Detalhe da Avaliação
3.8 15Avaliação Geral
3.9
Aroma
7/10
Aparência
4/5
Sabor
16/20
Sensação
4/5
Conjunto
8/10
Esta witbier caseira, da lavra de Felipe Viegas, mostrou-se uma cerveja de boa complexidade e intensidade para o estilo, destacando-se por um perfil um pouco mais marcante e menos delicado, com boa presença dos maltes de trigo e cevada na receita. Receita, que aliás, talvez seja diferente da versão degustada pelos outros confrades, pois minha garrafa tinha 5% de álcool e um rótulo completamente reformulado (e, diga-se de passagem, muito lindo, com uma bela fada sobre um fundo amarelo). Mostrou-se tão bonita quanto uma vez despejada no copo, pois formou um volumoso creme branco e fofo, de ótima persistência, sobre um líquido bem turvo, de coloração amarela clara com um sutil matiz esverdeado. O aroma já revela seu caráter bem condimentado, com as notas cítrico-picantes das sementes de coentro dominando o conjunto, acompanhadas de um lúpulo bem presente com notas florais e sutilmente cítricas (limão) e notas de laranja. Contudo, toda essa delicadeza de cítricos foi bastante prejudicada pela presença de notas de legumes cozidos (DMS) e cebola, infelizmente. No sabor, ela mostra ainda mais complexidade e uma acentuada evolução na boca: uma entrada solidamente ácida e refrescante mostra notas de sementes de coentro, um sabor de aveia do malte de trigo e laranja, dando espaço a um fundo de boca em que o lúpulo floral aparece, talvez ao lado de fenóis sutis de cravo, e abrindo caminho para um final adocidado e ricamente maltado, com um longo retrogosto que evidencia a combinação de maltes de cevada e trigo (com notas de pão branco e aveia), fermento de pão e um toque adocicado e frutado de banana. O corpo é leve, com textura frisante acentuada pela alta carbonatação e uma sensação levemente acetinada (provavelmente devido ao emprego de aveia na receita), e o álcool não se sente. No conjunto, trata-se de uma witbier que se destaca pela sua maior intensidade de paladar, por uma acidez bem refrescante e pela combinação de maltes e grãos (pois ela usa trigo e aveia não malteados) bastante presente. Com isso, ganha em intensidade, mas perde em delicadeza se a compararmos com a Hoegaarden, referência no estilo. Seria uma extraordinária cerveja, não tivesse sido um pouco prejudicada pela untuosidade do DMS; talvez fosse apenas um problema da leva que eu peguei (com recomendação de consumo até agosto de 2010). De qualquer forma, o Felipe Viegas certamente merece os parabéns pela receita!
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