Wäls 42

Bela rolha da Cervejaria Wals que ao abrir proporcionou um agradável estampido seguido de uma curta névoa, que sem querer me revelou, mesmo um pouco longe da garrafa algumas características que viria a notar a seguir.
Ao despejar o líquido dourado mais puxado para âmbar na taça belga notei a espuma tomando forma com bolhas de tamanho médio e dispersas irregularmente, bonita.

Ao cheirar pela primeira vez a primeira coisa que nota-se é a flor de laranja seguida de leve por limão, bem de leve. demorei um pouco e achei abacaxi. Ao ler o rótulo, vi amêndoa e café, que não encontrei ao cheirar.

Ao tocar a língua senti a acidez e depois um pouco da secura do malte. Laranja e limão novamente aqui.
Ao engolir o primeiro gole, que maravilha, minha língua pareceu sumir na boca, aquecer, talvez com o malte, ou algo mais que não pude identificar(na descrição do rótulo diz carboidrato). Boa carbonatação.

Ao fim da primeira taça pude notar ao girá-la uma renda diferente. A renda parece pontilhados médios perfeitamente espaçados entre si na barriga da taça belga logo acima do líquido. Belíssima renda.

O retrogosto persistiu um pouco com acidez e álcool.
Ao esquentar um pouco mais talvez 10 graus pude notar no cheiro e no sabor um pouco mais de álcool.

Boa drinkability. Porém não tome em locais muito quentes acima de 30 graus, pois ela ira mudar rapidamente.
Recomendo com certeza.
Bela receita.

Mais um rótulo da Wäls, de Belo Horizonte (MG) - cervejaria artesanal que desde fevereiro integra o universo Ambev.

42

Digite no google a seguinte entrada: “Resposta para a vida, o universo e tudo o mais”

O resultado da pesquisa será "42". O motivo disso é uma referência ao universo "nerd", já que tanto a pergunta quanto a resposta pertencem à saga ficcional "O Guia do Mochileiro das Galáxias", de autoria do inglês Douglas Adams.

A brincadeira partiu dos funcionários "nerds" do "Google América Latina" que, em 2012, produziram a receita dessa cerveja em parceria com a Wäls. Trata-se de uma "Saison" fermentada com leveduras belgas e de champagne, levando ainda ingredientes como amêndoa, limão taiti, abacaxi e café. Além disso, ela passa por duplo 'dry-hoping' de lúpulo "Saaz" e tem amargor de 30 IBU.

Líquido amarelo escuro, meio alaranjado, de média turbidez. Na taça exibe dois dedos de colarinho branco de média persistência.

O aroma ressalta a influência das leveduras via nuances levemente "funky" remetendo a suor. Notas de uvas verdes, nêspera, abacaxi, própolis e noz-moscada surgem subjacentes ao passo que suave floral de lúpulo corre por cima. O resultado agrada, mas poderia ser mais expressivo.

Na boca mostra corpo médio-baixo e elevada carbonatação. Uma doçura bastante sutil de malte conecta elementos cítricos/frutados, ácidos, 'funky' e condimentados. Reminiscências de abacaxi azedo, uva verde, damasco, laranja mofada e capim-cidreira vêm à frente. Noz-moscada, pimenta vermelha, suor e lúpulo ficam no fundo. Algo de borra de café insinua-se furtivamente. O final segue seco, ligeiramente ácido e salgado. Marcante gosto de levedura permanece no retrogosto.

Cerveja de grande potencial gastronômico, conseguindo unir complexidade e sutileza para forjar uma experiência ao mesmo tempo ousada e refrescante. Recomendo.