Bodebrown Venenosa Imperial Milk Stout

Cor: negra, opaca, oleosa, densa.

Espuma: marrom escuro, cremosa, “belgian lace” até o fim do copo.

Aroma: iogurte, maracujá, cítrico.

Paladar: iogurte, maracujá, azedo, alcoólica, licorosa, corpo alto, torrado, café, chocolate, sugestão de leite, ameixa, complexa, final seco.

A contagem regressiva para degustá-la começou com a escolha do Rio na votação de qual lugar mereceria receber o chope Perigosa, na enquete realizada pela Bodebrown. Por sorte um amigo comemorou seu aniversário num dos dois locais agraciados, e coincidentemente o barril foi aberto no dia anterior. E quem ganhou o presente fui eu! Depois de mais de 5 chopes tomados, um novo sabor era sentido a cada momento e ainda mais quando a bebida esquentava no copo, como por exemplo frutas vermelhas (em especial ameixa). A lactose foi a responsável pelo toque de iogurte (azedo) que senti tanto no paladar quanto no aroma e creio que o "milk" esteja mais para uma sugestão do que para algo “leitoso”, pois foi com muito custo que senti gosto de leite, talvez mais até por influência psicológica. O forte aroma cítrico/maracujá mascarou aromas de café e chocolate, pois não os senti. Embora com notas cítricas também presentes no sabor, este apresentou-se mais equilibrado, pois consegui sentir uma gama de sabores. Extremamente potente, complexa e alcoólica era muito convidativa para um próximo gole, pois era gostosa e aveludada na boca. E se a festa não tivesse acabado cedo, corria o perigo de envenenar-me excessivamente com ela.

Degustada no Bar Brejas pela CCC, em noite de degustação das cervejas Bodebrown, gentilmente cedidas pelo Maurício, que as recebeu de presente da cervejaria.

Coloração negra e opaca. Boa formação de espuma marrom, de média persistência. Aroma extremamente torrado, com muito café e toques de defumação, que me lembrou castanha-de-caju. O sabor segue o aroma, com bastante café e final seco, torrado e amargo, no qual dá as caras um azedinho láctico. Encorpadíssima, com carbonatação baixa. Cerveja sui generis, muito interessante, mas apresenta baixíssima drinkability; o copinho de cerca de 50 ml em que foi servida provou-se mais do que suficiente. Destaque pro elevadíssimo teor alcoólico (14,5% ABV), que apesar disso consegue a proeza de ser bem inserido e não desequilibrar o conjunto. Chama atenção também o rótulo da garrafinha, cujo tampinha ainda por cima vem recoberta de cera, charme puro!

Cerveja escura, pouca espuma.
Tem um aspecto licoroso, com um aroma frutado seco e forte.
Por levar lactose na composição, existe um leva toque de leite no aroma.
O álcool é bem presente no aroma e também no paladar.
No sabor, malte torrado e leite, mas não um leite "pejorativo", e sim um leite muito bem inserido, uma cerveja maravilhosa, um legítimo milk shake de cevada.

Nunca tinha provado nada no estilo, e já está no rol das melhores que tomei.

Em fevereiro anunciamos no Blog a criação da Bodebrown, primeira cervejaria-escola do país fundada em Curitiba (PR). Pois não se passou sequer um ano e os bons ventos cervejeiros paranaenses já sopraram.

Através do beneplácito da cervejaria, recebemos algumas das novíssimas crias do pessoal para degustação, antes mesmo do registro ministerial dos rótulos. As brejinhas foram postas à prova pela Confraria Cervejeira Campineira, da qual este escriba faz parte. A degustação aconteceu no Bar Brejas.

Já na aparência dá pra sentir que a Bodebrown, definitivamente, não vem a passeio no cenário das cervejas artesanais brasileiras. Em marotas garrafinhas de 330ml, as tampinhas metálicas são recobertas com cera. E o rótulo… Bem, o rótulo é esse que o leitor vê na foto desta avaliação.

É nítido que a cervejaria-escola “bebeu” da profícua fonte da Nova Escola Cervejeira Americana não apenas no bom-humor dos rótulos. A breja é uma verdadeira pancada sensorial.

O nome “Milk Stout”, proscrito como estilo na Grã-Bretanha, deriva do uso da lactose, especialmente para conferir dulçor ao conjunto. Muitas vezes confundida ou aglutinada pelo estilo Sweet Stout, a variedade é, por vezes, chamada de “Cream Stout”.

A Venenosa Imperial Milk Stout, de fato, apresenta alto dulçor, com um “brinde” extra: A breja radicalizou na potência alcoólica (14,5% ABV), de uma forma tal que esse álcool se insere magicamente no set, valorizando-o.

O resultado é uma breja bastante complexa, com notas aromáticas de madeira queimada, ameixas em compota, brandy, caramelo e tostado. O corpo é licoroso e a carbonatação é média/baixa, potencializando o quente do álcool.

Uma cerveja deliciosamente reconfortante.