Anner Bier Maria Degolada

Coloração "ouro velho", turva; Formação linda de espuma, com persistência maravilhosa. O aroma traz notas de malte, trigo, florais, especiarias (cravo, coentro) e notas alcóolicas. A aparência e o aroma são assertivos, entretanto, o que fico a desejar foi o sabor. Aparecem as especiarias, enjoativamente, o dulçor - excessivo, e o álcool, não é "potente", mas sim, um fato que desequilibra um conjunto. Além disso, o lote apresentou oxidação, um sabor de ferro, medicinal, excessivo.

A Maria Degolada é do estilo Belgian Tripel (sub-estilo do Belgian Strong Ale), que caracteriza cervejas de alta fermentação, claras ou escuras, equilibradas, saborosas, complexas, alcoólicas e que utilizam na receita algo como 3 vezes a quantidade habitual de malte. Com mais "alimento" as leveduras permanecem em ação por mais tempo e o resultado é uma gama maior de aromas, sabores e álcool do que numa dubbel, por exemplo, e menor do que numa quadruppel em regra.

É produzida pela Cervejaria Anner que foi fundada pelos irmãos Glauco e Guilherme Caon em 29 de janeiro de 2007, estando situada na cidade de Porto Alegre/RS. O nome homenageia o sobrenome dos avós e o portfólio contém ainda a Blonde Ale, a Special Bitter, a Libertadora (Old Ale) e outras sazonais/especiais.

Lote 02 - validade novembro/2013. A garrafa é de 600 ml, cor marrom, tampa vermelha, e ostenta um rótulo que contém uma xilogravura feita pela mãe dos irmãos, Olga Caon, que é artista plástica. O tema, uma mulher com a cabeça cortada e segura por um dos braços, se refere ao ano de 1899 quando Maria Francelina Trenes foi com o namorado, um soldado da brigada militar, ao morro do Hospício, onde hoje fica o bairro Parthenon, em Porto Alegre. Lá houve uma briga e o soldado degolou Maria, sob uma figueira. No local foi construída uma capela e no entorno surgiu a Vila Maria Degolada, ou melhor, Maria da Conceição.

Vertida na taça revelou um líquido de coloração alaranjada, turbidez mediana, com espuma entre o branco e o bege, de bela formação e consistência, de mediana manutenção e que desenhou algumas rendas nas laterais. Perlage perceptível - bolhas pequeninas.

O aroma é agradável e ostenta certa complexidade própria do estilo, tendo apresentado moderadas notas de malte (cevada e trigo), adocicado, pão, fermento, coentro, leveduras e algum lúpulo.

O sabor é igualmente complexo e lembra um pouco as tradicionais receitas belgas. No paladar o líquido licoroso apresentou-se encorpado e ostentou iniciais notas maltadas o que conferiu um bom caráter adocicado lembrando caramelo; a seguir especiarias (coentro), uma pequena lembrança de notas cítricas de casca de laranja, leveduras e sutil lúpulo para equilibrar. O álcool de 11,1% ABV (como figura no rótulo), conquanto pronunciado, não é agressivo e não rouba a cena da gama de sabores da breja. O final é seco e tostado e o retrogosto é alcóolico. O corpo é médio-alto e a carbonatação é média. A drinkability é muito boa!

A mim o conjunto se revelou harmonioso, potente, saboroso, agradável e representou bem um estilo bastante tradicional.

Recomendo!

Coloração avermelhada turva, espuma clara e duradouda. O aroma frutado bem longe e o que prevalece é o de alcool e o primeiro sabor também, tudo bem que isso é devido ao alto teor (11,1%) mas achei desequilibrada. Ainda no sabor, doce em excesso, notas de caramelo, baixo amargor e no final também prevalece o alcool. Cerveja boa para dias frios mas esperava que seria mais complexa e encorpada. Não é ruim mas também está longe de ser uma boa tripel.

Aparência: coloração laranja, turva, creme bastante claro, farto e de boa duração.

Aroma: malte, especiarias, frutado, álcool.

Sabor: Doce inicial, amargor moderado, picante, alta carbonatação, textura densa, final frutado.

Posta na taça, a "Degolada" exibiu uma forte coloração alaranjada com bastante turbidez em seu interior. Seu creme se formou em ótima proporção e durou satisfatoriamente. O aroma se desprendeu bem e trouxe malte, especiarias como cravo, coentro, pimenta do reino, além de leve frutado e álcool. Na boca ela se inicia suave e doce, seguindo de imediato aquecimento devido ao álcool, ainda com leve sensação picante. O amargor é tênue e fica sempre em segundo plano. Ainda tem estão presentes notas condimentadas, frutas secas, damasco e fermento. Seu textura é densa, quase licorosa, mas a alta carbonatação não a deixa "pesada". O final é mais frutado e doce. Boa drinkability.

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Tomara que tenha pegado um exemplar com problemas, porque não bebi uma boa cerveja.
Coloração bege acinzentada, turva. Com creme leve e fugaz.
Aromas doces e desequilibrados. Fermento, açúcar cristal, condimentos e álcool.
Sabor doce, um tanto condimentado e de final amargo. O fermento toma conta do conjunto. Mas tudo muito mal balanceado e nada harmônico.
Uma Tripel muito abaixo dos bons exemplares nacionais.