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Lost Abbey Angel's Share

Sergio Curti
Updated 18 de Novembro de 2016
 
4.1 (6)
2314 0 4

Avaliações dos usuários

6 avaliações
 
17%
 
83%
3 estrelas
 
0%
2 estrelas
 
0%
1 estrela
 
0%
Avaliação Geral
 
4.1
Aroma
 
9/10(6)
Aparência
 
4/5(6)
Sabor
 
17/20(6)
Sensação
 
4/5(6)
Conjunto
 
8/10(6)
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(Atualizado: 19 de Outubro de 2010)
Avaliação Geral
 
4.7
Aroma
 
10/10
Aparência
 
4/5
Sabor
 
19/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
10/10
Angelical? Eu diria que esta excelente barley wine está mais para um néctar deliciosamente demoníaco, com sua enorme potência, seu perfil vinificado e licoroso e sua assombrosa complexidade advinda da longa maturação de barris de carvalho. Derramada na taça (cálice sagrado!), ela praticamente não faz espuma (o que se espera pelo estilo); deixa antes uma fina e celestial névoa esbranquiçada sobre um líquido de aspecto licoroso e coloração marrom escura e opaca. Tanto no aroma quanto no sabor, sua potência mostra-se extraordinária, com destaque para a intensidade dos aromas terciários, advindos da maturação, que podem até chegar a assustar num primeiro momento. Predomina um perfil vinificado remetendo a vinhos fortificados, com notas evidentes de vinho do porto acompanhadas de vermute tinto, carpano, madeira e até algo de panettone, de uma forma que eu nunca havia sentido em nenhuma outra cerveja. Isso se explica, suponho, pelo emprego de barris de carvalho antes usados na maturação de brandy (destilado de vinho). O malte também se faz perceptível, embora um pouco menos, com notas de chocolate, licor de cacau e toques caramelados. Além disso tudo, ainda se sentem aromas secundários da fermentação, com ésteres remetendo a uvas passas bem integrados ao conjunto e um toque de xarope ou remédio. O lúpulo aromático se mostrou pouco evidente - em parte, a longa maturação do estilo o explica. O conjunto é muito impressionante, com uma intensidade de aromas terciários como poucas vezes eu havia sentido, a ponto de algumas pessoas que dividiram comigo a garrafinha ficarem com a impressão de que esta Angel's Share pouco parecia uma cerveja. Eu não chegaria a dizer tanto. O paladar é também muito marcante, com uma doçura predominante bem equilibrada por uma acidez vinificada e licorosa e por um correto amargor. Enquanto a entrada se mostra bastante doce, o amargor vai evoluindo com o tempo na boca, conduzindo a um final em que o amargor quase alcança a doçura, com um longo retrogosto vinificado remetendo a vinho do porto, carpano e panettone. O corpo é denso, licoroso, o que é ressaltado pela baixa carbonatação. O teor alcoólico de 12,5% não é brincadeira, mostrando-se bem perceptível na boca - embora isso se harmonize bem com seu perfil mais vinificado e intenso, diminui-lhe consideravelmente a drinkability, sendo talvez seu ponto mais fraco. Por conta disso, achei que a garrafinha de 375 ml, dividida em três pessoas, nos proporcionou uma dose já suficiente. Trata-se sem dúvida de uma bebida marcante, para ser degustada com calma e moderação, quem sabe como um digestivo ao fim do jantar. É preciso fazer justiça a esta cerveja: é algo realmente próximo a uma epifania, com características de maturação em carvalho absolutamente evidentes e marcantes. Se isso quase chega a sobrepujar os aromas primários e secundários a que estamos habituados na maior parte das nossas cervejas, também lhe dá uma complexidade impressionante. Tenho a impressão de que é o tipo de cerveja que se ama ou se odeia - eu posso dizer que a amei, e espero poder sorver novamente seus mistérios angélicos.

Detalhes

Degustada em
29/Setembro/2010
Envasamento
Volume em ml
375 ml
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