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Detalhe da Avaliação

4.2 30
Estados Unidos
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
26 de Março de 2009 14996
(Atualizado: 08 de Agosto de 2011)
Avaliação Geral
 
4.5
Aroma
 
10/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
17/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
9/10
Para quem acha que cervejas americanas são puro lúpulo, aqui está uma das cervejarias que vai em filosofia totalmente contrária, e segue uma tendência que algumas novas cervejarias americanas optaram. A Ommegang é uma cervejaria especializada em estilos belgas e pela excelência do produto, foi comprada pela Moortgat, a mesma cervejaria que produz a clássica Duvel. A Three Philosophers é o rótulo mais aclamado da cervejaria, envolvida até por uma certa mística. Trata-se de um blend de 98% de uma Quadrupel e 2% de uma Kriek Lambic, no caso, a da Lindermans é usada.
A apresentação começa bela desde o rótulo e no líquido também não decepciona: uma vívida coloração acobreada, que mostra brilhos intensos de rubi quando colocado contra a luz e praticamente nada de translucidez. Possui um belo creme bege, que se forma em grande volume, de textura extremamente cremosa, que vai caindo lentamente.
Apesar de quantidade de Kriek Lambic colocada na receita ser pouca, os aromas de cereja já mostram-se bem evidentes, e casam perfeitamente com a esterificação de levedura belga e os maltes caramelados, que ainda trazem a riqueza frutada de ameixas, com um toque de figos ramy. Maltes ainda trazem um ótimo plano de fundo, típicos do estilo, evocando uma sensação caramelada, achocolatada e até um pouco de avelã.
Como já esperado, a doçura dos maltes domina o paladar, com um forte perfil de mel, caramelo e chocolate. A complexidade frutada das cerejas com os maltes, me fazem lembrar muito um bolo de frutas, ou as vezes bebidas mais adocicadas como vinho do porto e até cachaça. Há um fundo salgado que me lembrou molho de tomate, que com uma leve acidez trazida talvez pela Lambic, deu até um equilíbrio para a Three Philosophers. Na verdade, creio que a acidez de Lambic e os aromas de Brettanomyces não sejam evidentes na cerveja, não somente pela pouca quantidade usada, mas também por se tratar da Kriek da Lindermans, que tem uma versão comercial, ou seja, adoçada. Tem uma textura deliciosamente aveludada, uma alta carbonatação e um álcool picante, um pouco menos delicado do que eu imagino para uma cerveja equilibrada. Ainda é possível sentir um toque condimentado de canela em meio a todas essas sensações.
Todas as expectativas criada sobre o rótulo foram superadas. Tem aquela doçura típica das Quadrupel, alta complexidade e a maciez dos maltes sendo complementadas por um toquinho de cerejas da Lambic. Me pergunto também qual seria o resultado com a utilização de uma Lambic mais "old school" em maiores quantidades. Uma Sour Quadruppel não iria nada mal e traria um contraste interessante. Seria interessante também, um pouco mais de aromas fenólicos, para trazer também um certo contraste. Para quem gosta de cervejas mais adocicadas (o meu caso), um prato cheio. Meus agradecimentos vão ao confrade João Amstalden, que trouxe esta relíquia direto de Nova Iorque.

Detalhes

Degustada em
21/Julho/2011
Envasamento
Volume em ml
750 ml
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