Lindemans Kriek Cuvée René

Uma explicação: difícil de tomar porém impressiona. Líquido vermelho, bordo, igual vinho, com espuma avermelhada, de pequena formação. Aroma adocicado, frutado, logicamento predomina a framboesa, porém sente-se o azedo, cítrico, acentuado, sente-se o lúpulo herbáceo, muito leve. Sabor predomina o avinagrado, cítrico, com toques de frutas. Cerveja agressiva porém com charme. Valeu a degustação.

Líquido turvo de cor vermelho vinho. Creme de coloração rosácea de alta formação, e baixas consistência e persistência. Alta carbonatação. O perlage é mal visto devido à turbidez do líquido. Apresentação maravilhosa e muito elegante considerando a garrafa em si e após o líquido ter sido vertido nas taças, se comportou como um frisante.
Aroma de frutas cítricas, especialmente cereja e uva, além de sensações acéticas fortes. Sabor excessivamente ácido, sem dulçor algum ao longo da degustação, remetendo às frutas supracitadas. O final é muito seco com uma sensação salgada que me lembrou bicarbonato sódico, e perdurou até o retrogosto, que é muito breve.
Esse rótulo foge dos padrões normais de avaliação de cervejas, pois trata-se muito mais de um frisante frutado, extremamente ácido e seco. Um rótulo para ocasiões particulares, em harmonia com pratos particulares. Apresentação nada mais do que perfeita, aroma e sabores fortes e excêntricos. Avaliando a Lindemans Kriek Cuveé René nessa pegada "sparkling wine", é um rótulo sensacional, e deve ser experimentado. Uma experiência muito interessante, mas que deve ser aproveitado de mente aberta.

Coloração de vinho tinto e espuma branca de modesta formação e duração. Logo no aroma as notas doces de uvas e maltes aparecem muito bem acompanhadas de sensações avinagradas e ácidas. E assim segue o paladar. Esta acidez me incomodou bastante, confesso ter lutado para conseguir finalizar o líquido de minha taça, me deixando com uma boa queimação no estômago após a degustação. As notas frutadas e avinagradas reaparecem no final do gole, trazendo cerejas e morango e persistindo na boca juntamente com a sensação ácida da cerveja. Certamente a Lambic mais agressiva que provei.

Coloração vermelho-cereja escuro, turva. O creme que se forma é muito efervescente, igual de refrigerante, logo se forma, já se desfaz em questão de segundos, tem até o barulho estalante de gás,nunca vi isso antes! Depois que baixa, fica apenas uma lembrança de espuma nos cantos da taça, sem chegar a formar uma auréola. O aroma já mostra que essa cerveja não é sua típica fruit beer: ao invés do docinho da fruta adicionada, lembrando geleía, sentimos aqueles aromas típicos de leveduras selvagens, que remetem a sal-de-frutas, estrebaria, feno, acompanhado de uma pegada avinagrada e até salgada, bem peculiar. O sabor segue o aroma, repetinho os ares animais e o sal de frutas; é extremamente ácida e avinagrada, o final é bastante adastringente (que pega até nos dentes) e até salgado, uma coisa singular. Infelizmente não achei as tais das cerejas nem no aroma, nem no paladar. Corpo leve, com carbonatação altíssima, efervescente. Cerveja bastante peculiar, para quem curte lambic straight, sem adição de açúcar, é um deleite. Essa foi a cerveja em que mais consegui perceber as características tradicionais de uma lambic: o avinagrado, a acidez elevada, os aromas animais e o toque salgado que faz com que pensemos até em Eno! rs Quem tem úlcera ou gastrite, passe longe dessa cerveja, que ela é azia na certa!

Recém chegada ao Brasil, Lindemans traz em sua maioria, Lambics adoçadas, de perfil mais comercial. A linha Cuvéé René, são fabricações mais tradicionalistas, deixando exposto o lado mais conservador dos belgas. Esta Kriek surpreende pela acidez marcante e a boa interação com a fruta adicionada.
Apresentou coloração rubi, uma espuma de cor salmão, que se formou em abundância e apresentou uma duração razoável.
Dominam os aromas frutados, com cereja (obviamente) cascas de laranja e morando. Há um fundo herbáceo interessante, que traz tanto aromas mais rústicos de grama, quando um frescor mentolado gostoso. Os aromas de couro advindos da fermentação espontânea é mais destacado do que boa parte das Fruit Lambics que eu já tive a chance de provar.
As cerejas são destaque no paladar e junto com a doçura um pouco mais intensa do que o esperado dos maltes, fazem um contraste colossal com a acidez violenta, deixando tudo em harmonia no final. Tem um corpo mediano e uma carbonatação alta.
De fato, as duas cervejas das Lindemans que me surpreenderam positivamente até agora foram da linha Cuvée Rene. Não tem jeito. Prefiro as Lambics sem adição de açúcar, que mostram-se sim, um pouco mais agressivas, mas tem complexidade absurdamente maior.