Detalhe da Avaliação

Das Thwaites que vieram ao Brasil pela importação própria dos supermercados Angeloni, a Double Century teoricamente é a mais robusta e potente e contrariando minhas experiências passadas, foi a que menos agradou dentro destas inglesas. Foi feita para comemorar os 200 anos da cervejaria de Daniel Thwaites.
Tem uma coloração dourada com nuances alaranjadas, bem mais clara do que eu esperava. Seu creme é branco, de formação razoável e curta duração.
No aroma quem domina são os lúpulo, de perfil mais rústico, trazendo um forte herbáceo e toques cítricos de laranja e condimentados de pimenta-do-reino. Há uma pegada de legumes refogados (DMS) que me incomodou um pouco, e na minha opinião quebrou a limpeza dos aromas. O malte fica em segundo plano, fazendo um fundo de mel e nozes.
Na boca tem a separação bem nítida de doce e amargo, com entrada bem mais puxada para o primeiro e evidenciando cereais, pão branco e um fino frutado de frutas vermelhas e cítricas. Todo essa doçura delicada e feminina, evolui para um parrudo amargor herbáceo/terroso, que obviamente não chega numa IPA americana, mas é bem considerável e persistente. Seu corpo é relativamente leve para o estilo e a carbonatação razoável, com uma textura mineralizada, típica das cervejas inglesas.
Sinceramente, esperava mais de uma edição comemorativa de uma cervejaria que já tinha me surpreendido com outros rótulos. Não que seja uma cerveja das piores, mas talvez minha expectativa em relação ao rótulo possa ter estragado parte da experiência. Mas no geral acaba valendo a pena por fazer frente as outras inglesas do mercado e ser encontrada pela metade do preço.