Oktoberfest – Histórias de outras épocas (Parte 1)

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No ano passado, exatamente por essa época, um sentimento nostálgico acometeu-me e resolvi escrever um texto neste Blog contando um pouco das minhas desventuras nas Oktoberfest do passado. Para o leitor que não tiver paciência de ler a matéria pretérita, resumo-a.

Nos anos 90, tínhamos uma espécie de confraria etílica chamada “McFly“, em referência ao personagem do ator Michael J. Fox na cinessérie De Volta Para o Futuro, que era constantemente espinafrado pelo seu rival Biff, o qual volta e meia perguntava “tem alguém aí, McFly?”, enquanto socava o crânio do primeiro.

Uma ida à Oktoberfest requeria extensa preparação e logística para os McFly. Íamos de excursão e invariavelmente nos apropriávamos do fundão do ônibus, o qual demorava a noite toda para chegar a Blumenau. Sem stress. Cada McFly tinha uma “quota” mínima de duas caixas de latinhas de cerveja, apenas para aproveitar adequadamente a viagem.

A bagunça que fazíamos durante o comboio era magicamente incorporada pelos demais integrantes desconhecidos do ônibus, que entravam na festa e viravam nossos amigos instantâneos pelo resto da viagem. As paradas destinavam-se unicamente a adquirir gelo para abastecer o imenso isopor. Farofa total.

Essa bagunça é o que o leitor vê na foto acima, de 1992, tirada em algum lugar da estrada durante a longa noite de beberagem incessante entre Campinas e Blumenau. Este que vos escreve está nela, imberbe e pimpão (o último à esquerda, de óculos).

Honestamente, olhando agora à janela do passado, eu não gostaria nem um pouco de estar na pele de um não-McFly dentro daqueles ônibus ruidosos. Não éramos bolinho. Nos aturar era dose. Nossa festa extravasava o fundão do ônibus, obrigando os demais incautos passageiros a suportar nossa cantoria, a ponto de restar-lhes somente uma opção: unir-se a ela.

Latinhas de cerveja eram distribuídas a todo momento. No começo da viagem até organizávamos um lixão comum para dispensá-las após consumidas, mas lá pelo meio da jornada, a cada curva da estrada, ouvia-se o farfalhar das latas soltas ao chão do ônibus a rolarem de lado a outro.

Havia até quem, madrugada adentro, resolvesse desligar-se furtivamente da festa e arrumar uma poltrona lá da frente pra dormir. Dormir? Escolha errada!

Não perdoávamos os desertores. A eles reservávamos uma cruel modalidade de tortura. Seu nome técnico era “pascara”, e envolvia o uso de creme dental. Ao final da viagem, já na manhã do dia seguinte, esses pobres-coitados eram obrigados a fazer o check-in do hotel com os rostos sarapintados de branco e cheirando a hortelã.

Essas são algumas das muitas histórias que tenho pra contar das minhas Oktoberfest de antanho, e o farei ao longo deste mês nas postagens seguintes. Frequentei a festa blumenauense de 1991 a 1995, sem falhar um ano. E, antes que me chamem de tiozinho, digo que o canto da polca bávara me chamou novamente e estarei nesta edição de 2009.

OK, irei de avião, sem farofagem. Não tem a mesma graça, mas pelo menos não corro o risco de enfrentar a pascara…

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