Kirin Ichiban

Cerveja de liquido amarelo claro e creme branco de aparencia não muito agradavel, do tipo de bolhas enormes que se formou mediano mas teve uma persistencia baixa.
No aroma e sabor persebe-se o malte mais pronunciado e o lupulo muito discreto que é percebido no retrogosto, lembra muito as premiuns brasileiras que ultimamente estão sendo lançadas aos montes.

É uma boa cerveja.

Bem semelhante às encontradas no mercado, só que levemente amarga.

O preço não é caro, e eu não consegui sentir o gosto do arroz.

Com arroz, sim, e com orgulho! Leve, seca e delicada, representa bem o estilo das lagers japonesas de arroz, que usam o cereal para obter um corpo mais leve e uma sensação mais seca, ressaltando o lúpulo, que tem boa presença. O resultado é interessante, serve para quebrar o preconceito com os tais "não-maltados" e perceber que cerveja vagabunda é ruim por outros motivos. Na aparência, nada a diferencia de uma American lager industrial (salvo, claro, o belíssimo rótulo com o "Kirin", criatura mítica metade dragão, metade cervo); contudo, tanto no aroma quanto no sabor as diferenças ficam evidentes. Domina o delicado bouquet de lúpulos nobres, com notas condimentadas em destaque, um leve floral e toques amadeirados; suave, mas limpo e de boa complexidade. Percebem-se ésteres de maçãs vermelhas (mais notadamente na boca) que criam uma boa composição com o lúpulo. O malte aparece com notas de pão (pouco intensas, devido ao uso do arroz) no retrogosto, que é seco e amargo. Ela é bem equilibrada no paladar, com uma suave doçura na entrada e um amargor seco mas delicado no final, o que lhe dá boa drinkability. Para não dizer que não houve off-flavors, dá para sentir um pouco de DMS (legumes cozidos) bem sutil, e um certo residual metálico, mas nada que comprometa drasticamente e nem que prejudique o perfil limpo desta cerveja. Corpo leve, aguado e seco, refrescante. Tive a oportunidade de comparar a latinha e a garrafa, e infelizmente na garrafa os toques metálicos estavam bem mais acentuados, a ponto de mascarar o bouquet lupulado. Esta avaliação reflete a latinha.

No conjunto, ela lembra uma pilsner, mas com menos intensidade, menos malte e menos amargor, tornando-se por isso bastante delicada e sutil. O corpo leve, aguado, com textura seca, junto com o bouquet do lúpulo, são seus pontos fortes. Comparando-a com a Sapporo, gosto mais desta Ichiban, que me pareceu ter um pouco mais de equilíbrio no paladar e de harmonia com o leve frutado, mas sem perder a secura característica do estilo. Não é meu tipo de cerveja, mas vale a pena degustar para conhecer o estilo e saber o que pode ser feito com adjuntos não-maltados.

Bonito dourado, com presença. Creme boa formação, duração média. Numa temperatura bem gelada, cumpre o papel de refrescar. Acima das premiums nacionais. Lúpulo presente. Pouco encorpada. Retrogosto agradável a princípio, adocicado. Daí vem o gosto de água suja. Se tivesse o preço das nacionais seria uma boa escolha.

Cerveja agradável aos olhos pela sua apresentação e ótima para tomar gelada depois de um treino de Judô! Sim, mas para os brasileiros degustadores de cerveja, muito similar as nossas. Vale somente pelo glamour de estar tomando uma cerveja que vem do oriente extremo. Arroz? Dá pra sentir, mas se fosse num teste cego nunca saberíamos! SAYONARA