Cuvée de Ranke
Brejas
Updated
24 de Dezembro de 2017
Avaliações dos usuários
1 avaliações com 5 estrelas
9 avaliações
Avaliação Geral
3.8
Aroma
7/10(9)
Aparência
4/5(9)
Sabor
15/20(9)
Sensação
3/5(9)
Conjunto
8/10(9)
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Avaliação Geral
4.5
Aroma
10/10
Aparência
3/5
Sabor
18/20
Sensação
4/5
Conjunto
10/10
Este surpreendente e intrigante rótulo da De Ranke é um blend entre uma sour ale fermentada com leveduras selvagens usadas pela Rodenbach (tradicional fabricante de Flanders red ales) e uma lambic Giardin envelhecida, combinação que resultou em uma enorme complexidade de aromas e num belo equilíbrio de paladar sem que suas características e sutilezas ficassem ofuscadas. Na taça, mostrou uma cor alaranjada escura e opaca e um creme denso, mas de pouco volume e persistência apenas mediana. O sabor e principalmente o aroma mostraram-se singularmente vigorosos e complexos, com um jogo de características rústicas dominantes amparadas por sutilezas mais delicadas. Predominam os aromas relacionados às Brettanomyces típicas das lambic, remetendo a sal de frutas e couro, bem equilibradas por toques picantes lembrando pimenta-do-reino - imagino que oriundos da levedura da Rodenbach, complementando bem a agudez rústica da fermentação espontânea. Em segundo plano, notas de oxidação rementendo a amêndoas cruas, algo entre resinoso e terroso lembrando casca de árvore e um sabor muito nítido de água tônica ou quinino no fundo da boca convivem com a presença suave, mas perceptível, do malte com notas de mel que equilibram e amaciam o conjunto. Por fim, todo esse conjunto - já extraordinário por si - é complementado por toques sutis de mofo e percepções frutadas que me remeteram a damascos secos e uvas niágara. O paladar também mostra-se equilibrado, com uma acidez francamente dominante, esperada pelo estilo, com características salgadas sólidas e bem amparada por uma doçura e um amargor equilibrados. Na boca, ela evolui de uma entrada fortemente ácida para um final elegante em que a acidez residual é equilibrada pela doçura e pelo amargor concomitantes, atenuando o impacto da acidez e lhe dando drinkability. O retrogosto traz mel, sal de frutas, pimenta-do-reino e toques de mofo e damasco alternando-se na boca, já no limiar entre o paladar e a memória sensorial. O corpo é mediano, moderadamente adstringente, com uma textura aveludada e uma sensação frisante causada pela alta carbonatação. Como saldo final, sua degustação me surpreendeu bastante pela forma como o blend associa de maneira cumulativa todos os sabores num equilíbrio elegante e preciso, sem que essas características sejam ofuscadas ou se percam em meio às demais. Uma degustação exigente, que demanda atenção e oferece recompensas à altura enquanto desvela suas surpresas. Uma cerveja de grande sutileza, que comprova o grau de complexidade que a fermentação espontânea pode suscitar em uma cerveja. Imperdível.
Detalhes
Degustada em
15/Setembro/2010
Envasamento
Volume em ml
750 ml
Onde comprou
Empório Alto dos Pinheiros
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