Wäls Quadruppel Barrel Aged

Série limitada: 1937
Marrom, quase não formou creme e duração breve, baixa carbonatação, textura levemente aguada;
Aroma intenso, madeira, frutas, álcool, cana;
Sabor desequilibrado, uma pena que não seguiu o aroma, um leve azedo, avinagrado que destoa do conjunto, alcoólica, sabor residual desagradável.

Mais um rótulo da Wäls, de Belo Horizonte (MG) - cervejaria que desde 2015 integra o universo Ambev.

QUADRUPPEL BARREL AGED

*Garrafa número 0800

Resultado de um lote de aproximadamente mil litros, trata-se de uma edição limitada, com garrafas numeradas, lançada em 2015. Para isso, a 'Quadrupel' da casa foi maturada durante 10 meses em barris de carvalho francês previamente utilizados para envelhecer cachaça mineira por 10 anos.

Líquido translúcido de coloração âmbar acobreada. Servido, forma uma espuma rasteira de rápida dissolução.

Aroma caramelado, frutado, alcoólico, amadeirado e ácido. Nuances de toffee, chocolate, banana passa, cachaça, coco queimado, canela - e um deslocado vinagre - vêm em camadas igualmente intensas.

De corpo médio e carbonatação reduzida, ao paladar traz notas proeminentes de madeira e vinagre a influenciar os demais elementos. Com efeito, o que era pra ser um perfil agradável de barril, caramelização e ésteres, acaba ganhando contornos de uma mistura indigesta entre coco estragado, canela, cachaça, toffee e banana podre. Para completar o desastre, um amargor típico de remédio cruza o final longo, agridoce, ligeiramente salgado e picante. Drinkability baixíssima.

Desconjuntada que só ela, fica para a Wäls o registro de um grande equívoco. Quem não comprou não perdeu nada.

Temperatura de degustação: Dez graus Celsius.
Cor: Marrom turva.
Creme: Bege de média formação que mantém um fino halo persistente ao redor da taça e que deixa muitas marcas na mesma.
Aroma: Muita madeira, com sugestão de acidez.
Sabor: Intensamente ácido por todo o gole, acompanhado de gosto de madeira. A breja foi toda encoberta pela madeira e acidez, perdendo todas as suas notas frutadas presentes na versão normal. O final é ácido, seco e medianamente persistente. Ao menos aqui não apresentou problemas de envase, carbonatação, rolha. Mostrou-se desequilibrada, drinkability baixa. A versão normal em perfeitas condições deve ser melhor, pois a minha degustada imediatamente antes dessa apresentou problemas de carbonatação.

Série limitada nº0613
Lote:0001

Realizado uma degustação horizontal comparativa, com sua versão não embarricada.

Apresentação já começa muito linda, numa garrafa rolhada, selada por cera vermelha.
Coloração acobreada escura, com notas em rubi.
Espuma bege, fofa e perene de média formação e duração.

Aroma de média proeminência, destacando-se um alcoólico limpo e não agressivo, lembrando conhaque. As notas doces de caramelo, frutas negras, ameixa, passas e frutas cristalizadas são percebidas, mas ficam bem em segundo plano. O álcool acaba aflorando cada vez mais, enquanto aquece na taça, queimando levemente as narinas.

Sabor inicialmente alcóolico, seus 11% já se fazem presente logo de cara, porém amaciado por notas levemente doces e maltadas das frutas negras e terrosas da madeira. Pouca percepção resinosa o que prejudica menos o conjunto. Final alcóolico, terroso e acido. Conjunto ficou um pouco desequilibrado.

Textura semi-licorosa, carbonatação moderada e corpo médio.

Apesar de ser uma quadrupel envelhecida em barris de carvalho, parece que o dulçor do malte desapareceu e o álcool aflorou muito. A madeira deixou notas bem terrosas, porém menos resinosas, o que foi um ponto menos pior do que poderia.
Não sei se envelhecendo por mais tempo na garrafa mudaria algo da percepção, mas pagar R$38,00 não rola.

Ps.: Fiz uma mistura com 100ml finais das duas QDPL+QDPL BA, sugerida pelo brilhante confrade GC (Gabriel Cunha) e ficou perfeita. Daria nota 3,8/4,0.
Equilibrou bem a breja, estabilizando os off-flavors/off-tastes. Recomendo fazerem o mesmo.