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O meio cervejeiro é "machista"?

Respondido por Alexandre Almeida Marcussi no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

Fernando Pires escreveu: Hj em dia tudo é bullying, preconceito, racismo, machismo... haja paciência :laugh:


Fernando, acho que isso tem de ser encarado com naturalidade e até de forma positiva. Vivemos numa cultura que dá mais expressão e voz para diversos grupos de pessoas que, antigamente, não tinham os meios para expressar e manifestar esses sentimentos. Daí a impressão de que "hoje em dia, tudo é preconceito". Isso só reflete o fato de que, antigamente, os alvos do preconceito não se manifestavam, e hoje eles se manifestam mais. Isso não é ruim; pelo contrário. Se quisermos viver em uma cultura democrática, precisamos cada vez mais nos acostumarmos às manifestações de insatisfação. Elas vieram para ficar, e esse direito deve ser salvaguardado.
ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
9 anos 2 meses atrás #58773

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Respondido por Fernando Passos no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

-Até acho que existem resquícios de machismo no mundo da cerveja (inclusive artesanal), mas isso se deve a um machismo inerente à sociedade (que eu discordo que exista) ou ao fato de que o consumidor massivo de cervejas é historicamente do sexo masculino e, por isso, costuma ser o público alvo? E, obviamente, quase todos os consumidores de cervejas artesanais migraram das de massa.

-Quanto ao caso da Brazilian Wax o mais idiota é se revoltar contra o nome da cerveja em si e não contra a prática em si.

-Concordo com o Fernando, e discordo do Gustavo, não dá pra anasilar tudo o que se diz a todo tempo. Uma coisa é a 'zoeira' em si, até entendo e não questiono quem se sinta ofendido, mas aí a levar isso a uma dimensão de racismo/sexismo/etc há um longo caminho.
Um exemplo peculiar são das torcidas de futebol (Palmeiras = Porco; Coritiba = Coxa branca) que adotaram os apelidos perjorativos tornando-os sem sentido e retirando-lhes o cunho agressivo.

-Só uma nota, que relutei em escrever para não distoar, é engraçado que numa discussão em que alguns apontam machismo no mundo cervejeiro não vejam problemas em destilar preconceitos contra uma religião sem nem ao menos ter a decência de citá-la de forma direta...
9 anos 2 meses atrás #58775

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Respondido por Milu Lessa no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

Adoraria comentar a fundo nesse tópico, infelizmente, embora me sobre tempo, falta-me estômago e disposição, porque é elementar que tem muita gente, geralmente os mais apaixonados, que não entende o conceito de sexismo e acha que porque há mulheres em posição de destaque e porque não somos barradas em eventos cervejeiros, que não há machismo na cena artesanal naciona, o que chega a ser uma concepção ridícula, de tão rudimentar. Os EUA elegeram um presidente negro, por isso podemos dizer que não há mais racismo lá? O Marcussi já disse praticamente tudo o que eu penso, de uma maneira polida e didática. Só não sei se perceberam uma coisa que acho sintomática: não há sequer uma única mulher comentando nesse tópico, sendo que são elas as mais interessadas. Assevero que não é por falta de opinião, mas por termos cansado de ouvir termos e expressões ofensivos e deletérios que chovem aos cântaros, ato contínuo, sempre que cometemos a "ousadia" de reclamar do que quer que seja que denominamos sexista: feminazi, mimimi, coitadismo, chorume, vitimismo, falta do que fazer, mal comidas, falta de pica, pia de louça pra lavar, attention whore, vagabunda e afins. E para quem acha que eu estou exagerando, vejam os comentários da discussão sobre uma cerveja da nacional: www.facebook.com/cervejarianacional/phot...312555115044/?type=1 . Não estou entrando no mérito se as reclamações procedem ou não, mas quando vários homens começam a chamar feministas de vadia para baixo, tratando-as com sarcasmo e desprezo, acho que fica complicado dizer que não há machismo no meio cervejeiro artesanal...
9 anos 2 meses atrás #58776

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Respondido por Fernando Pires no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

Alexandre Almeida Marcussi escreveu: Se quisermos viver em uma cultura democrática, precisamos cada vez mais nos acostumarmos às manifestações de insatisfação. Elas vieram para ficar, e esse direito deve ser salvaguardado.


Grande Doutor Marcussi, primeiramente o parabenizo pelo título (neste momento já deve ter defendido sua tese), é sempre um prazer poder debater com alguém inteligente como você, mesmo não concordando em parte com suas posições, mas que são merecedoras de crédito pelo conhecimento que possui.

Como eu disse no comentário anterior, eu critico apenas o extremismo e a radicalidade, e não concordo com o fato das pessoas se sentirem ofendidas por coisas simples, generaliza-se tudo; o que tb não concordo é que antes também era assim e "eram os alvos que não se manifestavam", hj em dia as pessoas se ofendem com mais facilidade, isso gera extremismos e ódios, na minha modesta opinião.

Como exemplo cito uma entrevista do Pelé recentemente sobre o caso do goleiro Aranha do Santos. Ele disse que na época que jogava não se sentia ofendido por chamarem ele de tudo que é nome; outro exemplo é o do jogador Daniel Alves do Barcelona, jogaram uma banana em sua direção, ele apanhou, descascou e comeu, pronto, certamente não vão mais querer praticar racismo contra ele e se o fizerem, não vão ter o resultado que almejam.

As pessoas querem se manifestar, ótimo, mesmo achando que na maioria das vezes não tem fundamento se sentirem ofendidas ou vítimas, mas reconheço que é um direito subjetivo que cada um tem.

Mas que é chato é :lol: Levemos a vida menos a sério :laugh: nos resguardando para coisas mais importantes.

Abraços.
Last edit: 9 anos 2 meses atrás by Fernando Pires.
9 anos 2 meses atrás #58777

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Respondido por Eduardo Guimarães Insta @cervascomedu no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

Fernando Pires escreveu:

Alexandre Almeida Marcussi escreveu: Se quisermos viver em uma cultura democrática, precisamos cada vez mais nos acostumarmos às manifestações de insatisfação. Elas vieram para ficar, e esse direito deve ser salvaguardado.


Grande Doutor Marcussi, primeiramente o parabenizo pelo título (neste momento já deve ter defendido sua tese), é sempre um prazer poder debater com alguém inteligente como você, mesmo não concordando em parte com suas posições, mas que são merecedoras de crédito pelo conhecimento que possui.

Como eu disse no comentário anterior, eu critico apenas o extremismo e a radicalidade, e não concordo com o fato das pessoas se sentirem ofendidas por coisas simples, generaliza-se tudo; o que tb não concordo é que antes também era assim e "eram os alvos que não se manifestavam", hj em dia as pessoas se ofendem com mais facilidade, isso gera extremismos e ódios, na minha modesta opinião.

Como exemplo cito uma entrevista do Pelé recentemente sobre o caso do goleiro Aranha do Santos. Ele disse que na época que jogava não se sentia ofendido por chamarem ele de tudo que é nome; outro exemplo é o do jogador Daniel Alves do Barcelona, jogaram uma banana em sua direção, ele apanhou, descascou e comeu, pronto, certamente não vão mais querer praticar racismo contra ele e se o fizerem, não vão ter o resultado que almejam.

As pessoas querem se manifestar, ótimo, mesmo achando que na maioria das vezes não tem fundamento se sentirem ofendidas ou vítimas, mas reconheço que é um direito subjetivo que cada um tem.

Mas que é chato é :lol: Levemos a vida menos a sério :laugh: nos resguardando para coisas mais importantes.

Abraços.


Fernando, pense que há algumas décadas certos grupos sociais não podiam sequer colocar sua insatisfação em foros públicos. Pelé disse que não se importava, mas outros jogadores (Andrade do Flamengo, por exemplo) já disseram que era muito complicado ouvir certas coisas dentro e fora do campo sem poder retrucar ou manifestar publicamente sua indignação. Pelé pode não ter se importado, mas quem disse que não havia centenas de outros jogadores que se importavam, mas que não tinham espaço para colocar essa indignação? Esse mundo de anos atrás era muito chato. Muito mesmo. Não acho o mundo de hoje chato, mas desafiador: estamos aprendendo a lidar quando certos indivíduos ou coletivos que representam certos grupos sociais colocam uma insatisfação na esfera pública. Isso é muito legal e enriquecedor para qualquer sociedade que almeje ser democrática, plural e que defenda as liberdades individuais. Todos podem cometer excessos nesse caminho de aprendizagem (não apenas os coletivos feministas, mas até mesmo os grupos que se opõem a esses coletivos), mas isso não justifica que esse caminho não seja importante. Por isso, sugiro humildemente que você reflita sobre o fato desse novo cenário ser mais chato do que o anterior.
Os seguintes usuário(s) disseram Obrigado: Gustavo Guedes, Clésio Gomes Mariano
Last edit: 9 anos 2 meses atrás by Eduardo Guimarães Insta @cervascomedu.
9 anos 2 meses atrás #58778

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Respondido por Mauricio Beltramelli no tópico O meio cervejeiro é "machista"?

Milu Lessa escreveu: Adoraria comentar a fundo nesse tópico, infelizmente, embora me sobre tempo, falta-me estômago e disposição, porque é elementar que tem muita gente, geralmente os mais apaixonados, que não entende o conceito de sexismo e acha que porque há mulheres em posição de destaque e porque não somos barradas em eventos cervejeiros, que não há machismo na cena artesanal naciona, o que chega a ser uma concepção ridícula, de tão rudimentar. Os EUA elegeram um presidente negro, por isso podemos dizer que não há mais racismo lá? O Marcussi já disse praticamente tudo o que eu penso, de uma maneira polida e didática. Só não sei se perceberam uma coisa que acho sintomática: não há sequer uma única mulher comentando nesse tópico, sendo que são elas as mais interessadas. Assevero que não é por falta de opinião, mas por termos cansado de ouvir termos e expressões ofensivos e deletérios que chovem aos cântaros, ato contínuo, sempre que cometemos a "ousadia" de reclamar do que quer que seja que denominamos sexista: feminazi, mimimi, coitadismo, chorume, vitimismo, falta do que fazer, mal comidas, falta de pica, pia de louça pra lavar, attention whore, vagabunda e afins. E para quem acha que eu estou exagerando, vejam os comentários da discussão sobre uma cerveja da nacional: www.facebook.com/cervejarianacional/phot...312555115044/?type=1 . Não estou entrando no mérito se as reclamações procedem ou não, mas quando vários homens começam a chamar feministas de vadia para baixo, tratando-as com sarcasmo e desprezo, acho que fica complicado dizer que não há machismo no meio cervejeiro artesanal...


Oi Milu!

Primeiramente, em nome de todos os(as) confrades, agradeço por você vir aqui expor o que pensa. "Segundamente", gostaria de aproveitar pra pedir aqui, publicamente, minhas sinceras desculpas se lhe ofendi em alguma postagem mal-pensada no Facebook. Saiba que te admiro bastante.

Entendi e respeito o seu posicionamento. E sim, acho que há machismo em todo lugar, assim como há racismo, classismo e um montão de outros "ismos". Não renego a luta dos movimentos feministas, aliás, louvo-os! Tem muita mulher no mundo sendo vilipendiada de todas as formas só por ser mulher, e isso deve ser combatido.

Não tinha visto a postagem da Cervejaria Nacional que você colocou aqui. Realmente, aquilo tudo é lamentável. Mas observe que não são pessoas do chamado "meio cervejeiro" que escrevem as animosidades.

Mas gostaria de ponderar contigo uma observação. Cotejando os comentários por alto, vi que, na maioria dos casos, são os mesmos perfis de feministas que se insurgem contra esses rótulos que consideram sexistas. Também foi assim no caso da Evil Twin, foi assim no caso das musas, e está sendo assim sobre os votos do Marcussi. Fora uma ou outra carinha nova, são as mesmas pessoas, uma meia-dúzia, que veem machismo e "misoginia" em absolutamente tudo. Claro que não vou nomeá-las aqui, mas isso não é estranho? Outro dia conversei online com uma menina que me disse que saiu de um dos grupos capitaneados por essas meninas por se sentir diuturnamente patrulhada e torturada psicologicamente. A bronca foi tanta, que ela chegou a chamar as meninas de "gente louca com ódio de homem".

Eu acho que isso corrobora a minha impressão inicial de que o patrulhamento do politicamente correto se esconde atrás da capa de opinião pública consolidada. Os radicais são poucos, mas tão barulhentos (pra não dizer violentos) que as pessoas acabam achando que o pensamento da minoria é, na verdade, o da maioria.

Diante de tudo isso, te pergunto: Você não acha que há exageros em alguns casos? Eu acho que tem gente procurando machismo e sexismo em absolutamente tudo que vê. É como procurar defeito em cerveja, chega uma hora e você acaba encontrando.

Volto a dizer que respeito muitíssimo a luta justa das feministas de bom-senso. Mas essa é a minha opinião (podendo, claro, ser mudada com qualquer argumento que me convença do contrário).

Um abração e bem-vinda de volta a este Fórum!!! Estávamos com saudade! (e espero que isso não soe como machismo :blush: )
9 anos 2 meses atrás #58779

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