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Pasteurização – Quando a cerveja salva vidas

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Aos leitores do BREJAS, apresentamos o vetusto cientista da imagem acima. Trata-se de Louis Pasteur, e se você não sabe exatamente quem foi, com certeza já ouviu falar dele nos tempos de escola. Nascido na França em 1822, filho de um sargento da armada napoleônica, Pasteur nunca foi um aluno especialmente aplicado ou brilhante na juventude.

Foi na universidade, porém, que mostrou seu gênio, sendo laureado com a concessão da Légion d´Honneur francesa em decorrência de suas pesquisas no campo da cristalogia, com apenas 26 anos de idade. O jovem Pasteur, então, começou a se interessar pela química, tornando-se professor da disciplina na Universidade de Estrasburgo. Uniu o útil ao agradável e conquistou a jovem Marienne, então filha do reitor daquela academia, casando-se com a moça.

Foi quando lecionava química na Universidade de Lille que foi procurado pelos cervejeiros da região, abespinhados com um grave e antigo problema: A cerveja que produziam estava azedando demais, comprometendo produções inteiras.

Utilizando o microscópio, Pasteur pôs mãos à obra, conseguindo identificar as bactérias responsáveis pelo processo de azedamento das brejas. De quebra, deu de bandeja a solução para o problema: Aquecer lentamente a cerveja até alcançar 48 graus Celsius de forma a defenestrar as bactérias feias, sujas e malvadas, posteriormente encerrando a breja em recipientes hermeticamente lacrados para evitar nova contaminação. Estava inventado o processo da pasteurização, utilizado até hoje, com algumas modificações, na indústria cervejeira — e em milhares de outros aplicativos alimentares.

E porquê a cerveja entra nessa história como salvadora de vidas, como diz o título deste post?

É que, logo após a descoberta, o cirurgião britânico Joseph Lister aplicou os conhecimentos de Pasteur para eliminar os microorganismos vivos em feridas e incisões cirúrgicas. Em 1871, o próprio Pasteur obrigou os médicos dos hospitais militares da França a ferver todo o instrumental e as bandagens antes de serem utilizados nos pacientes. Na mesma época, expôs sua “Teoria Germinal das Enfermidades Infecciosas”, segundo a qual toda doença infecciosa tem como causa num micróbio com capacidade de propagar-se entre as pessoas. Observou, pela primeira vez, que se deveria buscar o bichinho responsável por cada enfermidade, a fim de combatê-la adequadamente. Terminou por descobrir diversas vacinas — a mais famosa delas é a anti-rábica.

E aqui propomos um exercício de imaginação ao estilo “efeito borboleta”: E se Pasteur jamais tivesse sido procurado pelos cervejeiros de Lille? Quanto tempo demoraríamos para descobrir que os micróbios “do mal” matavam gente? Quantas vidas pouparam, mesmo indireta e inadvertidamente, os cervejeiros franceses?

Pra pensar na mesa do bar, entre um gole e outro…

Chimay, Poteaupré e Scourmont

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De Genebra, na Suíça. 

Nada mais interessante e agradável do que conhecer a região onde é produzida a mais famosa dentre todas as Trappistenbiers. Entre florestas que dividem a região sul belga com o nord français esta localizada a região de Chimay, rodeada por vilarejos como Forges,  Baileux,  Bourlers, e onde  se encontra o Auberge de Poteaupré, excelente ponto de partida (e de chegada!) para explorar e degustar esta saborosa região. 

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Aqui  encontrei  toda a  produção  trapista da  Abadia  de Scourmont que fica a não mais do que 300 metros dali. Queijos , patês,  licores e, é claro, a cerveja! Aproveitei então para experimentar os dois tipos de cervejas on tap oferecidas pelo estabelecimento.

– A Chimay tripel 8% “na pressão” é algo realmente raro e é encontrada apenas na região, curiosamente chamada de blanche pelo serviço da casa. Sua versão on tap  é deliciosa e para mim muito próxima da versão garrafa, porém com mais frescor e talvez menos intensidade, características normais das versões em pressão.

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– A segunda cerveja na pressão servida pela casa é a Chimay Spéciale Poteaupré, exclusivamente produzida e vendida ali, servida em copos estilo tulipa. 

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Com 4,5% de volume alcólico, é uma cerveja puro malte, de cor dourada e levemente turva, mais fraca e um pouco menos intensa que a primeira, ideal para dias de calor no terraço do albergue.

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No cardápio  encontra-se também a já comentada fórmula triple dégustation, com a qual se pode provar os três tipos de cerveja. Existe também a fórmula dégustation mixte, que alterna cervejas e queijos. A mais completa é a chamada la totale,  um carrossel completo com as três Chimays, mais a Spéciale Poteaupré e os quatro tipos de queijos mais tradicionais da casa. Quer mais ?

Não preciso reforçar que, na lojinha da entrada, encontram-se todos os tipos da cerveja em garrafas pequenas e as três versões garrafas grandes com rolha, alem de toda a gama de produtos e acessórios Chimay.  Toda esta produção é feita pelos monges trapistas da Abadia de Notre Dame de Scourmont que estabeleceu-se na região em 1850 e logo já foi conhecida pela sua produção de queijos e cervejas. 

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É possivel entrar no jardim central da Abadia e visitar a igreja que ali se encontra.

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A região é realmente agradável e a própria localidade de Chimay também vale a pena ser visitada. Além de tradicionais estabelecimentos entre cafés, restaurantes e bares, existe ali o Château de Chimay, e sua visita proporciona um mais amplo conhecimento da história da região.

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Logo na entrada da cidade, a mensagem de “bem-vindo”.

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Westmalle Trappist Tripel

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Brejeiros,

Nesse exato momento estou “batendo papo” com uma Westmalle Tripel, um dos poucos rótulos que ainda me sobraram da minha trip pela Bélgica. E resolvi compartilhar com vocês em “tempo real”, o que sinto.

Já tinha degustado outras vezes, em outras viagens, mas sem o mínimo de rigor. Dessa vez dei nota máxima pra ela (no site Ratebeer). Por isso foi que resolvi, aqui no Brasil, sem a sugestão de estar na Bélgica, conversar francamente com ela.

Havia escrito, anteriormente, a seguinte impressão:
“Muitas nozes, pecã. Refrescante, leve, cheia de sabores. Pra mim, uma perfeita combinação entre uma strong ale belga e uma tripel. Perfeita, não dá pra tirar nota.”

Hoje, creme perfeito, denso e consistente, não se desvanece, consistência nevada. Coloração golden turva. Carbonatação na medida. Sentimos, eu e Fabi, além das nozes, canela, frutas cristalizadas e azeitonas pretas. O álcool (9,5%) sobressai levemente, mas é integrado com perfeição ao conjunto. O retrogosto é amargo e levemente frutado. Sente-se o amargor no fundo da língua após alguns segundos posteriores ao gole.

Elixir. Pessoalmente, ainda uma das minhas “top-5”. Claro que há quem não concorde, mas pro meu gosto, bate perfeitamente. Queria morrer afogado numa piscina dela…

Desta vez, meio que procurei pontos negativos pra tirar nota dela. Em análise fria, considero que o aroma é o que falta pra ficar absolutamente perfeita. Mas falta, realmente, MUITO pouco. Na verdade, o aroma segue o sabor, só que é um tantinho mais fraco. Assim, a minha nota final foi 4,8 (1 ponto a menos de aroma e outro de overall).

A garrafinha acaba de terminar. Já deixa saudade… 



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