Um mito não nasce do dia para a noite. Um mito é forjado no tempo, e emerge no imaginário coletivo, fermentando um semblante de muita austeridade. Neste caso, fermentando triplamente!
Ao começar pela garrafa e pelo rótulo, já se recebe um bom presságio, na forma de um elefantinho rosa.
Ao derrubar o líquido na taça, minha atenção não voltou-se ao seu dourado, ou mesmo à generosa e duradoura espuma. O que despertou a minha curiosidade, foi a excessiva quantia de sedimento nadando por ali, subindo e descendo, juntamento com a gás carbônico. Ainda mais pelo fato de não ter lido a respeito nos comentários de nenhum dos outros confrades...
No aroma, o malte, o frutado e o adocicado crescem a cada inspiração.
Ao dar o primero gole, é possível sentir a patada do elefantinho. Um sabor forte e corpulento que a mim, apenas diz, em caixa alta "CERVEJA", e indica que isso aqui não é brincadeira. Porém o álcool, apesar de abundante, não termina o percurso no nariz, o que não causa desagrado.
A embriaguez, mesmo sem receber convite, chega rapidamente, e prometendo uma jornada agradável.
É uma breja pra se tomar sempre que se tiver a oportunidade.