Gustavo Henrique Avallone de Brito escreveu: SÓ abrir as contas? Mostrar balancete e tal, tudo certinho? Ta muito fácil.
Quer fritas extra com seu hambúrguer? Um milk-shake de brinde? Massagem nos pés?

É cada ideia...

Acredito que tenha se referido ao meu post, por isso vou responder.

Não sei se vc leu, mas eu falei que tbm tenho negócio. E não quero mostrar nada dele pra ninguém. Não acho que deve mostrar.

Não acho também que deve ficar chorando pra todo mundo que seus custos são altos, que os impostos são massivos, que o dólar é alto demais, que a margem tem que ser x pq se não tem que fechar as portas, que tá nessa pela "cultura cervejeira e pelo amor a cerveja" e esperar que eu acredite nesse papo. Não acredito e tenho direito, pq ninguém me mostrou pq acreditar nessa conversa mole. Ainda mais quando tá explodindo de cervejaria nova, empórios/delicatessen novos, e tá todo mundo se achando no direito de cobrar 25 numa American Pale Ale de 355ml. É o que eu falei, é um mercado peculiar, onde ninguém ganha dinheiro e todo mundo trabalha por amor.

Qualquer outro ramo o cara vê que se não tá dando dinheiro ele cai fora, menos no ramo das "cervejas especiais", onde ninguém ganha, todo mundo sofre com o governo, todo mundo trabalha apertado pra sobreviver, e tem muita gente entrando mesmo assim. E cobrando caro, muito caro, porque se não fecha as portas. Tem uns aí que devem estar roubando carga e sonegando, pq conseguem cobrar preços minimamente decentes.

Quer cobrar 25 numa APA? Cobra, problema seu e e da lei da oferta e da demanda. Só não venha tentar se justificar pra cima de mim quando eu achar isso um absurdo. Pra mim tá cobrando 25 porque quer, e não porque "tem" que cobrar. E eu me recuso a comprar algo assim.

marcelo escreveu: ola a todos.
quanto as SN, recentemente dei um giro na california e me pareceu que la, esta marca é quase tao popular quanto bud.... vc acha em farmacia, papelaria, loja de conveniencia...rs...
[...]
nao consigo entender o alvoroço em torno da chegada oficial delas no brasil...
marcelo

A Sierra Nevada é uma das precursoras do movimento de artesanal americano, considerada a criadora do estilo American Pale Ale moderno, quem trouxe o Cascade pro mainstream lá no comecinho dos anos 80. Hoje é a micro americana que mais produz (1 milhão de barris = 117 milhões de litros em 2014), e você tem razão, em termos de craft, é a Bud das crafts, mas apenas pela questão da penetração profunda no mercado, mas não pelo foco em quantidade ao invés de qualidade, como as macros. O Ken Grossman é um ícone, assim como a cervejaria em si.

O alvoroço em torno delas se deve em grande parte a isso, ao grande ícone que a marca é pra todo mundo que conhece um pouco mais do movimento que surgiu lá 3 décadas atrás. Eu mesmo vou visitar San Francisco em breve e não poderei ir a Chico visitar a fábrica e estou com o coração partido. =P

Acho natural que a galera se interesse dessa forma. Mas também acho que esse preço não faz sentido, exceto pra quem nunca provou e quer ter essas cervejas no "currículo".

Obs: se quiser saber mais e, inevitavelmente, passa a admirar mais o Ken, leia o Beyond The Pale, o livro dele lançado ano passado sobre a história da Sierra Nevada. É muito legal.

Tuiuan Almeida Veloso escreveu: É o que eu falei, é um mercado peculiar, onde ninguém ganha dinheiro e todo mundo trabalha por amor.

Qualquer outro ramo o cara vê que se não tá dando dinheiro ele cai fora, menos no ramo das "cervejas especiais", onde ninguém ganha, todo mundo sofre com o governo, todo mundo trabalha apertado pra sobreviver, e tem muita gente entrando mesmo assim. E cobrando caro, muito caro, porque se não fecha as portas. Tem uns aí que devem estar roubando carga e sonegando, pq conseguem cobrar preços minimamente decentes.

Eu também acho. Dessa galera toda que fica tentando convencer que o problema é do "sistema" e que ninguém tá levando vantagem nenhuma nessa cadeia inteira, nunca vi ninguém mostrar dados concretos. Claro, não há obrigação nenhuma disso, mas só nesse tipo de afirmação vaga, eu me sinto no direito de não acreditar (assim como o outro tem direito de não me dar satisfação nenhuma).

No final das contas o que eu acho é que o produtor nessa história toda, como na maioria dos setores, é quem mais trabalha e quem menos lucra. Agora, bar tá _rachando_ de ganhar dinheiro, não venham me dizer que não. Ponto de venda até acho que toma um pouco mais de prejuízo, mas empório-bar tá ganhando montanhas de dinheiro, especialmente os mais famosos. E distribuidora também morde um pedaço muito bom da coisa. Desses caras, em especial, eu não engulo chororô de "tá foda".