Inclusive a Heinechken testou uma formula com essencia de lupulo ja isomerizada, que é totalmente inerte ao contato de luz, o que evitaria esse efeito...porém a reação da galera nao foi boa...entao ela voltou a velha formula. Esse aroma, virou marca registrada dela.

Senhores,

Então confessar-los-ei: eu gosto de MTB ! Rsrsrsrsrs...

Mas o fato curioso é que nas duas amostras que bebi naquele sábado o aroma da LN era o mesmo da lata, e era bem aquele mesmo de toda Heineken, talvez meu nariz não estivesse bom naquele dia, agora fiquei com vontade de repetir o teste.

Hehehe... Como diria um amigo meu: "não te basta beber ? Todos esses experimentos são realmente necessários ?"

Fábio (Guima) escreveu:

Como diria um amigo meu: "não te basta beber ? Todos esses experimentos são realmente necessários ?"

Às vezes parecemos gente maluca mesmo...

Então suponho que vc também goste de outras pale lagers de garrafa verde ou transparente, que apresentam o mesmo aroma, como a Stella Artois. E vc não está sozinho: como o David disse, o público da Heineken acabou rejeitando a versão sem o MBT. A verdade é que, sem ele, a Heineken meio que perde uma parte da sua "personalidade" (mas, por outro lado, outras sutilezas suas se tornam bem mais agradáveis de se apreciar, como as notas de banana dela). Com o tempo, porém, eu comecei a achar esse aroma bastante enjoativo, meio com cara de sintético ou artificial.

Essa de "sentir" o MBT na lata também já ouvi antes. Acho que cada caso é um caso, mas talvez em boa parte dos casos a pessoa acabe sendo sugestionada. A pessoa está tão habituada a esse aroma (ainda mais quando não sabe que ele não "faz parte" do produto original) que acaba "completando" mentalmente o que está no copo com aquilo que ela sente sempre. Por outro lado, muita gente toma a Heineken ou a Stella em chope e comenta que ficou decepcionado com a ausência de aroma. Eu mesmo, antes de saber o que era o raio do MBT, estranhei muito a latinha da Stella Artois e a achei "menos interessante". Hoje já vejo de uma outra forma.

Alexandre Marcussi escreveu:

[(...)o público da Heineken acabou rejeitando a versão sem o MBT. A verdade é que, sem ele, a Heineken meio que perde uma parte da sua "personalidade" (...).

Pois é. E tem mais gente nesse barco. Um amigo meu teoriza que pelo fato de não ser comum aqui a jaratataca (gambá) ao qual se associa o off flavor lightstruck (MTB), não temos a ojeriza que povos entre os quais o animal é mais comum teriam.

Dá no que deu: tem gente que gosta, tem gente que acha faz parte do estilo, etc.

Eu particularmente nunca gostei de heineken até descobrir que existiam outras heinekens sem esse off flavor. Mas a constatação de que efetivamente estava bebendo algo diferente foi quando tomei a do barrilzinho (keg). A partir daí abri as portas para heinekens em lata, keg, garrafa de aluminio e chope.

Tem gente que sente MTB na lata? Tenha certeza, é outra coisa. Pode ser que algum aroma do lúpulo que se misture ao off flavor seja percebido isoladamente em outro envase e com confundido. Mas acredite, sem luz, não tem MTB.

Nunca estive perto de um gambá, aliás acho que nunca vi um marsupial nem ao longe, mas é difícil acreditar que o aroma da Heineken remeta ao seu bodum (conforme descrito por quem já o sentiu). Não estou duvidando dos confrades, que inclusive detém experiência "cervejística" muito maior que a minha, mas creio que exista um certo exagero quando falamos das Heineken que estão girando rápido nos supermercados. Uma cerveja que fique exposta à luz por horas intermináveis por períodos extremamente prolongados pode até ser que "apodreça" por completo e feda tal como o gambá, mas só acreditarei que o cheiro da Heineken seja como o do gambá após me deparar com o fedorento bicho e tirar a prova, ou então o mau cheiro do gambá é mais uma lenda.

Guima, ninguém está falando de cerveja "podre". O tal MBT não é um conjunto de substâncias ligadas à oxidação que podem surgir em cervejas passadas, é uma única e singular substância química que deriva exclusivamente da ação da luz na cerveja (nada a ver com variação de temperatura ou exposição ao oxigênio). Pode ocorrer inclusive numa cerveja fresquíssima e de alta qualidade. O MBT não tem nada a ver com os aromas de ovo, ralo, sabão, sebo, mofo, cebola, legumes etc. encontrados em outras cervejas "defeituosas" - é outra coisa.

Ocorre que esse composto químico exala um aroma pungente e muito específico. Algumas pessoas acham que cai bem numa cerveja, outras acham desagradável. Mas tenho de concordar: não é nada imediatamente repulsivo (como outros off-flavors extremamente críticos, tais como ácido butírico). Muitos aromas que são considerados off-flavor em um contexto podem ser considerados qualidades em outros. 4-vinil-guaiacol (o famigerado aroma de cravo) é um off-flavor numa American lager, mas é um requisito de estilo numa Weissbier.

O que provavelmente ocorre é que deve existir o mesmo composto químico na secreção do gambá, possivelmente em concentrações maiores ou então associado a outros compostos fedorentos e repulsivos. Mas não duvido que haja um aroma idêntico em ambos. É como quando se diz que ácido caprílico tem aroma de cabra: a cabra pode exalar vários outros aromas, mas um deles é de fato o ácido caprílico (que também está presente em outros materiais).