck) e toda a família Wals (Miguel, Tiago e Zé Felipe) e MArco Falcone (Falke Bier)haviam trabalhado muito nos dias anteriores e correram feito loucos para que o inesperado público fosse atendido da melhor forma. O Frei montou um guichê improvisado para atender o pessoal que estava na rua. O chope verde esgotou-se no final da tarde, mas barris e mais barris de Wals foram trazidos para matar a sede dos convivas. Às dez da noite vc poderia encontrar o Miguel, pai da dupla de irmão de toca a Wals, em pé atrás de uma barraca enchendo freneticamente copos e mais copos de chope que eram avidamente consumidos. Eu não sei o que o Miguel estava pensando, mas acho que a preocupação dele e a de todos que trabalharam tanto era que ninguém ficasse sem ser servido, que ninguém pudesse dizer que naquela festa faltou alguma coisa. E esse esforço é uma coisa que não se encontra em outro mundo senão nesse maravilhoso universo da cerveja artesanal. E viva São Patrício!



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