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Detalhe da Avaliação

4.5 52
Bélgica
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
14 de Agosto de 2008 29174
(Atualizado: 16 de Dezembro de 2011)
Avaliação Geral
 
4.6
Aroma
 
10/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
18/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
9/10
É muito difícil de descrever a sensação de estar do lado de uma figura mítica. Afinal, como descrever a sensação de estar em Bruges, provando alguma cerveja do mosteiro que tem em seu portfólio nada mais nada menos do que a melhor cerveja do mundo? Talvez a Westvleteren 8 tenha me surpreendido mais do que a própria ABT 12, provavelmente pela falta de expectativas. Traz todos os elementos principais de uma ótima Belgian Dark Strong Ale, desde características mais frutadas até condimentadas.
Mostrou coloração avermelhada, quase chegando ao marrom, com pouquíssima translucidez. Seu creme, bege claro, se formou em abundância, mostrando boa persistência e textura cremosa, marcando as laterais da taça, com uma bela renda.
Traz altíssima complexidade aromática, difícil de "pegar" tudo o que a cerveja tem a oferecer. Os aromas frutados me pareceram bem evidentes, trazendo principalmente frutas escuras e frutas vermelhas, como ameixa, morango, cereja, uvas e banana passa. As leveduras da abadia de St. Sixtus ainda traz aromas condimentados de canela, fazendo boa parceria com os lúpulos de caráter mais rústicos, que trazem aromas terrosos e herbais. Como plano de fundo, uma riqueza profunda dos maltes, que trazem bastante de mel caramelo, chocolate e xarope. Simplesmente perfeito. Um dos aromas mais fantásticos que já senti na vida.
Destacam-se no paladar, as notas de licor de frutas escuras, preenchendo a boca, e mostrando boa interação dos maltes com os esteres frutados. Essa marcante doçura, não se torna enjoativa graças a um fino amargor, que é coadjuvante, mas mostra-se extremamente assertivo para que os aromas frutados solem com brilho. O lúpulo ainda traz notas picantes de pimenta do reino e os maltes também trazem um pouco de amargor, lembrando cacau. O único escorregão da cerveja foi o álcool, mostrou-se mais evidente do que eu gostaria. Possui uma textura extremamente densa e licorosa, com alta carbonatação, típica das Dark Strong Ale. No retrogosto, o amargor se destaca, tanto dos lúpulos quanto dos maltes torrados, mesclando-se a um leve residual frutado.
De fato, uma cerveja para ser bebidas de joelhos e uma das harmonizações mais interessantes que provei nos últimos tempo. Me foi servido com um prato que dizia ser uma das especialidades da cidade: carne de coelho, servido com molho de ameixas. Toda a experiência me faz lembrar com muito carinho desta mística cerveja.

Detalhes

Degustada em
06/Outubro/2011
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