Fuller's Vintage Ale

A Fuller's Vintage Ale é uma série sazonal produzida no outono, em tiragem limitada, desde 1997. Preparada com a melhor seleção de maltes de cevada orgânica e lúpulos, cada safra resulta numa cerveja de características únicas, variando ano-a-ano. Graças ao alto teor alcoólico e uma segunda adição de leveduras na garrafa, ela pode ser armazenada por muitos anos, evoluindo e adquirindo maior complexidade.

O exemplar degustado é da safra de 2012 e levou 3 tipos de lúpulo cultivados pela própria cervejaria, respectivamente 'Goldings', 'Target' e 'Organic Sovereign'. Os três entraram na receita durante a brassagem e também no "dry hopping".

A garrafa possui rótulo de estilo clássico e tampa lacrada por um selo de papel indicando o ano de produção. Acondicionada numa elegante caixa vermelha e acompanhada de um folheto explicativo, todo o conjunto é visualmente atraente.

Líquido cor de cobre, cristalino; colarinho bege de formação média que se estabiliza numa fina película.

Como os ingleses, fiz questão de bebê-la "quente", numa temperatura de cerca de 15 graus. Nesta condição é possível captar com mais vigor todo o seu aroma bastante calcado no malte, com muito caramelo e leve tostado vindo na cara. Há também intensas notas de marmelada e outras frutas maduras quase "passando", como banana, mamão, figo e ameixa. Ao fundo, suave condimentado e reminiscências de álcool completam essa inebriante combinação.

Dado o gole, revela corpo denso e licoroso, do tipo que você para e pensa: "Tem muito insumo concentrado aqui"! Os caras não economizaram em nada. O malte inunda a boca surfando em ondas de açúcar e caramelo, numa combinação que lembra Halawi (doce turco) e até mesmo rapadura. Há ainda uma sutil sugestão cítrica que remete a doce de laranja e mexerica. Já o amargor se mostrou tímido, surgindo apenas no final predominantemente adocicado e significativamente picante. O retrogosto é alcoólico, caramelado e um tanto condimentado.

Sem sombra de dúvida uma grande cerveja, mas que muito provavelmente ficaria melhor se fosse armazenada e degustada após muitos anos de guarda. O extremo dulçor indica que as leveduras depositadas na garrafa ainda teriam muito açúcar para se alimentar e metabolizar, o que resultaria numa bebida ainda mais complexa e equilibrada. Quem tiver oportunidade e paciência de mantê-la intacta por pelo menos uma década, certamente não irá se arrepender.

Safra 2012

Coloração avermelhada.
Aroma complexo, amadeirado.
Sabor segue as sugestões do aroma.
Bom equilibrio e boa sensação.

Safra 2012
Âmbar alaranjada, levemente turva com creme fino e persistente.
Aromas maltados, amadeirados. Traz mel, castanhas tostadas, algo frutado e conhaque.
Sabor robusto, alcoólico e maltado. Surge um bom amargor que harmoniza muito bem o conjunto.
Old Ale leve, mas complexa e com boa estrutura para guarda. Além de ser saborosíssima.

Safra 2012.

Breja laranja, com uma espuma elaborada e pouco persistente. O arma é de álcool, damasco e um toque de fermento. O sabor é caprílico, com um álcool sutil, notas de trippel (damasco, pêssego), com um amargor que começa sutil e vai aparecendo ao longo do gole. Muito harmoniosa, mas esperava mais complexidade (talvez eu bebi ela jovem demais, mas tive um motivo especial para não poder guardá-la por mais tempo).

Safra 2005 - Número 73477
Cor marrom de aspect turvo. Fez dois dedos de espuma com baixa duração. No aroma predomina aldo similar a Brandy ou Jerez. Toques de frutas pretas.
Sabor segue o nariz, similar a Brandy/Vinho do Porto, mas adicionando mais complexidade. Um dulçor do malte e gosto de pao com toques de castanhas, caramelo, ameixas, uva passa e madeira. O lúpulo pode ser sentido através de algumas notas refrescantes, uma vez que o amargor é brando.
O alcool está bem inserido, apenas fazendo a experiencia mais aconchegante.
Corpo robusto, um pouco oleoso. Carbonatacao leve com bolhas pequenas.
Muito bem balanceada e saborosa que devagar vai desaparecendo sem deixar uma clara passagem a um retrogosto.