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Viagem às grandes cervejarias da Bélgica – Het Anker

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O lar da incrível cerveja Gouden Carolus

O autor deste artigo esteve na Bélgica a convite da Buena Beer Importadora.

A próxima parada da delegação brasileira na Bélgica (veja aqui como tudo começou) possuía um significado especial para todos. A cerveja Gouden Carolus Cuvée van de Keiser Blauw foi uma das primeiras (senão a primeira) breja a desembarcar no Brasil com uma característica até então inacreditável aos nossos olhos cervejeiros tropicais: Ela podia ser “safrada”, ou seja, guardada, para que seus aromas e sabores evoluíssem sentro da garrafa por alguns anos. E agora estávamos visitando o seu lar, a centenária Het Anker Brouwerij!

Het Anker: Desde 1872 funcionando na cidade belga de Mechelen.

Quem nos ciceroneou foi o próprio Charles Leclef, sexta geração da mesma família que fundou a cervejaria em 1872, aproveitando o que era então um convento de freiras. Durante toda a manhã Leclef nos guiou por entre os segredos do prédio centenário, que também abriga um hotel e uma destilaria de uísque.

E por entre os tijolos históricos vimos coisas do arco da velha (com o perdão da piadinha infame), como uma antiquíssima unidade filtradora — que ainda funciona para todos os rótulos da Het Anker –, e na nossa visita estava lá, vertendo orgulhosa o mosto que lhe cabia:

Unidade filtradora centenária e ainda funcionando: Observe as torneirinhas na parte de baixo da máquina.

Outro equipamento mega-interessante — do ponto de vista de um cervejeiro, claro! — é a “piscina” aberta usada no passado para o resfriamento do mosto. O inusitado é que ela fica no telhado do edifício:

Piscina usada no passado para resfriar o mosto.

Felizmente, a piscina já foi desativada, com certeza a pedidos dos bebedores de há décadas, já que a prática de resfriar o mosto cervejeiro a céu aberto, em geral, contamina a breja, causando-lhes, a depender do estilo, aromas e sabores não muito agradáveis.

Em cada canto da velha cervejaria, pedaços de história.

Visite a cervejaria comigo!

Cervejarias históricas sempre rendem fantásticos passeios. Faça-os conosco pela fábrica da Het Anker, clicando nas imagens abaixo para vê-las em tamanho grande:

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Viagem às grandes cervejarias da Bélgica – St. Bernard

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A “cerveja do padrinho”

O autor deste artigo esteve na Bélgica a convite da Buena Beer Importadora.

Nem bem começava a nossa trip pelas cervejarias clássicas da Bélgica (veja aqui como fui parar lá) e a excitação já dominava os integrantes da delegação brasileira. Foi Paulo Almeida, proprietário do Empório Alto dos Pinheiros, quem deu o alarme: “Mas aquilo lá não é plantação de lúpulo???”

Na mesma hora mais de uma dezena de cabeças curiosas comprimiram bochechas contra os vidros do microônibus. Sim, tratava-se do exuberante campo de lúpulos da St. Bernard Brouwerij, lar das clássicas “cervejas do padrinho”, como são carinhosamente chamadas pelos clientes que lotam o Bar Brejas ávidos por degustá-las.

Campo de lúpulos da St. Bernard Brouwerij.

Mesma receita e ingredientes da melhor cerveja do mundo

A St. Bernard já foi umbilicalmente ligada à abadia católica de Westvleteren — que fica ali pertinho –, produzindo queijos e cervejas sob a égide dos religiosos. Até que, após a Segunda Guerra Mundial, a Ordem Cisterciense decidiu que os produtos que levariam o selo hexagonal trapista nas embalagens deveriam ser obrigatoriamente elaborados dentro dos muros dos mosteiros, sob direção dos monges.

Enquanto os abades de Westvleteren montavam sua própria cervejaria dentro dos conformes da Ordem, o então proprietário da St. Bernard Evarist Deckoninck seguiu em frente com as mesmas receitas de cerveja. Na visita que fizemos às instalações da fábrica, fomos informados à exaustão que as brejas St. Bernardus e Westvleteren — essas últimas consideradas por muitos especialistas as melhores do mundo — são as mesmas, utilizando as mesmas receitas, ingredientes e expertise.

Segundo a cervejaria, as receitas e ingredientes das brejas St. Bernardus — especialmente a Abt 12 — são as mesmas da incensada Westvleteren.

Visite a cervejaria comigo!

Se são mesmo, apenas o degustador poderá avaliar e tirar suas próprias conclusões. Enquanto o faz, passeie conosco pela fábrica da St. Bernard, clicando nas imagens abaixo para vê-las em tamanho grande:

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Viagem às grandes cervejarias da Bélgica

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Este escriba em momento “king of the world” na cervejaria da abadia trapista de Notre-Dame de St. Remy, lar das cultuadas cervejas Rochefort.

Era o mês de maio e eu ainda estava vivendo por duas semanas e meia em regime de internato no Grande Hotel Águas de São Pedro, onde ministrava minhas aulas no Curso de Formação de Sommelier de Cerveja da Doemens/Senac quando, num dos intervalos, vejo uma mensagem pular, ameaçadora, na minha caixa de e-mail: “Quer viajar com a gente pro Belgian Beer Weekend (maior festival de cervejas belgas, em Bruxelas)?” O convite partia da dupla Hélio Júnior e João Thomi, proprietários da importadora Buena Beer e do pub Delirium Cafe Rio, ambos da capital carioca.

Hélio Júnior e João Thomi (Buena Beer), em momento “rapper” defronte ao busão da delegação brasileira.

Para um viciado confesso em cervejas e viagens como eu, a pergunta desencadeou instantaneamente vários processos metabólicos que incluíam, entre outros sintomas relacionados à excitação, taquicardia e sudorese intensa. Ando com as minhas horas bem apertadas — meu livro Cervejas Brejas e Birras deve sair no fim de outubro –, mas pra alguém, como eu, que sofre da doença brejatrip (nome que acabo de inventar), pouco ou nada importava: Eu tinha que estar lá.

Em Westvleteren: Para muitos — eu incluso –, a melhor cerveja do mundo.

Uma semana no “Paraíso da Cerveja”

Pro leitor entender e dimensionar do que se tratava o convite, é preciso dizer que ainda havia um plus: Na semana antecedente ao Belgian Beer Weekend, peregrinaríamos por algumas das mais clássicas cervejarias da Bélgica, berço da escola cervejeira que, particularmente, mais idolatro. Graças aos contatos comerciais da dupla João e Hélio, cuja importadora se especializou em cervejas belgas, teríamos acesso a muitos locais cervejeiros sagrados que, em muitos casos, são restritos ou mesmo completamente proibidos para turistas. Dá pra perder uma chance dessas?

Pra escrever no currículo: Brindando com o monge Pierre na abadia trapista Notre-Dame de St. Remy (Rochefort).

Durante a última semana de agosto, eu e Fabi, minha mulher, metemo-nos num microônibus lotado de gente boa ligada à cerveja, e rodamos centenas de quilômetros em território belga conhecendo os lugares, as histórias e os riquíssimos personagens que fazem da Bélgica o que muitos consideram o “Paraíso da Cerveja”. Desgraça pouca sendo bobagem, resolvemos estender o sabá e permanecemos na Europa após o Belgian Beer Weekend à doce espera do início da Oktoberfest de Munique (Alemanha), motivo do meu breve sumiço nesse espaço.

Delegação brasileira: Vários dessa turma boa virarão personagens das minhas próximas postagens.
(Imagem gentilmente furtada de Paulo Almeida, do bar paulistano Empório Alto de Pinheiros)

A partir desta postagem e durante os próximos dias, contarei aqui, com riqueza de fotos, tudo (ou, vá lá, quase tudo) o que aconteceu nessa semana extraordinária.

Prepare-se! As histórias — e as imagens — são fortes!



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