Detalhe da Avaliação

Se na própria garrafa já está gravado "Aqueles que tiverem paciência serão recompensados", dois anos e meio após o envase talvez seja um tempo razoável de maturação.
A espuma surpreendeu, boa formação e duração aceitável, bem brilhante, com um marrom graduado que dava a impressão de brotar do líquido, o mais negro e escuro que já visualizamos até o momento em uma imperial stout. Não conseguimos enxergar qualquer sinal de transparência à contraluz. Em um corpo visivelmente pesado como esse, a carbonatação mostrou-se naturalmente baixa.
No aroma, explosão de cacau, além de um frescor mentolado e álcool. Na boca, já no primeiro gole vem rápidas notas de café e adocicado, também baunilha, álcool, madeira; rapidamente o café atenua e dá mais espaço ao abundante cacau. Amargor marcante, bem dosado pelo dulçor. Uma mescla de torrefação com leve defumado. O álcool tem presença destacada, mas bem inserida para 12%; no entanto, fica mais ameaçador conforme a bebida esquenta. Difícil definir bem a oscilação sentida na boca por alguns momentos: uma flutuação com um misto de efervescência, amargor, frescor, nuances de cacau, álcool... um show de sensações.
Encorpadíssima, porém bem aveludada. A drincabilidade, como já se esperava, não é um ponto forte, e nem precisa ser. O retrogosto é um pouco seco, com amargor característico de cacau.
Puro deleite. A espera compensa sim.

(Aroma: 7,5; Conjunto: 8,5)