AmBev investigada por concorrência desleal

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Você chega sedento ao bar, pergunta que cerveja tem, e o garçom diz que só há brejas de uma só fábrica? A não ser que o dono do boteco seja um apaixonado pela AmBev, Femsa e quetais, pode ser caso de conduta anticompetitiva. Veja o que acabou de sair no jornal O Estado de S. Paulo de hoje:

O Ministério da Justiça está investigando a AmBev por “possível prática de condutas anticoncorrenciais”. O ministério se baseou em uma denúncia da concorrente Femsa para abrir, esta semana, a investigação. A reclamação que deu início ao processo foi protocolada em abril de 2007, quando a Femsa lançou sua marca de cerveja Sol. Na mesma época, a AmBev lançou a marca Puerto del Sol, o que foi considerado pela concorrente uma estratégia para confundir o consumidor.

Em maio deste ano, entretanto, a representação feita pela Femsa foi acrescida de um novo parecer da consultoria Tendências, indicando práticas da AmBev na tentativa de barrar o mercado para os concorrentes. A Femsa afirma que são lesivos à concorrência os acordos firmados pela AmBev com varejistas para obter exclusividade de vendas de seus produtos. Além disso, acusa a AmBev de oferecer refrigeradores aos donos dos pontos-de-venda, com a condição de que não sejam colocados ali produtos das fabricantes rivais.

A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, por meio da do Departamento de Proteção e Defesa Econômica, instaurou dois processos administrativos contra a AmBev para investigar tanto os acordos de exclusividade com os varejistas como a política de refrigeração.

Na próxima etapa do processo, a AmBev deve apresentar a sua defesa. Tanto a AmBev quanto a Femsa foram procuradas pela reportagem, mas não quiseram se manifestar sobre o assunto.

No comunicado distribuído à imprensa, a assessoria do Ministério da Justiça informa que a investigação quer saber se “as quantidades de compra de cerveja exigidas do varejista para fazer jus aos refrigeradores não são lineares, com possíveis efeitos anticompetitivos. Estudo econômico do consultor Jorge Fagundes, utilizando-se de dados de pesquisa realizada pelo Instituto Ibope sobre a política de refrigeração da AmBev, conclui que ao manipular o volume exigido, os revendedores da AmBev bloqueiam estrategicamente a entrada de concorrentes no estabelecimento”.

A briga entre Femsa e AmBev é, na verdade, mais um lance de uma guerra que já vem sendo travada há tempos no mercado de cervejas. Atualmente, a AmBev detém 67,4% de participação de mercado, segundo os últimos dados disponíveis. A Femsa fica com 7,4% do consumo no País.

Por Marili Ribeiro.

8 Respostas para “AmBev investigada por concorrência desleal”


  • Não que isso não possa acontecer com micros, mas o negócio dessas aí é fazer dinheiro, não cerveja 😉

  • 2 Renato (Pocotó)

    Sinceramente acho que isso eh uma briga de david contra golias e como isso eh a vida real o GIGANTE, SEMPRE GANHA.
    Quer queira ou não a ambev comanado o mercado. Ela eh uma empresa particular ela vende para quem ela quer, se ela exigir exclusividade e neguinhonão cumprir ele corre o risco de ficar sem as cervejas dele que são as mais vendidas. Eh meio desleal mas eh isso que rola. E no quesito processo ainda acho que vai acabar em pizza.

    Mas eu aidna procuro algusn bares com cervejas de boa qualidade. Não que não aja politicagem entre as micros, mas que a qualidade eh bem melhor isso eh =]=]=]

  • 3 Mauricio (BREJAS)

    Renato e Pedro,

    Concordo integralmente com as seguintes assertivas:

    1) O negócio das “macro”, ainda e infelizmente, é fazer dinheiro e não cerveja;

    2) Também prefiro procurar bares com cervejas artesanais e micro, e

    3) Essa investigação, como todas neste país, também vai terminar em pizza.

    Um abração.

  • O triste é que isso vai acabar em pizza acompanhada de péssimas cervejas!

  • O triste é que as práticas anti-concorrenciais da ambev acontecem de forma escarrada na cara de todo mundo e ninguém faz nada!
    Como tudo no Brasil, mais esta investigação deve acabar em pizza (acompanhada de cerveja ruim, como disse o Luiz Eduardo), mas a atitude do consumidor deveria mudar, exigindo mais variedade e produtos melhores.

    Eu, pessoalmente, procuro evitar bares ambev (sei que em São Paulo são maioria, mas em Curitiba encontra-se Heineken e Eisenbahn em um bom número de bares e restaurantes, felizmente).

    Justamente por causa destas práticas monopolistas é que eu peguei antipatia pela ambev, chegando a achar suas marcas “skol, bohemia, brahma”, etc. como pejorativas, tenho nojo de olhar para seus logotipos, por isso passo longe deles!

    A ambev quer tirar a nossa liberdade de beber cervejas! Em muitas ocasiões não temos escolha, por causa deles. E conseqüentemente os donos de bares também ficam sem escolha!

  • […] acordo com estabelecimentos varejistas para obter exclusividade de vendas de seus produtos (veja AQUI a matéria completa). Posts relacionados:AmBev perde mercado pelo 3º mês seguidoInBev estuda […]

  • Bom Dia,

    Se esse processo vai ou não acabar em Pizza, eu não sei, mas como aspirante à Economista, eu acredito acima de tudo no livre mercado, e um mercado onde a principal empresa comanda quase 70% das vendas e instaura práticas anti-concorrenciais não é um mercado livre.

    Não trata-se aqui de conjecturar se as cervejas da AmBev são boas ou não. Qualquer empresa privada depende a sua existência perene dos seus lucros. O que me parece totalmente correto é que num ambiente com maior nível de competitividade e competição, o lucro vai depender da qualidade e do preço do seu produto, não da sua capacidade monopolista, que é o que ocorre hoje em dia com a AmBev.

    Portanto, eu não sei se esse processo vai dar em alguma coisa, mas como apreciador de boas cervejas e como eu disse, “aspirante à economista”, eu espero que sim, e que as principais concorrrentes da AmBev, a FEMSA, a Schincariol e a Petrópolis possam ter condições de igualdade para brigar, e assim desenvolver o mercado de cervejas brasileiro.

    Abraços,
    André R. Finken Heinle

  • 8 carlos alberto ferreira da silva

    Boms dia, nós comerciantes deveríamos no início do investimento do comércio oferercermos exclusividade aos fabricantes de bebidas por determinado tempo em troca de vários utensílios comercias onde couber propaganda.Uma vez expirado o prazo esses materias passariam a pertencer o dono do comércio podendo utilizar da maneira que quizesse.Que já vi sim promotor mandar esvaziar a geladeira existe e é vergonhosa.Somos todos culpados

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