Rugbeer O´Driscoll

Cerveja âmbar, turva com creme claro e bem persistente.

O aroma é espetacular! Gengibre!!!!!! Ainda nota-se o lúpulo, mas a predominância é de gengibre! O confrade Anderson Martins até brincou que ficou com vontade de comer sushi!!

No sabor, mais gengibre, mas não prejudica o conjunto.

Excelente cerveja! Essa é para ter na geladeira e para levar para os amigos e beervangelizá-los.

Piacevole da bere con amici, non ha i cromosomi della "mia" birra

O gengibre fica um pouco destoante no aroma, embora este seja bem rico e marcante. No paladar, o gengibre - novamente ele - fica bem acima da cerveja, o que faz com que a experiência dessa cerveja fique bem restrita: sozinha, por exemplo, não fica tão interessante; já harmonizada, imagino ser bem melhor. Se beber, lembre-se de montar um cardápio bem direcionado.

Coloração amarelada quase dourada, turva, com uma espuma pequena, mas de boa duração, daquelas que baixam mas permanecem no centro e nas laterais do copo. Bem carbonatada, traz alguns sedimentos na garrafa, comum em cervejas artesanais.

O aroma logo surpreende. Obviamente tem gengibre, mas não chega a ser escancarado. O que mais aparece é um aroma floral.

Já no sabor, o gengibre é o que predomina, deixando-o marcante e inconfundível, já que a intensidade é alta. Talvez até comprometa o drinkability, tenho que beber mais quantidade pra poder atestar.

De corpo médio, a sensação na boca é picante, pela ardência do gengibre e pela picada da carbonatação. O retrogosto dura muito, lembrando bastante gengibre. Quem está acostumado a comer em restaurante japonês e limpar o paladar usando as fatias de gengibre em conserva vão entender bem do que estou falando. Pela proposta, é exatamente o que eu esperava. O álcool, entretando, apesar de relativamente alto, quase não se sente, o que é fantástico.

Tudo isso faz com que o conjunto seja excelente, tanto pelos aromas e sabores inusitados, raros de se ver em qualquer cerveja, quanto pela harmonia e conjunto.

Vale muito a pena ser degustada. Espero que possamos ver essa belezura produzida em mais quantidade e com maior distribuição.

Esta peculiaríssima ale caseira de autoria de João Becker é uma das preciosidades que só se encontram no Frei Tuck. Sua proposta é ser uma cerveja marcada pela presença do gengibre na receita, e de fato essa é sua característica indubitavelmente mais marcante, tornando-a tão forte e avassaladora quanto... bem, um jogador de rugby em disparada! Mostrou uma cor alaranjada clara e luminosa, muito opaca, com boa espuma branca e um abundante corpo de fundo que me pareceu ser gengibre moído, e não fermento. A especiaria parece ser adicionada também no envase, potencializando sua presença. No aroma, se vc sentir de longe, vai notar um frutado adocicado de abacaxi em calda; mais de perto, essas sensações são imediatamente obscurecidas pelo intenso aroma de gengibre, prenunciando o que virá no gosto. Sente-se ainda um floral de fundo (mas ele se casa com o aroma da especiaria, de modo que me pareceu difícil distinguir até que ponto vem dos lúpulos ou é uma nuance do gengibre). No sabor, as sensações se repetem, com franco predomínio do gengibre dominando todo o sabor e ocultando ainda mais as outras sensações da breja. Tem paladar bem picante, com doçura e acidez destacas na entrada, algum amargor de fundo e residual adocicado e picante, com retrogosto de gengibre. É encorpada, com boa carbonatação e sensação picante e aquecedora - cortesia, mais uma vez, da forte presença de gengibre, que se mistura ao álcool.

É um exemplo nacional da filosofia das cervejas extremas, em que uma característica domina o conjunto e dá o tom da receita. Muito marcante, picante, lembra um pouco em quentão de festa junina. Maltes e lúpulos ficam em segundo, quiçá terceiro plano, e aqui reside o ponto fraco da receita, a meu ver. O gengibre é tão marcante que oculta a percepção de outros sabores, perdendo um pouco em harmonia, em complexidade e em drinkability. Talvez fosse mais do meu paladar se a presença do gengibre fosse mais atenuada, o que a tornaria uma cerveja mais sutil, compondo melhor com outros elementos da receita.