Bares que Amamos – Cervejaria Stefanelli

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Em Campinas (SP).

Para falar desse boteco, é preciso contar uma história. Certa noite do longínquo ano de 1960, o time inteiro do então imbatível Santos tomou de assalto o velho Bar do Linguiça. O ônibus do time, que havia jogado contra o Guarani, quebrou na Avenida João Jorge, perto dali. Os proprietários, embasbacados, viram então Pelé e companhia aboletarem-se no balcão e devorarem os sanduíches de linguiça com ovo e queijo derretido, a especialidade do lugar.

O antigo Bar da Linguiça foi aberto em 1937, e ficava aberto 24 horas por dia. Simplesmente não fechava nunca. Oficialmente, se chamava Bar Paulista, mas assumiu o nome dado pelos fregueses. Era um dos lugares mais democráticos que se podia freqüentar, reunindo nas pequenas mesas artistas (Paulo Autran batia ponto no boteco quando vinha encenar suas peças na cidade), jornalistas, jogadores de futebol, policiais, damas da noite, cafetões e boêmios em geral. Todos juntos, dando-se à trégua da última — ou, em certos casos, a primeira — cerveja da noite. 

Foi quando, em novembro de 2007, anunciou-se que o Bar da Linguiça iria fechar suas portas. Boêmios mais assíduos choraram lágrimas de sangue. Os nem tão assíduos — como este escriba — sentiram como se um grande amigo, embora distante, morresse de repente. Aquele amigo do tipo que você nunca vê, mas se sente seguro e feliz por ele estar vivo e bem de saúde. Pois esse amigo se fora.

Foi nada! No raiar de 2008, um dos sócios do velho Linguiça, o Ambrósio, decidiu continuar a tradição da família Stefanelli e reabriu o bar, agora sob a alcunha de Cervejaria. Em outro ponto da cidade — próximo ao Estádio Brinco de Ouro — todo modernizado, a estrutura conta com um deck sobre a movimentada avenida Ayrton Senna. A freqüência mudou bastante, é verdade. Agora, no lugar das damas da noite e seus cafetões, estudantes, executivos em happy-hour e até famílias lotam os ambientes externo e interno.

Mas a alma do velho Linguiça está lá. O famoso sanduba de linguiça, queijo e ovo, agora batizado de Rei Especial, continua atraindo multidões. A cerveja continua gelada e — surpresa para os brejeiros! — além das Pale Lager de sempre, há a ilustre presença de uma Pilsen de verdade: o bar serve a holandesa Heineken em garrafas de 600ml, em balde com gelo.

Para alegria geral dos brejeiros, da botecagem e da baixa gastronomia…

2 Respostas para “Bares que Amamos – Cervejaria Stefanelli”


  • Heineken em lata é até interessante, já a de 600 ml é fraca e aguada.

  • Wagner, notei isso a alguns dias apenas… Antes, me parecia muito boa… Que terá ocorrido com a “bela verde”?

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