Baladin Noël

Aparência: marrom de nuances rubras, turva e com leve turbidez. Creme marrom claro de ótima formação e praticamente eterno (terminava de degustar e sobrava muito creme na taça). Belgian Lacing extremo, o mais marcantes que já vi.
Aroma: extremamente licoroso, malte caramelo, frutas secas (principalmente ameixas), nozes e cerejas, esta muito evidentes.
Sabor: na boca é mais rica, muito adocicada e complexa. De inicio lembra muito vinho, surgindo notas fortes de castanhas/nozes. Final tostado e de marcante presença alcoolica, frutas vermelhas aparecem aqui também. Retrogosto alcolico e doce.
Sensação: o dulçor aqui se mostra um defeito, diminuindo bruscamente a drinkability. Com o desenvolver fica melada e dificil de beber, tive que devolver à geladeira (estava praticamente em temperatura ambiente, uns 18°C ou mais). Claro que ganhou complexidade, e apesar da longa degustação não perdeu corpo, sempre sedosa e melada. Carbonatação perfeita, medio-alta e permanente.
Conjunto: ótima cerveja, achei uma das melhores que já provei no estilo, só pecou pelo excesso de açucares.

Provavelmente a cerveja da Baladin que eu estava mais curioso para provar, já que sou fã incondicional das Dark Strong Ale belgas. A Italiana é diferente das minhas favoritas do estilo, mas mostrando um perfil rico em maltes, comum na maioria dos rótulos das cervejarias. Inicialmente feita apenas para ser uma cervejaria comemorativa de Natal, a Baladin Noel acabou entrando na linha regular da cervejaria e eu resolvi conferir o porque.
Vertida na taça, mostra uma coloração marrom escuro, levemente avermelhada, sem translucidez e um monte de partículas em suspensão. Seu creme é bege e abundante, uma pena que não dure muito.
No aroma vem toda aquela riqueza dos maltes levemente torrados, que evidenciam chocolate. Maltes estes, que fazem boa parceria com os esteres das leveduras, e remetem a cerejas, ameixas, uvas, maça, lembrando bastante um vinho. Há ainda um fundo terroso agradável e uma pegada química de esmalte não tanto. Algo que não agrada também, é a presença de acetaldeído, aquele aroma fino de vinho branco, que por sinal está presente em boa parte das Baladin.
Tem um perfil adocicado, com já esperava, com os maltes em primeiro plano, remetendo a uma torta floresta negra. Ainda há um toque de ameixas, e uva para coroar, com uma acidez bem relevante. O corpo é bem denso e a carbonatação mediana. O álcool é bem evidente e um final terroso, finalizando com o doce dos maltes. Na minha opinião, esta Baladin seria bem mais interessante, se tivesse notas fenólicas encontradas em algumas cervejas do estilo, deixando muito mais equilibrada e menos enjoativa. Como as outras italianas, não desagrada, mas o preço que chega quase o dobro das belgas, quebra as pernas.

Cerveja ´´rachada´´ entre os amigos da CCP. Bela coloração castanha. Aroma muito frutado de ameixas, frutas vermelhas e levedura. Sabor de uva passa, frutas vermelhas, algo de chocolate e especiarias. As opiniões do grupo foram diferentes, porém a maioria (assim como eu) não gostou.

A interpretação da Baladin do estilo Belgian dark strong ale é uma cerveja com um agradável e macio perfil de maltes, uma torrefação e uma doçura um pouco mais evidentes do que a média e uma suave complexidade de aromas frutados. No copo, mostrou uma cor marrom média, com alguma transparência e uma espuma de desempenho razoável. O malte é quem dá o tom da receita, aparecendo com notas doces e macias de chocolate e de castanhas. Há toques frutados da levedura adicionando uma leve complexidade adocicada de ésteres, remetendo a maçãs vermelhas com traços mais sutis de abacaxis em calda. Bem ao fundo, um sutil toque floral de rosas complementa seu aroma. Contudo, a maciez desse conjunto é algo prejudicada pela presença de acetaldeído, com um aroma meio químico de esmalte de unhas que, no entanto, se faz sentir apenas de forma bem sutil e não chega a prejudicar o sabor. Predomina uma forte doçura, que não chega a ser equilibrada pelo amargor médio-baixo e pela acidez suave. A entrada é doce com um tiquinho de acidez, e então ela vai evoluindo na boca para um final em que a doçura é ainda mais marcante, mas o amargor também aparece um pouco mais; com um longo retrogosto maltado com chocolate e algo de abacaxi. Essa visível queda para o doce - presente em praticamente todas as Baladin que tive a oportunidade de provar até agora - acaba desequilibrando um pouco esta cerveja, na minha opinião, mas provavelmente vai agradar quem gosta de cervejas doces e macias na boca. O corpo é médio, com uma textura cremosa e levemente "aerada" que é acentuada pela baixa carbonatação, e o álcool não se faz notar com força, o que a torna uma cerveja fácil de beber. Como outras Baladin, é uma cerveja bem acessível, sem dificuldades, que dificilmente desagrada e que se destaca pela maciez achocolatada dos maltes. Sua complexidade de aromas de levedura (frutados, de especiarias etc.) não é tão marcante quanto normalmente se espera do estilo, e por isso eu a entendo como uma Belgian dark strong ale mais "simples". Por tudo isso, talvez fosse uma boa cerveja para paladares não habituados, não fosse o preço, dificilmente justificável para quem não tem o hábito de beber importadas.

Castanho escuro, creme bege e brevíssimo. O aroma frutado traz o típico do estilo, frutas secas, ameixa. O corpo é leve/médio, final meio seco, algum amargor. Cerveja honesta, distante da publicidade "avassaladora". Fica devendo para a maioria das colegas belgas.