Desde que comecei no mundo cervejeiro, uma das cervejas que mais me chamou a minha atenção foi a Delirium. Por quê? Não há como ficar indiferente quanto aos belos elefantinhos rosas que estampam seus rótulos e são marca registrada da Huyghe Brasserie. A cerveja inclusive já foi proibida nos Estados Unidos por causa de seu nome, que nos remete ao estado de delírio causado pela abstinência do uso o álcool.
Sua coloração é dourada, pouco escura e com boa turbidez. O creme se forma muito bem, mostra uma cor bem branquinha, mas se mantém de forma razoável.
No aroma é que se encontra o ponto alto da cerveja. Há presença dominante de notas frescas de frutas amarelas (pêssego e damasco), abacaxi, chiclete de tutti frutti e lúpulo floral. Mais ao fundo surgem notas cítricas de laranjas e grapefruit, com o malte trazendo notas de mel, além de um condimentado de cravo, álcool evidente e um toque de licor.
Na boca, já não chega de forma tão surpreendente, mas mesmo assim, não chega a ser decepcionante. As notas de destaque continuam sendo os frutados de abacaxi em caldas, damasco e banana, acompanhadas de perto por notas de mel. Mais ao fundo, toques fenólicos de cravo e ervas. O final mostra um perfil bem seco, assim como a sensação de picância. Apesar de um álcool perceptível, é uma cerveja fácil de beber, graças a alta carbonatação e seu corpo leve, que casaram bem com as notas de uva verde, lembrando um pouco um espumante.
Depois de tomar a cerveja, é compreensível o porque de seu nome. Difícil não ter alucinações depois de ficar muito tempo sem bebe-lá. Espero não ficar em seca de Delirium por muito tempo.