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As 50 CERVEJAS mais marcantes de 2014!

Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico As 50 CERVEJAS mais marcantes de 2014!

Jota Fanchin Queiroz escreveu: A discussão proposta pelo Guedes é interessante. Eu infelizmente não bebo as moscas brancas do FIl mas diria que, salvo raríssimas exceções, as melhores nacionais não estariam na média das cervejas americanas. E isso considerando que elas viajam em condições não tão ideais.
Qual a opinião dos confrades?


Acho que tem um monte de questões que explicam essa percepção. Em primeiro lugar, o know-how dos nossos cervejeiros ainda está aquém dos principais nomes internacionais. Em segundo lugar, é difícil bater os norte-americanos nos estilos que eles (re)inventaram, os quais, hoje em dia, são os mais valorizados pelo público cervejeiro (e que aparecem em destaque no ranking do Fil).

Em terceiro lugar, tem um fator para o qual eu tenho chamado a atenção há algum tempo: nossas cervejarias entraram na onda dos estilos norte-americanos e dos lúpulos, mas é raro que tenhamos as condições materiais de acesso às matérias-primas frescas para fazer cervejas lupuladas tão bem-executadas. Enquanto nossas cervejarias insistirem em focar seus esforços em IPAs, seremos sempre os "primos pobres" dos EUA. Os estilos com maturação em madeira já nos oferecem uma situação mais vantajosa, pois temos acesso a barris de qualidade; contudo, nesse caso, ainda falta um pouco de seriedade e de know-how para produzirmos excelentes cervejas com estágio em madeira. Há muito de experimentalismo no uso da madeira (que tem um monte de fatores imprevisíveis), e é preciso passar por bastante tentativa e erro até que se atinja o resultado esperado. Cito o caso da Wäls, que começou trabalhando com madeira há uns 3 anos, e precisou errar algumas vezes e trocar todos os seus barris para começar a obter melhores resultados. Nem falo no uso indiscriminado de "chips de carvalho", que são usados para tentar imprimir uma "pegada" amadeirada à cerveja mas que frequentemente resultam em cervejam insuficientemente maduras, sem a complexidade que a microoxigenação nos barris oferece. Ainda tem chão para chegarmos lá, mas há bons sinais no horizonte.

Eu gostaria muito que se voltasse a experimentar com estilos alemães no Brasil. Nossas cervejarias fazem (ou faziam) excelentes versões de estilos alemães e estão jogando fora todo esse know-how, que poderia ser aproveitado para criar produtos inovadores e excelentes com uma identidade própria.
ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
Os seguintes usuário(s) disseram Obrigado: Diogo Olivares
9 anos 3 meses atrás #58750

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