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Cervejas de inverno americanas no Brasil

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BrooklynMonsterAle

Pra muito brasileiro, o conceito de cerveja sazonal ainda é meio vago. Algumas tentativas da grande indústria já foram feitas — destaque seja dado à boazinha Kaiser Bock –, mas o que predomina no mainstream é ainda a mesma pale lager de sempre, seja qual for a estação do ano ou a festa a ser comemorada.

A exceção, como sempre, fica por conta das cervejas artesanais especiais. No Brasil, a Cerverjaria Bamberg assume amiúde desafios, lançando as sazonais Bock e Alt, sem falar na Saint Nicholas, comemorativa ao Natal de 2009, e que se espera seja repetida nesse ano. Antes delas, as Baden Baden Celebration Inverno, Verão e Christmas Beer já davam suas caras ao raiar das estações.

Agora chegou a vez dos brasileiros experimentarem as brejas artesanais sazonais da Nova Escola Cervejeira Americana. Estão desembarcando por aqui, pelas mãos da  importadora Brazil Ways, duas imperdíveis cervejas da Brooklyn Brewery, bastante alcoólicas e complexas, ideais para apreciar neste inverno. Vamos às mocinhas novaiorquinas:

Brooklyn Monster Ale

Seguindo a tradição das barley wines lupuladonas das novas artesanais do Tio Sam (a Flying Dog Horn Dog está aí e não me deixa mentir), essa “monstrinha” é de responsa. Contrariando a escrita do estilo, o creme é denso e persistente, coroando o líquido ocre. No aroma, uma festa de nozes, madeira, vinho do Porto, cassis e frutas vermelhas, especialmente cerejas. O lúpulo Cascade se faz sentir, mas menos assertivamente. Na boca, o dulçor dos maltes domina as sensações, formando um corpo licoroso e aveludado. A potência alcoólica se faz sentir tanto no aroma quanto no sabor, produzindo uma agradável sensação quente. A surpresa vem com o seco do final, quebrando o dulçor que parecia excessivo. Segundo a cervejaria, a breja tem estrutura para evoluir na garrafa ao longo do tempo. Definitivamente uma grande cerveja, ideal para ser apreciada com calma e em copos de boca larga, a fim de sentir-se seus complexos aromas durante a degustação.

Brooklyn Black Chocolate Stout

BrooklynBlackChocolate

Imperial stout soberba! No copo, ostenta líquido de aparência preta opaca e viscosa, encimado pelo creme bege-escuro consistente e persistente. O aroma se sente de longe, com notas assertivas de café, chocolate, tostado, toffee, marshmallow e um tanto de álcool. Curiosamente, no riquíssimo sabor, vêm também leves mas detectáveis toques de frutas vermelhas, especialmente cerejas ao marasquino. O chocolate amargo, porém, domina o paladar, carregando sensações de cappuccino. A carbonatação é de moderada a leve, e embora se trate de uma breja bastante complexa, a drinkability é muito boa. Deixa, ao final, o doce do malte emulando o chocolate amargo. Dá pra imaginar a harmonização com um tiramisú, e tem-se aí o nirvana.

Onde encontrar

As brejas invernais da Brooklyn Brewery podem ser degustadas nos bares de cervejas especiais — no Bar Brejas, casa controlada por este site, já tem! Como todas as sazonais, são produzidas em edições limitadas, pelo que convém ao caçador de cervejas não dormir no ponto, caso contrário, só no ano que vem…

Pra arrematar, acompanhe no filme abaixo a visita que fiz à Brooklyn Brewery em março de 2009:

Biertruppe Vintage Nº 1

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BietruppeVintage1

Acomodo-me na poltrona do teatro à espera da afinação da orquestra, que trina acordes desconexos. Faz-se o protocolo de entrada do maestro, aplausos, batidinhas de batuta a pedir atenção aos músicos. Silêncio. Vai começar a sinfonia.

Com suavidade, são as cordas que iniciam. No aroma, violinos… Notas vínicas assertivas, lembrando vinho do Porto. Frutas secas escuras, sobretudo uvas-passas. O tostado se faz presente, mas de forma lânguida, quase fugaz. As harpas trazem o acalento de se estar em uma cave de pedras. Um tênue mofo se faz sentir, lá no fundo, delicioso. De repente, eis que o piano chega à cena, portando consigo notas de maçãs, pêras, frutas vermelhas, tâmaras secas e delírio.

Um interlúdio e vamos às madeiras. As flautas, sempre doces, vêm ao paladar. Dulçores nobilíssimos misturam frutas passas, tostado, toffee. Clarinetes anunciam laranjas em compota. E alguém falou em tâmaras secas? No teatro imaginário onde estou, porto no bolso um saquinho contendo algumas. Peço licença ao vizinho de poltrona e tento a harmonização. Certeira! Como se a cerveja fosse feita da fruta.

Eis que a sinfonia se aproxima do final, e chegam os instrumentos de percussão. Tímpanos fazem aparecer mais laranjas, desta vez frescas. Bumbos chegam ao socorro, sempre afirmando os caracteres tostados e achocolatados. Címbalos de caramelos e ameixas. O regente comanda ás últimas notas, secas, inesquecíveis.

Saio do teatro já pensando na próxima sinfonia. Haverá?

Aberta a temporada da Bamberg Alt 2010

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bamberg alt_2010Com a palavra, o cervejeiro Alexandre Bazzo, da Cervejaria Bamberg (Votorantim-SP):

Nesta semana começa a temporada da Bamberg Altbier 2010, cerveja sazonal da qual foi produzido apenas um tanque e, quando acabar, só no próximo ano.

A cerveja Alt é uma exceção dentro da Alemanha, pois ela é de alta fermentação (Ale) em um país conhecido pela excelência em produzir cervejas de baixa fermentação (Lager). Muitos especialistas dizem que a Alt é uma cerveja híbrida, fermentada em temperaturas intermediárias entre as Ale e Lager e maturada por um longo período. Por isso, ela acaba mostrando características de ambos.

A palavra Alt em Alemão significa antigo, velho, e refere-se ao processo de fabricação da cerveja. Este estilo nasceu em Dusseldorf, Alemanha, e com a invasão das lagers no mundo e principalmente na Alemanha ela ficou ameaçada de extinção. Porém, algumas cervejarias no mundo vêm retomando sua produção. Aqui no Brasil a primeira Alt fabricada foi pela Bamberg e continua sendo a única disponível à venda em solo nacional.

Este ano a cerveja vem com uma fórmula diferente da do ano passado. Mudei a lupulagem, o processo de fermentação, a rampa de cozimento e os maltes utilizados. Abaixo, descrevo o que senti da cerveja deste ano.

Aroma: O lúpulo toma conta com um aroma floral e cítrico. Em segundo plano, percebe-se o frutado do fermento, pitanga, acerola, frutas vermelhas e malte discreto.

Aparência: Coloração cobre, avermelhada, cristalina, com boa formação de espuma.

Sabor: Mais uma vez o lúpulo domina a cena com amargor marcante. Porém, o malte aparece com caramelo, frutas secas, toffee, e um sutil frutado do fermento.

Sensação na boca: Corpo médio-baixo, carbonatação média, final seco, mas sem adstringência, suave e fácil de beber.

Como vocês perceberam não é só a cerveja que está diferente, o rótulo também vem com cara nova. Foi feito pelo André Clemente (n. do e.: jornalista da revista Prazeres da Mesa), e esta é a primeira de outras surpresas que virão.

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