Schmitt Barley Wine

Cerveja apresentou baixa retenção de espuma. Aroma bem doce (açúcar mascavo, caramelo), presença de frutas secas (uva-passa, ameixa, damasco). No paladar as notas se mantém, com final seco, floral destacado e levemente picante. Textura mediana e baixa carbonatacao.

Cerveja muito aromática, com toques frutados, principalmente uva. Creme raso e não muito durável. Não apresenta muita carbonatação. Sabor maltado, com inicio adocicado, revelando aos poucos um amargor não muito intenso. Bom conjunto.

Esta Schmitt é do estilo Strong Ale, sub-estilo English Barleywine (vinho de cevada), este caracterizado por cervejas de alta fermentação, coloração variável, robustas, em regra envelhecidas e que exalam um aroma bastante frutado de frutas secas, um característico caramelado e notas maltadas de panificação. O sabor é rico e intenso, com corpo se apresentando denso, carbonatação baixa e teor de álcool que pode chegar a 12% ABV. É um estilo cujos exemplares se prestam à guarda, a exemplo de bons vinhos. As cervejas inglesas no estilo possuem uma base de maltes mais rica, amargor terroso e um perfil mais equilibrado do que as congêneres americanas que destacam bastante o lúpulo cítrico.

Trata-se de mais um exemplar do seleto grupo das eleitas como as 25 imperdíveis do Brejas e é produzida pela Cervejaria Schmitt (ou Cervejaria De Porto) instalada na cidade de Porto Alegre/RS desde 2001. É de propriedade de Gustavo Schmitt que começou a produção artesanal por volta de 1984. No portfólio: Schmitt Ale (APA); La Brunette (Stout); Schlau Hefeweizen e Sparkling Ale (Blond).

Vintage 2010; validade 12/11/2015 - lote 37. A garrafa é de 355 ml, cor marrom, com rótulo minimalista que traz em letras grandes o nome da cervejaria e em letras menores o estilo, a graduação alcoólica (8,5%) e a expressão 'fermentada na garrafa'. No contra-rótulo vislumbra-se um descritivo do estilo, impressões sensoriais, ingredientes etc.

Vertida na taça revelou um líquido de coloração alaranjada, com mediana turbidez, espuma de cor branca de bela formação, consistente, cremosa e de razoável manutenção. Ao girá-la na taça percebe-se certa viscosidade do líquido e as paredes laterais do vidro ficam tomadas pela espuma por um curto período. Há sedimentos depositados no fundo da garrafa. Perlage (bolhas) perceptível.

O aroma desta cerveja se mostrou bastante agradável, revelando-se complexo e equilibrado. Foram percebidas belas notas maltadas com nuances de caramelo, mel, pão e frutas secas, além de frutas vermelhas e amarelas (pêssego), fermento, madeira e baunilha, especiarias (cravo), lúpulo com perfil floral e cítrico (laranja e abacaxi) e álcool saliente, mas harmonioso.

No paladar o líquido se apresentou licoroso, com uma saliente base maltada que denota inicialmente um perfil adocicado que vem a ser sucedido pelo frutado descrito no aroma, além de também se perceber especiarias, madeira, lúpulo floral e cítrico. O final é agridoce, seco e alcoólico. O retrogosto é seco, prolongado e adstringente. O corpo é médio e a carbonatação é média-alta. O álcool de ABV 8,5% é bem saliente, proporciona agradável aquecimento e está dentro do estilo. A drinkability é ótima, conquanto as características do estilo imponham limites à quantidade degustada.

Degustação prazerosa, fruto de um conjunto robusto, harmonioso e de excelente complexidade.

Recomendo!

Coloração dourado/âmbar, média turbidez, e espuma branca fina e perene.

O aroma remeteu ao dulçor do malte (mel e melaço) e a frutas maduras, como abacaxi e damasco. Além disso, algo lembrava vinho, uvas (...). O álcool se desprende em meio a tudo isso.

Na boca um pouca ácida, adstringente e inicialmente com leve azedo. O dulçor do malte, embora marcante, é compensado pela força do álcool, conferindo um certo equilíbrio. Retrogosto alcoólico (quente) com residual adocicado.

A bem da verdade, aroma e sabor complexos.