Colorado ICI 01

Recentemente a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, foi adquirida pelo grupo Ambev, causando revolta entre muitos apreciadores. O fato é que ninguém sabe ao certo quais rumos a cervejaria vai tomar daqui pra frente. Talvez uma das poucas certezas seja o fim da produção de alguns rótulos, sobretudo aqueles encomendados por determinadas empresas.

Provavelmente este é o caso da "ICI 01", uma cerveja feita sob encomenda para o restaurante francês paulistano ICI Brasserie. Lançada em 2013, ela é uma adaptação da tradicional "Cauim" ('lager' da casa produzida com fécula de mandioca) da qual saem os lúpulos originais e entram os lúpulos franceses da região da Alsácia, respectivamente "Triskel" e "Strisselpalt". A receita foi criada pelo mestre cervejeiro João Becker - atualmente dono da cervejaria Weird Barrel.

Vale lembrar que em 2014 a Colorado lançou a mesma cerveja sob outra denominação, numa edição especial para a Copa do Mundo. Quem não se recorda da "Cauim Allez Les Bleus" e sua polêmica propaganda com a mulher francesa de axilas peludas?

Dourada e brilhante, no copo exibe colarinho branco curto de baixa retenção.

No aroma, agradável brisa de lúpulo evoca toques cítricos e florais, esgueirando-se sobre a base ligeiramente abiscoitada de malte. Pontuais notas de casca de laranja chamam a atenção. Interessante.

Ao paladar revela corpo baixo e crocante, com sabor marcado pelo traço cítrico/floral dos lúpulos. O malte se coloca por baixo, em em meio a sutis notas de panificação. Suave acidez cruza o final lupulado de moderado amargor. Excelente 'drinkability'.

Os elementos cítricos juntos a discreta acidez proporcionam um conjunto significativamente mais refrescante que o da velha "Cauim". Vale pela curiosidade.

Líquido amarelo, boa formação de creme. Não sei quanto aos demais degustadores, mas para mim tanto no aroma quanto no sabor as notas de mandioca surgem com muito mais força que na Cauim, que pelo jeito é a base dela. Senti também notas de melado de malte. Me pareceu levemente enjoativa, mas não é ruim.

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Trata-se de uma tentativa de fazer uma German Pilsener utilizando apenas lúpulos oriundos da Alsácia, região franco-germânica que marca a fronteira sul entre os dois países. O resultado é uma Pilsener bastante leve apesar de bem feita. Faltou lúpulo.
Servida na pressão apresentou um líquido dourado claro, brilhante e com um belo creme branco de boa formação mas baixa persistência.
Aroma fraquinho com algumas notas de malte e o lúpulo praticamente ausente.
O sabor tem uma base de malte doce e um final suavemente amargo e seco. Equilibrada mas insossa demais. Aftertaste levemente adocicado.
Corpo leve, média carbonatação e boa drinkability.
Correta mas sem graça.

Coloração dourada escura translúcida com creme branco de média duração. Aroma com predomínio do malte sobre o lúpulo. Na boca o lúpulo se faz mais presente, com final levemente amargo e seco. Boa cerveja.