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PÃO & CERVEJA: Programa 4

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O cervejeiro Marco Falcone fala sobre as cervejas do estilo Lambic, de fermentação espontânea, e anuncia que em breve trará uma novidade ao mercado cervejeiro relacionada à breja.

O cervejeiro Marco Falcone fala sobre as cervejas do estilo Lambic, de fermentação espontânea, e anuncia que em breve trará uma novidade ao mercado cervejeiro relacionada à breja. Duração: 7:54 min.

Ouça também os demais programas da coluna PÃO & CERVEJA, que vão ao ar pela rádio CBN Belo Horizonte.

Cervejas Boon chegam ao Brasil

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Nas próximas semanas desembarcarão no país, pelas mãos da importadora Bier&Wein, as brejas da cervejaria belga Brouwerij F. Boon, “especializada” em cervejas no estilo lambic. E, pra quem ainda não conhece a variedade, cabe aqui explicá-la.

Antes da descoberta e do completo entendimento das propriedades do fermento na produção de cervejas, as brejas sofriam fermentação espontânea. No caso das lambics, eram postas em grandes tinas totalmente abertas, no que as leveduras selvagens (trazidas naturalmente pelo ar) faziam o trabalho de fermentação. As Boon ainda seguem esse método antiquíssimo de fazer cerveja, e chegam ao Brasil em duas versões:

  • BOON KRIEK – No estilo lambic-fruit, com 4,5% de teor alcoólico. No processo de fabrico, após a fermentação espontânea ter começado, são adicionadas ao mosto frutas inteiras, no caso, cerejas, conferindo o caráter dessa breja.
  • BOON OUDE GEUZE MARIAGE PARFAIT – As cervejas do estilo lambic-gueuze são um “blend” de lambics novas e antigas, retiradas de vários barris diferentes no processo de fabrico (daí o nome Mariage Parfait, ou “Casamento Perfeito”), e que são engarrafadas para uma segunda fermentação. No caso desta breja, cuidado: a potência é de 8% de teor alcoólico.

São cervejas bastante diferentes e ótimas novidades, a compensar a inexplicável atitude tomada há alguns meses pela ABInBev, a qual decidiu pela interrupção na importação da Belle-Vue Kriek, no mesmo estilo da Boon Kriek.

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(Nota introdutória do BREJAS – Se você ainda não conhece o estilo Lambic, recomendamos que você clique AQUI para entender a definição desta variedade de cervejas.)

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Há muito tempo hesito em escrever um artigo sobre as cervejas do estilo Lambic. Isso porque, desde que nos interessamos pelo assunto cervejeiro, jamais encontramos entre os degustadores um consenso minimamente pacífico. Em geral, o estilo parece seguir o conselho bíblico da Carta de Laudicéia: “Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito”. Em miúdos, ame-a ou odeie-a.Talvez nossa primeira esperiência com as Lambics se deu através da Chapeau Banana, uma belga da cervejaria De Troch. Trata-se do sub-estilo que se convencionou denominar de Fruit Lambic, aroma marcante – de banana, ora pois! – bastante docinha, very drinkable, apesar de apresentar leve amargor e azedo no final um tantinho salgado. De cara adoramos o estilo por acharmos marcante pelo que se propunha, mesmo com a característica ausência de creme. Depois da Chapeau Banana, vieram outras Fruit Lambics, Gueuzes e Faros, a maioria delas razoavelmente bem colocada no nosso Ranking.

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A brincadeira estava interessante até que, dia desses, BREJAS decidiu investir em algumas Lambics “de verdade”, da Cantillon. Digo investir porque o preço dessas belgas não é de bolinho de bacalhau: Uma Cantillon Kriek, no Brasil, custa algo em torno de R$ 70,00.

O leitor precisava ver as caras dos Confrades brejeiros quando degustaram algumas delas juntos. O docinho e a drinkability das Fruit Lambics degustadas alhures foram substituídos por doses nocauteantes (nauseantes, para alguns de nós) de cítrico, azedo, salgado, ácido e seco. O aroma até que era interessante (notas de uva, maçã, acerola e madeira), mas cadê a cereja que deveria estar aqui?

Ano passado estive por alguns dias na Bélgica e me impingi um desafio: Iria ficar um dia inteiro a tomar exclusivamente Lambics. Nesse dia outonal, determinado, perambulei pelos bares de Brugge a experimentar o que me parecesse imperdível em matéria de fermentação espontânea. Provei das incensadas Hanssens Oude Kriek e 3 Fonteinen Oude Geuze a líquidos intragáveis feitos apenas para turistas, como a Mongozo Coconut e sua pretensão de ser uma cerveja “exótica”, cujo copo é um meio-coco.

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Sei que há “cervejólogos” (particularmente, não simpatizo com o termo cervejólogo…) que dizem gostar das Lambics, mesmo as mais azedas e avinagradas. Se o fazem apenas para não parecerem “out” no meio cervejeiro, jogando a breja na pia quando ninguém está olhando, jamais saberemos. Quanto a mim, tenho a humildade de reconhecer que, em linhas gerais, as Lambics ainda não me convenceram.

Mas, talvez, resida exatamente nesse “extremismo” o verdadeiro charme escondido em meio à salobra aridez das Lambics. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio… Quem sabe não é isso e a gente — ainda — não percebeu?



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