Fantástica e surpreendente cria do mestre Humberto Ribeiro (aliás, a garrafa foi-me presenteada pelo próprio) com um ingrediente pra lá de mineiro na receita: o doce de leite. E experimente perguntar ao Humberto como foi que ele conseguiu, magistralmente, inserir o doce na receita.
Os aromas -- que também se fazem sentir na boca -- são riquíssimos e variados, trazendo sensações herbáceas, além de caramelo, madeira, fumo de rolo, frutas cristalizadas, melado de cana e, bem, doce de leite. O álcool aparece com força, mas sem agredir, esquentando a degustação. O final, longo, remete novamente ao doce e ao tabaco.
Dica: Harmonize-a com um doce de leite, daqueles bem escuros.
Aroma maltado, com doce-de-leite e lúpulo presente.
Cor de caramelo, opaca e com pouca espuma.
Sabor doce bom, licoroso, equilibrado pelo amargor levemente destacado, e defumado.
Tinha corpo médio e espuma leve.
Muito bem balanceada e diferenciada, bela breja! Álcool um pouco forte.
Após dez meses de guarda, a Jambreiro Cerevisiae Lundii finalmente foi degustada, cada segundo de espera valeu a pena. A coloração é amarronzada, a espuma é bege e teve magnífica formação e resistência, bolhas minúsculas marcaram as laterais da taça. Algo herbal já aparece no aroma, certamente se trata das folhas secas de Lippia Alba, lúpulo também herbal, doce de leite e um leve esfumaçado aparecem na sequencia. Na boca o amargor se faz presente, sensação licorosa deliciosa, junto aparecem as notas doces proveniente do doce de leite, melado e fumaça. Complexa e original, uma daquelas cervejas para cultuar, coroando um momento memorável. Seu final é amargo e herbal, tem média persistência e remete às folhas usadas na composição. Pode até ser redundância falar, mas esta é sem dúvida a melhor obra de Humberto Ribeiro Mendes!
Avermelhada, espuma senda e persistente com bolhas pequenas. No aroma uma mistura de lúpulo, malte e um defumado que lembrava fumo de corda. No sabor, torrado, defumado, leve adocicado e um toque no final que novamente me lembrou fumo, muito encorpada e levemente ácida. Esse aroma de fumo não me agradou muito, mas é uma bela cerveja.
Da busca que os cervejeiros brasileiros tem feito nos últimos anos para criar cervejas, estilos e até uma escola tipicamente nacional, surge o concurso da AcervA - MG, para criar um estilo genuinamente mineiro. Lendo alguns blogs por aí, vi que algumas propostas bem interessantes apareceram, mas a vencedora foi esta cerveja criada pelo senhor Humberto Ribeiro Mendes Neto. Trata-se de uma cerveja potente, marcante, com adição de doce de leite e infusão de folhas verdes secas de Lippia Alba.
Os cuidados especialíssimos começam pela garrafa, que traz estampada no rótulo como sempre a cadelinha Nina, desta fez na coloração dourada. Destaque também pela caixinha em que é vendida a garrafa e o doce de leite que está penduradinho no gargalo. Sensacional!
Na taça mostra uma coloração avermelhado que faz um belo degradê até tons alaranjados, trazendo uma translucidez mediana. Seu creme tem formação generosa, de coloração bege e textura cremosa que vai deixando uma bela renda nas laterais da taça, durante a queda razoavelmente lenta.
O aroma não deixa dúvidas da adição de especiarias, trazendo em destaque os potentes aromas de doce de leite e os toques das folhas, que dão um toque mentolado e fresco. Há um toque azedinho de fermento e limão, que contrastam com o adocicado de maltes caramelados e uma esterificação que traz aromas de maçã e abacaxi. Quando esquenta ainda traz aromas de madeira queimada, graças a brassagem feitas na lenha.
Esse defumado acaba se destacando muito mais na boca, lembrando até uma Rauchbier, com potentes notas de madeira queimada e até leves tons de carne defumada. Em contraste a esse toque salgado, há uma doçura dos maltes que remetem a mel, caramelo e o doce de leite vindo da adição do próprio. Há um leve frutado de ameixas em segundo plano, com a acidez acompanhando. Ao final um amargor herbáceo e um frescor mentolado e um picante de pimenta-do-reino. A sensação alcoólica é baixíssima, nem perto dos 10% de álcool e a cerveja chega a ser até refrescante, graças a adição das ervas. Possui um corpo robusto e uma média carbonatação.
É interessante como a cerveja une características como a acidez, salgado e doçura de maneira tão harmoniosa. O álcool também merece grande destaque, já que tem sensação praticamente inexistente mesmo com os 10% de álcool. Meus parabéns ao Humberto que criou uma das melhores cervejas nacionais que já tive a chance de provar.