Essa é a terceira Zäpfle da família que eu consigo degustar. Infelizmente, nem todas foram exportadas para o Brasil.
A aparência é extremamente leve, parecendo ser bem rala e aguada. A coloração é um amarelo bem fraquinho, brilhante, não chega nem a ter algum tom alaranjado. É, portanto, muito translúcida, além de apresentar muita efervescência. Formou uma elevada espuma branca, fofa, não muito duradoura e com muita aderência nas laterai. Deixa muitos anéis de lacing.
O aroma é bem floral, bem lupulado, trazendo também tons sutis de cereal e de maltados, de pão, biscoito e caramelo. Fermento também está muito presente. Não é um conjunto muito complexo, é apenas bastante honesto e simplório. Trouxe também alguns traços de off-flavor, como DMS e alguma oxidação. No geral, é um buquê agradável, embora não limpo.
Na boca se confirmam a doçura melada/caramelada e o DMS. Curiosamente, no final do gole é bastante incisiva em amargor lupulado, equilibrando o paladar de forma magistral. Novamente, não se percebe grande complexidade, sendo uma cerveja simples, embora bem executada. Retrogosto suavemente seco, persistente e amargo, com nuances de resinoso e lúpulo mesmo. O corpo dessa Pilsner é leve, ficando entre aguado e leve sedoso de diacetil. A carbonatação é mediana, sem comprometer o gole. O álcool é perfeitamente bem inserido. A drinkability é ótima, é uma cerveja extremamente leve e refrescante, ideal para clima quentes.
Essa German Pilsner da Rothaus é uma cerveja que surpreende que seja tão saborosa, mesmo sendo pouco complexa. O gole é seu ponto mais forte e pelo qual vale a pena experimentar. Digamos que não é referência no estilo, mas cumpre bem alguns dos requisitos mais básicos. É, portanto, uma cerveja na média. Bem melhor do que as ditas Pilsner nacionais que temos.