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Detalhe da Avaliação

4.2 43
Bélgica
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
14 de Agosto de 2008 12815
(Atualizado: 19 de Janeiro de 2011)
Avaliação Geral
 
3.9
Aroma
 
8/10
Aparência
 
4/5
Sabor
 
15/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
8/10
Atípica, a blond ale da Westvleteren apresenta um perfil leve, lupulado e seco, bem diferente de outras representantes clássicas do estilo. Some-se a isso o baixo teor alcoólico, inferior a 6%, e não é difícil entender por que a Westvleteren Blond é considerada uma Belgian pale ale por alguns - muito embora tampouco se enquadre bem nesse estilo. Na minha opinião, com sua ênfase nos lúpulos, mas com malte e leveduras na proporção correta para equilibrá-la, e com um corpo seco e leve, ela lembrou uma versão mais suave de uma strong golden ale. A cor é amarela clarinha, clarinha, quase acinzentada, com boa transparência e um creme de bom desempenho, volumoso e consistente. No aroma, a festa é do lúpulo; de fato, na sua única cerveja clara e leve, a abadia decidiu pôr o foco nos lúpulos cultivados em sua propriedade (como deixar de aproveitar uma tal dádiva?), que apresentam um complexo e sutil perfil de lúpulo nobre europeu, herbal-cítrico-condimentado-terroso, trazendo percepções equilibradas de ervas finas, limão, algo de laranjas e um toque terroso. Malte e leveduras não estão ausentes do aroma, mas é no boca que eles se mostram mais claramente, ainda que o lúpulo predomine. Mel e um sabor de aveia, indicando possivelmente o emprego de malte de trigo na receita, acompanham-se de um toque de tinta, pêras e um final com sabor medicinal. Conjunto elegante e harmônico, com uma complexidade bem amarrada pelo lúpulo e equilibrada pelo malte e as leveduras. No paladar, é o amargor seco o que predomina, com acidez bem considerável e doçura mais suave; no começo, essas sensações se equilibram, depois a acidez se destaca um pouco e o gole se fecha com o predomínio de um amargor seco que se estende no final longo, com retrogosto trazendo a complexidade do lúpulo e um toque medicinal. O corpo é leve, com textura seca e levemente frisante, e o álcool é pouco perceptível. No conjunto, como mencionei, é uma blond ale bastante atípica, um pouco difícil de comparar com outras clássicas representantes do gênero (como a Leffe) por ser mais seca, amarga e lupulada. Lembrou um pouco a De Ranke XX Bitter, mas mais redonda e equilibrada (ou menos marcante, dependendo do ponto de vista), assim como lembra strong golden ales clássicas, mas mais suave. Seria uma cerveja perfeita para beber descompromissadamente numa noite de calor ao ar livre, o que nunca é o caso dada a sua raridade por essas bandas. É verdade que suas qualidades são frequentemente superestimadas devido ao prestígio de que goza a Westvleteren no panteão cervejeiro, mas, mesmo assim, é uma cerveja de personalidade e bem-executada, que vale a pena ser degustada. Devo agradecer ao Sérgio Curti pela rara oportunidade de degustá-la.

Detalhes

Degustada em
18/Janeiro/2011
Envasamento
Volume em ml
330 ml
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