AP: cor de cobre, escura, com espuma densa cor de caramelo
AR: aroma de banana e madeira
SAB: segue o aroma com banana e leve amargor no final; sua potência alcoólica é muito equilibrada e o álcool não aparece no sabor
SENS: encorpada com boa carbontação
CONJ: a cerveja é uma delícia e vale cada gole saboreado
Weizenbock no Brasil é algo que não se encontra por aí! E a Bamberg novamente nos presenteia com uma variedade de cerveja com complexas caracteristicas, e extremamente bem feita!
Os maltes se mostram de cara, torrados, tostados, doces, mas é uma Weizen! E ponto! O estilo é totalmente obedecido!
Os deuses germanicos estão orgulhosos dos brasileiros da Bamberg!
Já havia degustado um chope desta cerveja que havia sofrido maturação estendida, mas esperei degustar a versão fresca antes de postar minha avaliação, e a oportunidade se apresentou no 2º Encontro do Brejas graças à oferta da Bamberg para o evento. Trata-se de uma Weizenbock de muita personalidade, com lupulagem mais acentuada e uma acidez bastante destacada que lembra bastante a Weizen clara da cervejaria. A cor é marrom-avermelhada e opaca, com um creme marrom que mostrou pouco volume e persistência. Ela traz um perfil de aromas curiosamente agridoce, com banana e caramelo em destaque (como pede o estilo), acompanhados de ameixas secas, fenóis de cravo, um lúpulo aromático condimentado que me remeteu a mostrada, sugestão tostada de chocolate em pó e notas suaves de leite azedo. Tem boa vivacidade e complexidade de aromas, com um perfil mais "temperado", mas os aromas e sabores são prejudicados por uma presença um pouco destacada demais de DMS e alho, dando aquela sensação untuosa, tanto no bouquet quanto na língua, de "milho refogado". Talvez isso tenha contribuído para acentuar seu perfil condimentado e agridoce. O paladar é um pouco desequilibrado para o meu gosto, ácido demais, mas esbanjando personalidade (lembrando que a acidez é uma das características típicas das cervejas de trigo alemãs, embora seja normalmente menos intensa nas Weizenbock). Traz acidez destacada com leve doçura na entrada, e, no fundo da boca, mostra-se ácida e amarga, com uma espécie de azedume seco que lembrou muito a sensação da Bamberg Weizen. O final tem acidez residual e amargor mediano, com retrogosto de banana e caramelo. Sua destacada acidez a torna mais "aguda" no paladar, contrariando a sensação mais "acolhedora" e "nutritiva" que normalmente se espera do estilo, conquistando com isso uma forte personalidade. O corpo é adstringente e a carbonatação é vívida, o que ressalta a acidez.
Outras garrafas do mesmo lote, abertas na mesma ocasião, exibiram sinais claros de contaminação, mas eu não os identifiquei na minha garrafa. A acidez destacada poderia ser um sinal nesse sentido, mas, por outro lado, ela é consistente com a sensação da Bamberg Weizen. No conjunto, é uma Weizenbock ousada e atrevida, quebrando a sensação acolhedora e macia associada ao estilo. Tem muita vivacidade de aromas, mas achei que a acidez e o "temperado" acabaram ficando um pouco destacados demais. Já tive a oportunidade de provar também uma versão dessa cerveja na pressão que havia maturado por um período estendido no barril, mostrando menos amargor, notas frutadas mais pesadas e acidez atenuada, o que a tornou mais suave ao paladar. Pessoalmente, preferi a versão "envelhecida", mas a avaliação vai para a versão fresca.