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Detalhe da Avaliação

4.3 21
Brasil
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
11 de Setembro de 2011 18858
Avaliação Geral
 
4.8
Aroma
 
10/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
19/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
10/10
No Brasil as cervejas especiais ainda são vistas por muitos como glamour, status, por serem muito restritas as classes econômicas mais altas. Cervejas que passam pelo método tradicional (ou champegnoise), tem um apelo forte de refinamento, tanto por todo o cuidado na parte estética, quanto em cada detalhe do processo, longo e delicado, ou da complexidade que geralmente acompanha estas cervejas. Talvez por isso, o Brasil seja um dos países que produzem a maior diversidade de rótulos que passam por esse processo. A cervejaria mineira Wäls, também lançou uma, no começo de 2011, limitada em 100 garrafas. Resolvi provar a minha depois de um ano e meio, mesmo havendo certas divergências no assunto de guarda de Biére Brut. Antes de observar o líquido, é necessário admirar a bela garrafa e a caixa, com certificado de autenticidade (criticada por seu alto custo por alguns). Apresentou coloração dourada, quando vertida na taça, em tons mais escuros, inicialmente límpida, mas ao final da garrafa, com bastante presença de resíduos, mas ainda assim, pode-se notar as bolhas subindo rapidamente (perlage). Seu creme é branco, com uma formação abundante e duração boa, ainda desenhando rendas nas laterais da taça.
O ponto alto, vai para o aroma, extremamente complexo, variado e harmônico. Em primeiros instantes, me pareceu dominado por aromas frutados como o de damasco, frutas cristalizadas, uvas e pêra, além de toques cítricos de laranja e abacaxi. Aromas condimentados equilibram o conjunto, sendo encabeçados por tons de baunilha, seguidos por sugestões de cravo e pimenta-da-jamaica. Por fim, aromas delicados de flores, mel e ainda amêndoas.
Continua extremamente complexa no paladar, abrindo com as marcantes sugestões do malte, que dominam em tons de mel e baunilha. Esse adocicado é muito bem balanceado por nuances cítricas, além do final condimentado e alcoólico. Mesmo sendo dominado pela doçura, no paladar ainda traz um caráter mais seco ao final do gole, trazendo ainda mais equilíbrio, ao meu ver. Possui um corpo médio (não tão delicado quanto a DeuS, por exemplo) e uma carbonatação também média. Na verdade, a cerveja quase chega a perfeição, na minha opinião, sendo o maior pecado a carbonatação um pouco mais sutil do que gostaria, fato que pode muito bem ser perdoado, pela guarda da cerveja. Ainda me lembro de ter provado outro lote da Wals Brut e ter tomado uma cerveja completamente diferente, mais seca e delicada. Muito provavelmente mais por conta de mudanças na receita do que do envelhecimento da cerveja. Mesmo assim, nas duas oportunidades que tive de provar esta cerveja,todas estavam soberbas, fazendo frente com as belgas semelhantes que encontramos aqui no Brasil. Parabéns ao Zé Felipe e ao Thiago por esta brilhante obra de arte.

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