Detalhe da Avaliação

Que cerveja! Uma versão levemente mais alcoólica da já extraordinária imperial stout Hel & Verdoemenis, que maturou em barris de três diferentes bourbons (novo, de Wild Turkey e de Austin Nichols) e foi blendada para dar origem a esta joia. Se alguém fizesse um pavê de sorvete de chocolate com baunilha, com biscoito umedecido com vinho do Porto e um tiquinho de café, e engarrafasse o resultado, daria esta cerveja. A passagem pela madeira é limpa e suculenta, adicionado baunilha intensa, vinho do Porto e reforçando a doçura do malte sem nenhuma agressividade ou adstringência. Ao servir, o lacre de cera demanda reverência, e a garrafa verte um líquido marrom muito escuro, com bordas alaranjadas e um creme pouco generoso, mas que deixa uma névoa fina sobre o líquido. No aroma, uma explosão de tons torrados e abaunilhados: muito sorvete de chocolate, caramelo e baunilha, escoltados por biscoito doce, café moccha, queimado e sutil defumação; com o tempo aparece algum vinho do Porto, uvas passas e cerejas ao marrasquino, um apimentado sutil, algum solvente ao fundo. Na boca, é puro veludo: doce sem ser melada, com amargor de fundo para equilibrar, ótimo corpo intenso e licoroso sem pesar em excesso, deixando um final muito longo e vívido com perfume de queimado, Porto e cerejas ao marrasquino na boca. A De Molen definitivamente sabe o que está fazendo com suas cervejas e seus barris. O preço dessas versões "barrel-aged" no Brasil não ajuda, mas elas também não decepcionam!