Cadastre-se

MIkkeller / Grassroots Wheat is the New Hops

Alexandre Almeida Marcussi
Updated 22 de Abril de 2014
 
4.2 (11)
2977 0 2

Avaliações dos usuários

11 avaliações mencionando "
11 avaliações
 
27%
 
73%
3 estrelas
 
0%
2 estrelas
 
0%
1 estrela
 
0%
Avaliação Geral
 
4.2
Aroma
 
8/10(11)
Aparência
 
4/5(11)
Sabor
 
17/20(11)
Sensação
 
4/5(11)
Conjunto
 
9/10(11)
Para escrever uma avaliação por favor registre-se ou .
De volta ao item
11 resultados - mostrando 11 - 11
1 2 3
Ordenar
Avaliação Geral
 
4.7
Aroma
 
10/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
18/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
10/10
Fazia tempo que um novo lançamento não me fazia voltar a acreditar em cerveja. Pode parecer drástico, mas estou cansado de todo esse papinho de "inovação" e "criatividade" que sempre resulta na adição de uma erva típica aqui, um fruto exótico ali, e na replicação em massa das clássicas cervejas que os americanos consagraram. A Mikkeller prova, com este rótulo, que precisamos voltar à pré-escola e começar tudo de novo para fazermos cervejas extremamente instigantes e inovadoras usando apenas água, grãos, lúpulo e levedura. Esta "Wheat is the New Hops", apesar do nome, não tem como estrela principal o trigo, mas as Brettanomyces, leveduras "selvagens" tipicamente associadas a cervejas de fermentação espontânea, nas quais convivem com outras formas mais tradicionais de fermento cervejeiro e bactérias. Mas e se fermentássemos uma cerveja unicamente com Brettanomyces? Que novos horizontes aromáticos poderíamos vislumbrar? Esta cerveja se propõe a responder a essa questão básica, e o resultado é uma instigante, graciosa e surpreendente mistura do frescor herbal/cítrico dos lúpulos norte-americanos com o frescor frutado e aquele toquezinho exótico das Brettanomyces. A apresentação (o rótulo e o nome), a meu ver, é irritante pela piada interna, mas OK. A cor é dourada bem clara, com pouca opacidade e ótimo creme (o trigo ajuda aqui). No aroma, a interação entre os lúpulos e as Brettanomyces é incrível, e atesta o quanto o aroma de lúpulo depende da afinação com as leveduras. Muito frescor herbal, perfumado e frutado, com um toquezinho animal ao fundo. Capim-limão, maracujá, peras brancas e uvas verdes saltam ao nariz, acompanhados de lima-da-Pérsia, verbena, apimentado e terroso. A impressão resultante da mistura é completamente diferente da sua American IPA habitual. O malte, macio, traz pão branco e alguma doçura de biscoito. Os aromas animais das Brettanomyces são sutis (eles aparecem pouco quando a levedura atua na fermentação primária), mas nota-se um acento caprílico e toques de feno e estábulo, sutis. DMS atrapalhou bem o seu frescor. No paladar, o amargor predomina do começo ao fim, mas equilibrado: no início, sente-se uma acidez da carbonatação e uma leve pegada acética, enquanto o final traz um certo adocicado de malte. O residual é seco, com sensação amarga e terrosa que raspa um pouco na garganta (poderia ser mais gentil). O corpo é bem leve, com forte atenuação de açúcares, mas a textura é sedosa e algo oleosa, e a carbonatação é bem vívida, impedindo que ela pareça aguada. No fim das contas, ela lembra bastante um bom vinho branco, muito aromático, mas com o amargor no lugar da acidez. Uma cerveja impecável, sem defeitos? Não, ela tem essa ou aquela aresta a aparar. Pouco importa. É dessas cervejas que se impõem e se transformam em degustação obrigatória pelo poder que elas têm de *realmente* sair do quadradinho e pensar fora dos padrões, abrindo um novo horizonte para produtores e consumidores. E finalmente está disponível no mercado com boa acessibilidade e a um preço razoável. Não perca.

Detalhes

Degustada em
07/Agosto/2013
Envasamento
Volume em ml
355 ml
Onde comprou
Beer4U
Preço
R$ 18,50 (promoção)
Denunciar esta avaliação Comentários (0) | Considera esta avaliação útil? 0 0
11 resultados - mostrando 11 - 11
1 2 3
Cadastre-se