Petroleum Amburana

Café forte, amburana difícil de achar. Aroma mostra Madeira. Daquelas BREJAS parrudas. Vi pouca diferença pra original.

Sediada em Curitiba (PR), a DUM começou em 2010 na panela dos cervejeiros caseiros Júlio Moutinho, Luiz Felipe Araujo e Murilo Foltran. Durante os dois primeiros anos o trio desenvolveu algumas receitas e chegou a participar de festivais como o Curitiba Homebrewers Fest, Festival Nacional 2010, Festival Nacional da Cerveja em Blumenau dentre outros - sempre recebendo elogios por parte de público e crítica.

O grande passo para o mercado formal se deu em Janeiro de 2012, quando a receita da então caseira "DUM Petroleum" foi licenciada e incorporada à linha fixa da cervejaria mineira "Wäls". Mas foi só no primeiro semestre de 2013 que eles conseguiram produzir comercialmente sua própria versão da Petroleum, utilizando para isso a fábrica da cervejaria "Gauden Bier" em Curitiba.

PETROLEUM AMBURANA

Lançado ao lado das versões "Carvalho Francês" e "Castanheira", o rótulo traz a famosa 'Russian Imperial Stout' da casa maturada em barris de amburana (de alta tosta) previamente utilizados para envelhecer as cachaças orgânicas "Porto Morretes". O projeto contou com a ajuda de Agenor Maccari Junior, professor da UFPR e pesquisador na área de produção de bebidas com enfoque no uso de madeiras brasileiras para o envelhecimento de cachaça. Vale lembrar que a receita base da 'Petroleum' emprega ingredientes diferenciados como cacau belga, aveia e cevada torrada, alcançando amargor de 96 IBU.

*Versão 'on tap' vendida em garrafas PET durante o Festival Brasileiro da Cerveja.

Líquido preto fechado. Na taça forma uma película fugaz de espuma marrom escura.

Aroma profundo de malte torrado, passando por traços de caramelização, álcool, madeira e sutil defumado. Notas de chocolate, toffee, licor de café, coco queimado e baunilha desprendem-se com parcimônia.

Ao paladar mostra corpo denso, textura viscosa e carbonatação baixíssima. Uma parede rígida de torrefação e lúpulo define o amargor intermitente que envolve toda a degustação. Toques de pão queimado, chocolate amargo, leve salgado e madeira acompanham nuances picantes/condimentadas de fumo de corda, canela e gim. O álcool aparece, mas é bem inserido. Final amargo longo, tânico e resinoso, relegando ao retrogosto pronunciada adstringência.

Apesar do conjunto possuir algumas arestas, no geral ela agrada bastante quem busca uma experiência cervejeira extrema. Recomendo.