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Detalhe da Avaliação

4.2 6
Estados Unidos
Brejas
Brejas
04 de Novembro de 2010 4645
Avaliação Geral
 
4.6
Aroma
 
9/10
Aparência
 
4/5
Sabor
 
18/20
Sensação
 
5/5
Conjunto
 
10/10
Imperial stout produzida com a adição de chocolate amargo holandês; contudo, ela vai muito além do chocolate, complementando-o de forma muito agradável com uma fresca e vívida lupulagem que lhe dá um agradável perfume herbal e cítrico para quebrar e equilibrar a torrefação. Não é à toa que o estilo imperial stout é um dos preferidos dos audazes cervejeiros americanos, pois ele permite criar receitas marcantes e ousadas e, ao mesmo tempo, dar origem a uma enorme variação de perfis e características. Comparando esta Rogue, gentilmente compartilhada pelo confrade Jon junto com outras imperial stouts mais densas, licorosas e maltadas, realmente o frescor de sua lupulagem se destacou. A simpática garrafa, com o rótulo vermelho impresso no vidro, derramou na taça um líquido preto totalmente opaco, encimado por uma boa espuma marrom cremosa, de médio volume e alta persistência. O aroma é adocicado, mostrando uma excelente interação entre o malte torrado, o chocolate e o lúpulo. O malte predomina de leve, com notas intensas de chocolate (reforçadas pelo chocolate usado como ingrediente) que se combinam com um certo adocicado remetendo a leite condensado para gerar um efeito vívido de brigadeiro. Notas mais suaves de café complementam seu perfil de malte. Os lúpulos são bem evidentes, o que se destacou positivamente em relação a outras imperial stouts da noite, trazendo leve e frescor com notas de capim-limão acompanhadas de tangerinas e um toque terroso mais suave. Para obter esse efeito, a cervejaria emprega o clássico Cascade junto com o lúpulo que eles próprios cultivam. Há um fundo de coco que complementa bem a torrefação. Essas características se repetem no sabor, de modo que ela se concentra nos aromas primários de malte e lúpulo, com pouca presença de leveduras ou de características de maturação. No paladar, intenso e marcante como pede o estilo, predomina de leve o amargor do lúpulo, limpo, mas bem equilibrado por uma doçura consistente, com acidez reconfortantemente baixa. Ela tem ótima evolução na boca: a entrada é doce, com uma finalização amarga e um final em que a doçura volta a se desenvolver até atingir um ponto de equilíbrio agradavelmente doce-amargo, acompanhada de um longo retrogosto de chocolate amargo e lúpulo terroso. Ela é encorpada, mas não grossa e nem enjoativa devido à boa atenuação de açúcares, com uma textura sutilmente cremosa que é ressaltada pela carbonatação baixa. Essa característica, aliada ao amargor elegante e ao frescor de lúpulo, lhe dão uma insuspeitada leveza e drinkability, apesar do álcool bem perceptível. Em suma, trata-se de uma excelente imperial stout centrada nos aromas primários, de malte e lúpulo, e enobrecida pela adição do chocolate amargo na receita. Há uma eficaz complementaridade entre o seu perfil torrado-achocolatado e o frescor cítrico e herbal do lúpulo, que funciona da mesma forma que naqueles chocolates com cascas de laranja. Esse toque lupulado lhe dá uma leveza que, combinada ao paladar amargo, a torna perigosamente fácil de beber e não enjoativa, apesar de marcante.

Detalhes

Degustada em
11/Outubro/2010
Envasamento
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