Detalhe da Avaliação

Especializada em cervejas de trigo, a "G. Schneider & Sohn" é provavelmente a mais tradicional cervejaria a produzir o estilo na Baviera. Inicialmente denominada "Weisses Brauhaus", sua história começa em 1607, na cidade de Munique, quando ainda era propriedade da realeza bávara. Durante cerca de duzentos anos, somente as cervejarias do rei eram autorizadas a fabricar cervejas de trigo na região.

Devido a sucessivas quedas na venda, em 1872 o rei Ludwig II decidiu abrir mão do negócio, passando os direitos da produção de cerveja de trigo para seu mestre cervejeiro, Georg Schneider I. Nascia assim a nova empresa.

Ao longo dos anos, a cervejaria se manteve nas mãos da família, sendo hoje comandada por Georg Schneider VI. Desde 1944, contudo, após o prédio original ter sido destruído por bombardeios na Segunda Guerra, toda a produção vem ocorrendo na cidade de Kelheim, também na Baviera. Felizmente o local histórico em Munique foi mais tarde reconstruído, abrigando hoje o principal restaurante da cervejaria.

AVENTINUS EISBOCK *2014

'Eisbock' (ou "bock congelada", em tradução livre) é um estilo feito à partir de sucessivos congelamentos de uma "Doppelbock", "Weizenbock" ou "Weizendoppelbock" - num processo que busca retirar cristais de gelo da cerveja (uma vez que o ponto de congelamento da água ocorre antes que o do álcool), visando assim obter um líquido mais concentrado. Neste sentido, o rótulo em questão propõe uma "Eisbock" derivada de uma 'Doppelbock' de trigo ('Weizendoppelbock') elaborada com lúpulo 'Hallertauer Herkules' e amargor de 15 IBU. Não filtrada e não pasteurizada.

**Unidade degustada em temperatura ambiente externo (12° C).

Líquido marrom-avermelhado profundo, no limite da translucidez. Servido, praticamente não forma espuma.

No nariz, reminiscências de ameixa madura, banana flambada e vinho do porto surgem entre toques de açúcar queimado, toffee, cravo e amêndoas. O álcool, apesar de perceptível, tem a delicadeza de um perfume.

Ao paladar mostra-se licorosa, corpo alto e carbonatação mínima. Notas de vinho do porto, ameixa madura, banana caramelizada e toffee expressam-se doces, ainda que ligeiramente ácidas. Traços fenólicos de cravo e moderada picância alcoólica complementam. Um calor aconchegante embala o final agridoce, licoroso e condimentado. Ecos de vinho fortificado reverberam no retrogosto.

Cerveja belíssima, para se apreciar em pequenos goles, tal qual um digestivo. Com um preço atualmente bem interessante, vale a pena adquirir algumas pra "pegar pó" na adega.