Os argentinos tem paixao por esta cerveja. Houve uma época em que patrocinava nao só o Boca Juniors, mas alguns outros times por la.
É uma cerveja normal, para ser tomada gelada. Me representou um pouco mais de sabor que as nossas nacionais, mas nada que chame muita atençao. Para ser consumida num churrasco com os amigos dependendo do custo beneficio.
Vou confessar que tomei "para não gostar", considerando a eterna rivalidade nacionalista besta e o fato de um dos meus companheiros de boteco ser devoto da seleção argentina e, por consequência, desta cerveja. Mas a verdade é que os nossos hermanos do sul têm uma standard lager bem honesta, com personalidade e até alguma complexidade dentro da suavidade típica do estilo. A aparência não faz feio, com cor típica do estilo e espuma de boa densidade e permanência. O lúpulo fica em primeiro plano no aroma, com notas florais dominantes e leve cítrico, além de toques sutis de maçãs vermelhas. Infelizmente, as vicissitudes do transporte resultaram em off-flavors, sobretudo papelão. No sabor, as notas florais e frutadas ficaram mais suaves e o papelão, mais claro; ao final, o malte aparece com notas adocicadas de biscoito, com boa intensidade. Doçura e acidez se equilibram, com amargor mais leve. Final curto mas saboroso, com doçura residual agradável e retrogosto maltado de biscoito.
Um exemplar honesto do estilo, possivelmente mais do que a maior parte das nossas industriais standard, com alguma complexidade e personalidade. Não dizem que argentino tem personalidade marcante? Nesta cerveja, isso é uma qualidade! Faltam mais lúpulo e amargor, mas isso é típico do estilo e não chega a surpreender. Recomendo provar, mas o preço (e outra boas opções nacionais) não a torna tão atrativa assim a ponto de substituir as nossas. Tem muita gente que curte regar a mesa de boteco com alguma dessas cervejas do Cone Sul, só para "se diferenciar":esta pelo menos traz algum diferencial.
Senti como se estivesse tomando uma cerveja da AmBev, talvez uma mistura de Antactica com Skol. Se não fosse no Caminito sentiria-me no Brasil. Desceu bem. Mas a mais tomada naquele local pelos turistas é a Stella Artois por 12 pesos argentinos 1 litro. Estranho né?