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Bares que Amamos: BIER MARKT

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Biermarkt

Em Porto Alegre (RS), na Rua Castro Alves, 442.

O casarão é algo sombrio e guarda um irresistível jeitão de cidadezinha do interior da Alemanha. Lá dentro, por entre as escadas que dão acesso às aconchegantes salas, ideais pra se deixar ficar em tempos invernais, serve-se o que há de melhor no mundo cervejeiro.

Você está no Bier Markt, um dos poucos bares exclusivos de cervejas especiais no Brasil, inaugurado há quase um ano pelo amigo blogueiro Pedro Braga, do ótimo blog cervejeiro Trinkt Mehr (traduzida do alemão para o português, a expressão significa “beba mais”).

Este escriba esteve por lá levado pelo burgomestre Sady Homrich, mentor do Projeto Extra-Malte, do qual participara naquela noite havia alguns minutos. Não saberia jamais precisar se foi pela acolhida efusiva, ou pelas belíssimas brejas, ou pelos dois. Acontece que, em poucos segundos, me vi envolvido em uma atmosfera de estalagem medieval, como se todos ali dentro se conhecessem de velhos (será que se conheciam?). Sucumbi. Sinceramente, não sei quando nem exatamente como materializei-me na minha cama de hotel, séculos depois de ter deixado o Bier Markt. Acontece…

Sobre a casa em si, aí vai a ficha: O bar oferece 8 cervejas on tap, sempre armazenadas em um balcão refrigerado expositor (único no RS) de onde saem frescas para o copo do cliente. Lá, por sinal, é o único lugar do Rio Grande do Sul — quiçá, da região Sul — onde se degusta o delicioso chope Colorado Indica. A parte gastronômica conta com os mais tradicionais petiscos alemães, como salsicha bock, brezen, hacker peter, entre outros.

Vá preparado. A pegada é forte…

Clique abaixo para visualizar algumas imagens que consegui captar do Bier Markt, antes que a vida me levasse:

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Bares que Amamos: Mamãe Bebidas

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Mamãe Bebidas

Mamãe Bebidas

Em Belo Horizonte, quem passa no Bairro Floresta seguindo pela Av. do Contorno dificilmente presta atenção no comércio da região, afinal é mais ou menos a mesma coisa que se vê por toda a cidade. Aí, por mero acaso, você resolve parar e abastecer em uma das tantas e barulhentas esquinas locais. Nesse momento é provável que note a publicidade de cerveja e caixas empilhadas ali. Curioso, talvez resolva dar uma conferida na loja ao fundo. Tchram! Você acaba de atravessar um portal para outra dimensão; não está mais em um posto de esquina em uma avenida movimentada, mas acaba de se materializar no paraíso da cerveja, a maior e mais diversificada loja dessa bebida na cidade: Mamãe Bebidas.São mais de 400 opções locais e estrangeiras, desde rótulos comerciais a preciosidades artesanais, muitas delas disponíveis também geladas e prontas para o abate. Há ainda snacks e salgadinhos à disposição de quem deseje consumir sua breja ali mesmo, ou fazer um programa delicioso: enquanto degusta uma de suas favoritas, passear pelas gôndolas conferindo novidades e promoções. Encontra-se ainda kits, taças, copos e canecas de variadas marcas. Atrás da loja tem ainda um depósito de onde saem engradados e mais engradados de cerveja, inclusive gelada.

A história começa em 1997, quando a empresária Ana Carolina Patrus, fundadora e proprietária da loja, adquiriu o posto no local e o rebatizou como Posto da Mamãe em uma referência ao quarentão Posto do Papai, também de sua família. No começo era só combustível. Eis que chega a Copa de 98 e as vendas de bebida começam dentro de um esforço para renovação da imagem local. E assim foi, primeiro expondo junto à bombas, depois aproveitando um velho depósito e enfim uma antiga garagem que deu origem ao atual espaço.

Carol, como é conhecida pelos cervejeiros, conta que em 2006 começou a notar uma crescente demanda por cervejas premium. Avaliou o segmento, apostou no potencial e resolveu investir de forma a preencher essa demanda e aumentar a diversidade oferecida. O movimento aumentou e a loja tornou-se referência para um público exigente, ávido por novidades. A loja possui inclusive parceria com a ACervA Mineira, oferecendo descontos e condições diferenciadas para os fazedores de cerveja, que são também grandes consumidores. Aliás, parece até ponto de encontro, volta e meia os associados se esbarram entre as gôndolas.

Porém, o desafio não é simples. Segundo a empresária, é necessária uma certa ginástica para lidar com as artesanais e premium importadas. Elas chegam com prazo de validade curto, falta apoio para trocas e as margens são apertadas. Driblando uma dificuldade e outra, a coisa vai adiante para felicidade dos consumidores.

Entusiasta da artesanal brasileira, Carol oferece rótulos de micro cervejarias de outros estados lado a lado com as melhores mineiras. Mais que empresária do setor, ela é uma apreciadora de cerveja e revela: “As cervejas da escola belga são as minhas preferidas, mais frutadas e com muitas opções de sabor e aroma, nos permitem harmonizar com quase todos os tipos de refeições. Entre as brasileiras com DNA belga as minhas preferidas são a Wals Tripel e a Vivre, esta ultima que recebi de presente de Natal da Falke é uma cerveja única, espetacular”.

Parabéns à Carol pelo trabalho perseverante em prol da boa cerveja, desejamos sucesso e que seu exemplo possa inspirar empreendedores de todo o país.

Bares que Amamos: BIERKELLER, o mais misterioso do Brasil

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Bierkeller1

Em algum lugar de Porto Alegre (RS).

Nalguma esquina da capital gaúcha, numa noite fria e chuvosa, fui conduzido com pompa e circunstância ao Bierkeller, só conhecido — pelo menos por enquanto — por um seleto grupo de amantes de cervejas especiais. Quem me ciceroneava era o nobre blogueiro Patrick Stephanou, do Telecerveja.

Havia viajado principalmente para participar do projeto Extra-Malte, do burgomestre Sady Homrich, mas o Bierkeller sempre foi minha condição sine qua non em estando em terras gaudérias. Precisava conhecer aquele não-bar, que na verdade é um clube no qual só se entra a convite do proprietário, Vittorio Lewandowski. Mas nada me preparou para as surpresas e estarrecimentos que estariam por vir.

“Não pode divulgar o endereço”, já me admoestava meu amigo Patrick, antes mesmo de chegarmos ao lugar. Aquiesci, Bierkeller3solene, enquanto o carro estacionava numa esquina qualquer de Porto Alegre, na qual eu jamais saberia chegar novamente se estivesse sozinho. O bairro é residencial e, àquele horário, estava absolutamente silencioso. Na rua, vivalma. Na chuva fina, descortinou-se uma porta antiga de madeira, encravada numa parede azulada sem janelas. Nenhuma placa, número ou qualquer outra indicação. Enfim, eu chegava ao Bierkeller.

Não há qualquer senha útil para um “forasteiro” ingressar no pequeno principado de Vittorio Lewandowski. Quem não é frequentador assíduo precisa bater na porta, ao que ele abre uma portinhola e espia pra ver quem é. Se conhecer oBierkeller2 vivente — e nele confiar –, entra. Do contrário, ele simplesmente diz que aquilo ali é casa de família e pronto, manda passear mesmo, sem remorso. “Aqui é só pra quem conhece e respeita a cultura da cerveja”, avisa. Porém, caso você seja admitido como “sócio” do clube do Vittorio — privilégio dificílimo de se obter — o acesso é direto. Basta botar o polegar na fechadura biométrica da velha porta — sim, é verdade, eu vi! –, que sua digital será reconhecida pelo sistema eletrônico e ela se abrirá por encanto, revelando lá dentro um mundo particular, misterioso, soturno, silencioso e feérico a um só tempo. Maravilhoso.

Tudo no Bierkeller é feito para impressionar. Vittorio levou anos para conseguir deixar o bar-clube do jeito que está. Cada item foi conseguido a duras custas, e o ambiente se parece bastante com um museu. Não há canto do Bierkeller onde o olhar não se detenha. Não há detalhe que não possua uma história. No imóvel centenário, o novo visitante tem dificuldade de concentrar-se nas cervejas, de tanto que há pra ver, tocar, experimentar.

No velho balcão de madeira, por entre pães e acepipes à disposição do visitante, se ergue a caixa registradora, antiquíssima, a manivela. Vem daí a chance de assinalar outra marca do Bierkeller: Não há garçons, não há serviço e não há contas a pagar. Quer beber? Vá você mesmo até a geladeira, faça sua escolha entre as centenas de brejas — nacionais, importadas e muitas artesanais gaúchas que você só vai achar por lá — e sirva-se. Fome? Encha o seu prato com as porções de queijos e demais frios no balcão — cada pratinho de “picado” sai a R$ 10. Quer ir embora? Faça você mesmo, mentalmente, a sua conta, vá até a caixa registradora, abra-a e faça o seu próprio troco. Não há fiscalização. Há a consciência e o respeito dos “sócios” e frequentadores do lugar, todos empenhados em preservá-lo desse jeito. “Aqui, é tudo da família”, orgulha-se Vittorio.

Saco minha câmera e ele já vem avisando: “Só não pode mostrar o rosto de quem está aqui!”. A preocupação com o Bierkeller4anonimato dos frequentadores tem uma racionalidade peculiar: Vittorio não quer que sejam reconhecidos para que não sejam assediados por terceiros que quiserem descobrir o lugar. Não se quer clientela no não-bar.

Adentro com o Vittorio e o Patrick lá pra dentro, e as surpresas se sucedem em ritmo vertiginoso. Aqui, uma jukebox original e tocando, um pé de lúpulo, um teto forrado por capas de LP´s, um oratório com santo e tudo. Ali, uma TV do tempo do onça, uma coleção de gravuras dos anos 20, uma geladeira dos 30, uma moedora de café dos 40. Ao fundo do salão principal, uma cristaleira onde os clientes depositam seus copos de estimação para neles beber quando lá estiverem. Desço as escadas, fuço na câmara fria abarrotada de preciosidades brejeiras e eis que… bem, é melhor o leitor assistir com os próprios olhos onde me meto:

Pois então, não é que o castelo do Vittorio tem até passagem secreta? Se eu só falasse ninguém acreditava… Definitivamente, não se sai ileso do Bierkeller. E as lembranças, essas sim, jamais lhe deixarão.

Por final, antes de ver as fotos aí embaixo, um conselho deste escriba: Não faça uma busca pelo Bierkeller. Faça, antes disso, a sua própria busca cervejeira, o seu próprio caminho no entendimento do nobre líquido. Vai chegar a hora certa de o Bierkeller atravessar naturalmente a sua caminhada. Aconteceu comigo…

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