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5 cervejarias para se tentar uma colaborativa definitivamente impactante

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O movimento da cerveja artesanal no Brasil apesar de jovem, já conseguiu o feito de ser notado pela cena cervejeira mundial. Há razões para isso: medalhas em campeonatos importantes, participações de cervejarias em alguns dos festivais mais prestigiados do meio e ainda a empreitada de cervejas colaborativas com alguns respeitados nomes estrangeiros.

O desenvolvimento de uma cerveja realmente colaborativa além de fomentar o networking, troca de idéias, técnicas e conceitos; também tem mostrado ser uma eficiente estratégia de marketing. Contudo a escolha da cervejaria – ou das – parceira do projeto deve ser muito bem trabalhada. Ou seja: buscar nomes de peso no cenário mundial eu diria ser quase que mandatório para a relevância do projeto.

Entenda que “nome de peso” não significa necessariamente fama. Pois grande parte das cervejarias extremamente bem reputadas (as hypadas mesmo) não são conhecidas pelo grande público que consome artesanais. Porém por outro lado elas são veneradas pela exigente e influente comunidade de beer geeks. Pelos die-hards.

Geralmente essas cervejarias possuem um conjunto de características que as destoam das demais. Particularidades como: cervejas de qualidade exemplar, ousadia, longas filas em suas portas e domínio dos rankings são as semelhanças entre elas.

É fato que já tivemos alguns nomes respeitados fazendo colaborativas por aqui. Cervejarias como: Cigar City, Stone, Modern Times, De Molen, Evil Twin, Omnipollo, StillWater, To Øl etc. Contudo, de todas essas receitas que foram executas aqui podemos destacar duas ou três que realmente conseguiram uma relevância que rompeu nossas fronteiras. O resultado poderia ter sido mais positivo? Certamente. Principalmente se as parcerias fossem realizadas com cervejarias digamos que, mais hypadas.

Mas aí vem a pergunta: é fácil costurar uma colaborativa com cervejarias que detém as características listadas anteriormente (como as que vou listar mais adiante)? De forma alguma. Ninguém aqui disse esta é uma tarefa fácil. No entanto, olha aí um belo desafio para você cervejeiro profissional que almeja ver o nome de sua cervejaria soar familiar para muitos aficionados por cervejas A+ fora do país! Ok. E quais cervejarias eu deveria concentrar meus esforços para tentar de alguma forma gestar uma colaborativa?

Vamos lá: seguem cinco cervejarias que colocaria sem dúvida qualquer uma das nacionais no mapa da comunidade high end caso uma colab fosse realizada com elas. Dica bonus: que tal começar com um convite para os caras passar uns dias de férias no Brasil (claro, você pagando tudo)? ;o)

Funky Buddah

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Foto: beerbusterspodcast.com

Engana-se quem pensa que na Flórida só há a Cigar City de cervejaria de qualidade. Há várias outras. Dentre elas a Funky Buddah. Esses caras vem criando algumas das receitas mais desejadas dos EUA nos últimos anos. Flórida. Brasil. Calor. Que tal?

Pipeworks

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Além de ser uma bela cidade, Chicago é hoje uma das cidades que mais possui cervejarias que inovam dentro dos EUA. Uma das que lideram este movimento é a Pipeworks. Os caras são dementes. Praticamente “lançam uma receita a cada semana“. Alguma das melhores IPA que bebi foram feitas por eles. Sensacionais!

Trillium

Trillium
Foto: trilliumbrewing.com

Uma das caçulas da cena de cervejarias hypadas dos EUA, a Trillium é uma das grandes responsáveis pelo boom das chamadas NE / Cloudy IPA. Boston não é mais conhecida somente pela Samuel Adams e por Harvard. Imagine uma IPA colaborativa feita no Brasil com esses caras? Seria um feito daqueles meus amigos. Daqueles!

Casey

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Foto: coloradohomesmag.com

Outra cervejaria nova e altamente admirada é a Casey Brewing & Blending. Esses caras isolados no meio do Colorado fazem hoje algumas das Sours e Saison mais desejadas da terra do Tio Sam. Capaz de motivar uma galera a dirigir mais de 1000 km só pra pegar algumas de suas garrafas. Aposto que eles ainda não conhecem o Brasil. Olha que bela oportunidade!

Jester King

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Foto: Divulgação

Esta dispensa maiores apresentações e já é considerada uma cervejaria clássica na comunidade A+. Mas para resumir: fazem algumas das melhores saison que você poderá beber um dia. Além de ótimas sours com fermentação espontânea. Dica: texanos geralmente gostam do Brasil.

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FiL CruX
Beer Sommelier ávido por cervejas *A+* . É também um apreciador de música extrema e colecionador de miniatura de carros da PSA.

 

Cerveja artesanal meia boca e consumidor desinformado: uma combinação de sucesso!

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O contingente de novas cervejas (nacionais e importadas) que chegam às gôndolas quase que diariamente, geralmente trazem com elas um modus operandi que é típico do nosso mercado: rótulos engraçadinhos, trocadilhos nos nomes das brejas (no caso das nacionais), histórico irrelevante e praticamente nenhuma menção ao fator qualidade.

De uma forma geral, essas cervejarias basicamente contam com o fator novidade para atrair a atenção do consumidor. Pergunta: e tal estratégia funciona? Perfeitamente. Ao menos enquanto existir consumidores tão “bem informados” como este do exemplo abaixo:

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Comentário sobre a cerveja Sul Americana Pilsen feito em grupo cervejeiro do FB.

Como vimos, existe uma peça fundamental nesse tabuleiro que é a grande responsável pelo sucesso da empreitada: o consumidor deslumbrado, desinformado e sedento por novidades. É com base nesta vertente do mercado que boa parte dos projetos que envolvem cerveja artesanal no Brasil ganha vida. Claro que se o projeto for viabilizado com o dinheiro desse mesmo consumidor, aí a jogada passa a ser de mestre.

Infelizmente ainda é bem pequeno o número de cervejarias que entram no mercado buscando seu espaço com base especificamente na qualidade de seus produtos. Ou seja, cervejarias que entregam primeiro antes de pedir algo em troca. No entanto, é lícito dizer que, com esse modelo de negócio, essas cervejarias mesmo que talvez de forma inconsciente, acabam que fomentando o senso crítico do consumidor. E isso é crucial para subir o nível da cena cervejeira brasileira.

Mas será que a questão da qualidade é tão importante assim para o sucesso de uma cervejaria? No Brasil ainda não, mas tenho esperanças que será. Se pegarmos o mercado cervejeiro mais competitivo do mundo atualmente (os EUA) para uma breve análise, veremos que uma cervejaria de qualidade consegue quase que de forma natural o seu espaço, e de forma rápida! Lá, uma cervejaria já pode nascer hypada dependendo de sua história. Peguemos por exemplo o caso da Veil Brewing: com menos de dois meses de vida ela já é um sucesso absoluto! Sorte de principiante? Não quando o cervejeiro já tenha trabalhado na Hill Farmstead, Alchemist (ela mesma, a que faz a Heady Topper) e Portsmouth: cervejarias reconhecidas mundialmente pelo alto nível de suas cervejas (ah, e elas não tem medalhas!).

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Foto: Divulgação

Como eu sou um otimista, sinceramente torço para que as boas cervejarias ocupem o vácuo deixado pelas medíocres na preferência do consumidor médio. Este último por sua vez precisa compreender que tem um papel de protagonista neste movimento de ruptura. Para isso, ele terá que se informar melhor sobre o que está bebendo. Ou vai continuar preferindo aceitar bovinamente pagar caro por algo de qualidade digamos no mínimo duvidosa?

 

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Quer “roubar a cena” no mercado cervejeiro nacional? Faça uma IPA de verdade!

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É inegável que o mercado cervejeiro brasileiro deu um salto nos últimos anos em quantidade de rótulos e numa menor escala, em qualidade. Temos visto novas cervejarias surgindo por vários cantos do país. Sejam com infraestrutura própria ou mesmo utilizando o modelo de contract brewing / Cigano.

Se por um lado há diferenças entre elas no modelo de negócio, por outro, existe uma similaridade que vem se tornando praticamente uma receita de bolo: a presença de IPA no portfólio. E isto é ruim? De forma alguma. Contudo, desde que realmente seja uma verdadeira IPA.

Por mais que a considerável quantidade de lançamentos de IPAs talvez passe a impressão de que o estilo esteja saturado, eu diria que ele simplesmente ainda nem mesmo foi explorado a contento por aqui. Pois IPA bem feita no Brasil ainda é exceção. Infelizmente. Na grande maioria delas ainda faltam características básicas do estilo como aromas (seria demais pedir algum frescor?) e sabores advindos do lúpulo, sobra dulçor da base maltada, harsh nas alturas e outros atributos indesejáveis. Não entrarei aqui no mérito dos não-tão-raros off flavors que eventualmente aparecem e acabam ofuscando ainda mais a experiência da degustação.

Felizmente temos algumas cervejarias (poucas é verdade) que estão dispostas a mudar este panorama e naturalmente ocupar o vácuo deixado pelas demais. Ou seja: estão roubando a cena! E isto acontece porque elas simplesmente resolveram fazer IPAs como se deve (utilizando insumos de qualidade, sem economia porca na quantidade desses, não pasteurizando e eventualmente não filtrando) e não apenas um esboço rasurado do estilo.

E para aqueles que dizem por aí que IPA já é coisa batida e que a onda agora é apostar em estilos mais hipsters rebuscados, saibam que ele é de longe o estilo mais vendido no mercado de artesanais dos EUA (mercado que atualmente é o mais inovador do mundo quando o assunto é cerveja) e que por lá as cervejarias tem praticamente por obrigação a incumbência de disponibilizar uma IPA de qualidade em seus portfólios. Muitas inclusive dependem disso para sobreviver.

Uma simples demonstração da força que o estilo detém sobre a terra do Big Four do Thrash Metal;  é a quantidade de IPA/DIPA (são “apenas” 8 entre as 10 primeiras) presente no ranking  das melhores cervejas dos EUA elaborado pela tradicional pesquisa realizada pela revista Zymurgy (a edição 2016 acabou de ser divulgada). Para quem não conhece, trata-se de uma pesquisa feita com associados da Home Brewer Association. A deste ano foi respondida por cerca de 18.000 associados.

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Então cervejeiro, antes de se aventurar por estilos mais complexos buscando com isso talvez uma maior exposição em mídias especializadas, redes sociais e afins, que tal tentar produzir aquela IPA básica que entrega ao consumidor a verdadeira sensação que se espera do estilo? Uma daquelas que o faz esquecer até mesmo da quantia (que costuma ser alta) paga pela breja? Certamente a cervejaria que navegar por essas águas acabará roubando a cena.

E então, qual será a próxima cervejaria que vai roubar a cena no Brasil?

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