Belzebuth 11,8

Líquido de coloração âmbar. Espuma se forma bem, alta e duradoura, deixando marcas nas bordas do copo.
Assim que a lata é aberta, inebriantes vapores etílicos se esvaem, penetrando as narinas; embriagando os sentidos. Percebe-se também o malte, algum floral e damasco.
Como era de se esperar o sabor é para os fortes de coração. Picante, álcoolica e com certa sugestão cítrica. Privilegia as notas doces em detrimento das amargas (que ficam mais perceptíveis no final. De baixo drinkability - desce rascante - queimando os pulmões e fazendo das entranhas o báratro.
Tanto fogo e personalidade tem lá o seu preço. O conjunto acaba se mostrando bem desiquilibrado. Muita potência e pouca harmonia.

Mas isso não deve surpreender nem mesmo os incautos. Afinal, uma cerveja que toma por nome o mesmo o do "Canhoto" não poderia ser diferente: Um tiro na cabeça e sua alma encomendada após o último gole.

A tão famosa Belzebuth, cultuada dentro do underground roqueiro/cervejeiro, não passou no meu crivo! Ainda que não seja a mais potente da família (é intermediária no teor alcoólico), essa cerveja é uma verdadeira BOMBA!

O nome é bem sacado, a lata e o diabinho são demais... a cor da cerveja é alaranjada e muito bonita, mas já no aroma a cerveja entrega a que veio: a pegada é chapar! Isso mesmo, CHAPAR. Como não sou mais adolescente há uns 15 anos, não gostei. Muito álcool no aroma, sabor excessivamente doce (utilizam até dextrose para conseguir a graduação alcoólica), enfim, um conjunto totalmente desbalanceado. O pior mesmo era o sabor, lembrava até a aberração conhecida como Fogo Paulista, que eu jurei ainda antes dos 20 anos jamais tomar novamente! Depois que a cerveja está esquentando dá para perceber o malte e o lúpulo. Nunca demorei tanto para tomar uma cerveja (isso que eu rachei a minha com a patroa, que também odiou).

Deu uma ressaca brava, perdi meu treino na manhã seguinte e quando fui tomar uma Erdinger na noite de sábado, o embrulho no estômago estragou o sabor dela, parecia vinagre. PASSE LONGE!!