Flying Monkeys Amber Ale

Notas de malte caramelo e malte tostado predominam, formando um paladar simples, mas bom. Há um levíssimo amargor no aftertaste.
Cerveja leve e de bom gole.

Essa é o rótulo "Amber Ale" da microcervejaria Flying Monkeys, do Canadá. E logo no início, ela já se mostra fiel ao nome, pois se trata de uma cerveja clara, alaranjada, em um tom marrom claro, brilhante, totalmente Pale Ale. Leve translucidez e pouquíssima efervescência. Sem sedimentos. Formou uma camada média/baixa de creme rápido e fugaz, que assentou de forma extremamente rápida e deixou apenas fina película sobre o líquido. Zero lacing.

Aroma decepcionante. Malte leve, de torra baixa (Crystal), com uma característica trivial similar a uma Munich Helles e com algo que se assemelha a DMS/SMM, tão pouco usual em uma não-Lager. Resquícios de lúpulo herbal mas pouco suficientes (nem sinal de Saaz). Notas mais comuns: casca de pão, cereais, leve tostado, caramelado/toffee, mel, amêndoas, frutas cristalizadas (laranja, tâmaras, damascos). Madeira/defumado sutil, fraco. O conjunto nem chega a ser de todo mal, mas a baixa complexidade e as notas tão ordinárias e cheias de off-flavors são extremamente negativas.

Na boca, o sabor segue o aroma, com a mesma ausência de lúpulo/amargor, com a mesmas notas ordinárias de malte leve, tostado seco, amadeirado e frutado (laranja e frutas secas). E, claro, com os mesmos off-flavors, porém potencializados. Pontadas minerais. Leve azedume. Retrogosto teimoso e pouco marcante, que remete a cereais, malte Crystal, pão/mel, frutas secas e algo de citricidade. Cerveja de corpo leve, com traços mais rançosos de diacetil. Carbonatação média, com notável crocância que disfarça a falta de personalidade. Álcool discreto, nada perceptível. Drinkability boa, pois a cerveja é leve e fácil de beber, praticamente uma Premium Lager. Peca pela falta de sabor mais marcante. Peca por parecer menos do que uma Ale.

Essa Amber Ale da Flying Monkeys se mostrou uma cerveja ordinária; uma PAL/Munich Helles com crise de identidade. Com um malte mais robusto poderia tentar ser uma Vienna Lager. No mais, não impressionou e ainda quebrou uma bela expectativa. De positivo, é possível citar que possibilita sentir muito bem o que é o malte Crystal. Tirando isso, não vale a pena. Difícil até de escrever uma conclusão sobre ela...

Vertida apresentou um líquido dourado escuro, intenso, levemente nublado, de boa formação e média persistência.
No aroma essencialmente malte levemente tostado. Ao fundo algumas notas de lúpulo terroso e algumas notas metálicas.
Na boca uma entrada de malta caramelo que encaminha para um final suavamente amargo e seco com algumas notas herbais. O aftertaste tem malte doce e algumas notas cítricas remetendo a limão.
O corpo é liso e a carbonatação relativamente baixa. Drinkability média.
No conjunto uma cerveja um tanto unidimensional no malte. Vale inferir que apresentou-se bem cansada o que deve ter prejudicado o seu padrão de lúpulos. Aceitável mas bem sem graça.

Cerveja translúcida, de dourado escuro (e não ambar!), com baixa formação de creme de boa permanência. Maltada em todos os aspectos (levemente tostado), com pouquíssima sugestão de lúpulos, de amargor somente presente no retrogosto. Sua leveza se compromete pela baixa carbonatação. O rótulo fala em toque de late hopping, embora a comprovação desta alegação seja impossível.

Pouco interessante.