Intensidade e complexidade definem essa Imperial Stout da Brooklyn.
Cerveja forte, encorpada, de personalidade que pode ser de difícil entendimento para quem não está acostumado à sabores fortes e complexos. Degustar um pint dessa Brooklyn requer calma e paciência pois são muitas, e intensas, as sensações proporcionadas.
Vertida apresenta um líquido absolutamente negro, fechado, sem quaisquer nuances que não absolutamente escuras. É a cerveja mais intensamente negra que já provei. O creme é bege escuro, de pequena formação mas que acompanha a cerveja ao longo da degustação. Não chega a formar laços mas se agarra pelo copo.
O aroma, apesar de não ter a intensidade que se espera pela força da cerveja, é bem colocado e permanece, até aumentando de intensidade, à medida que o copo se esvai.
No aroma chocolate amargo. Também notas adocicadas, malte torrado e café. Aos poucos vai liberando surpreendentes notas cítricas. É o lúpulo que se mostra já no aroma. E alcool perceptível, esquentando as sensações.
O corpo é denso, cremoso, licoroso. Um gole que enche a boca de sensações. O sabor inicialmente adocicado rapidamente perde para a onde de maltes tostados, chocolate muito amargo e muito lúpulo herbal. Mas no final percebe-se novamente notas de frutas secas. Conjunto harmônico e equilibrado. Não podia-se esperar menos de mestre Oliver.
O retrogosto é complexo, com notas doces e amargas combinadas. Mas no palato, mesmo que leves, permanecem as notas bem tostadas, quase rauch. O alcool é presente fazendo dela uma cerveja quente e prejudicando um pouco a drinkability. A carbonatação é baixa, padrão stout.
Ps: muito cuidado com a temperatura. Degustá-la gelada demais é perder muita das sensações e dar poder excessivo ao alcool.
Cerveja de coloracao negra, sem nada de translucidez. Espuma marrom, densa e persistente. Aroma torrado, muito cafe e chocolate. Textura cremosa, quase licorosa. Sabor de cafe, chocolate amargo e torrado. Alcool bem inserido. Final amargo e seco.
Sejamos sucintos: a melhor stout que eu já provei. Tá bom, é russa e é imperial. Os predicados valeram. Negra, cremosa, aromática, café, chocolate, caramelo, no paladar tudo magistralmente combinado em um corpo médio, um tostado na medida. Obra prima, isso sim é stout.
Negra, intensamente negra. Creme denso, escuro e persistente. Aroma cítrico, torrado, chocolate. Bem encorpada, quase cremosa. Café, chocolate amargo, muito torrado, alcaçuz, caramelo. O álcool, apesar dos 10% e de se fazer notar, está muito bem inserido. Retrogosto amargo e complexo.
Finalmente a espera acabou. Quando a Brasil Ways anunciou que importariam as cervejas do mestre Garrett Oliver, logo fui dar uma pesquisada por cima das cervejas novaiorquinas. Esta Imperial Stout em especial, foi a que mais me chamou a atenção. Senhoras e senhores, aqui está um belo exemplo do que é uma cerveja forte, encorpada e equilibrada, como não poderia deixar de ser uma Brooklyn.
A coloração da cerveja já me deixou boquiaberto. Uma negrura raramente vista, escura até para uma Stout, que mesmo contra a luz, mostra-se completamente opaca e quase sem traços amarronzados ou vermelhos. O creme, de cor bege escuro, não deixa barato também. Não se forma com tanta força, mas tem uma permanência impressionante na taça, sem falar da textura densa e um pouco aerada.
Acho que o ponto fraco da cerveja vai para o aroma. Não que seja ruim, mas acaba sendo ofuscado pelo resto do brilhante conjunto. Mesmo assim possui notas marcantes de malte torrado, que traz sugestões vívidas de chocolate amargo, caramelo, café e até tabaco (?). O lúpulo aparece também de maneira marcante, principalmente quando se trata de citricidade. Citricidade esta, que junto ao leve dulçor maltado, me lembrou aquelas sobremesas que vão raspas de limão. O lúpulo não para por aí, ainda dando toques herbáceos um pouco mais discretos. O frutado aparece em segundo plano trazendo notas mais fortes de uvas-passas e um pouco menos intensas de nozes e banana-passa. Há um fundinho amanteigado de diacetil, que encaixou muito bem nesta cerveja. O álcool já se mostra bem presente, como não poderia deixar de ser. A razão pelo aroma não ter me agradado tanto, além da falta de intensidade, é um quê de metalizado.
Quando se trata de paladar é difícil uma cerveja que tenha me agradado mais do que essa. Talvez porque eu seja viciado em cervejas com notas torradas e alto teor alcoólico, algo que talvez me lembre um Irish Coffee. É quase isso a primeira lembrança que tiver ao primeiro gole: um cappuccino alcoólico. As notas de chocolate e café são novamente potentes e marcantes e combinados com a presença leitosa/amanteigada, acabou dando um perfil rico e macio a essa Stout. O frutado é bem discreto. no começo algo mais doce e depois um cítrico, que esperava vir de maneira mais forte, pelo que senti no aroma. O amargor toma conta da boca, tanto pelo herbáceo quanto (principalmente) pelas notas torradas de café, mas que não transparecem os assustadores 70 IBU. O final mostra uma secura e amargor dominante, mostrando uma boa combinação de lúpulos e maltes, além de uma sensação de adstringência. Seu corpo é um destaque a parte. A cerveja é extremamente encorpada, com uma textura licorosa deliciosa e uma carbonatação relativamente baixa. O álcool é muito bem inserido, apesar de marcar presença, dando uma sensação de calor intensa, mas sem raspar na garganta.
Em linhas gerais trata-se de uma grandiosa cerveja, que mantém um bom equilíbrio (marca registrada da Brooklyn, por sinal), mas que mostra muita potência e riqueza maltada, além dos lúpulos coadjuvantes, que cumprem muito bem o seu papel. Acabou cobrindo todas as minhas expectativas e o melhor de tudo, o preço é relativamente baixo, quando comparada a outras cervejas com qualidade semelhante. Harmonizada com sobremesa de chocolate. Pouco criativa, mas muito prática e certeira.