Uma coisa que aprendi nessas quase 300 avaliações que escrevi é que a avaliação tem dois lados, duas faces, por assim dizer, duas dimensões, ambas reveladoras e instrutivas. Uma diz respeito ao encontro do seu background acerca da matéria e a materialização do background de outras pessoas, presente na cerveja avaliada. O que se avalia aqui é o trabalho de outros que, movidos por quais interesses forem, proporcionaram a você, a mim, a nós, uma cerveja. O que se escreve aqui informa, portanto, da cerveja e é, sem dúvida, a parte mais importante. Conduto, há outra dimensão da avaliação que diz respeito a quem escreve, seu momento, seu encontro com a breja, suas expectativas e anseios sobre a cerveja. O mito da isenção sentimental em qualquer trabalho técnico já se foi há bastante tempo. Assim, quando se avalia tem de ter-se em mente essas duas dimensões, reconhecendo-as e, assim, evitando a exagerada (sempre haverá, contudo) interferência de uma na outra.
Ouvi um certo chororô acerca dessa cerva, no que não critico aqui quem o fêz. Ela, contudo, pareceu-me bem menos pior do que o alardeado.
Possui uma cor legal, um âmbar avermelhado com pouca formação e retenção da espuma. Creio que devido a alta carbonatação, estalando na boca e, claro, prejudicando um pouco a percepção do sabor. Ponto fraco. No aroma sente-se bem o adocicado da breja, maltada, caramelada, gostoso embora bastante suave.
No sabor adocicado do malte, certo caramelo, praticamente nenhum amargor.
Corpo leve demais, aguado mesmo para uma lager.
Contudo, o conjunto é agradável. Só lembrando... Não é um Red Ale e sim uma Âmber Lager e, como tal (e com o custo-benefício) é digna.
Espuma: A Brahma Extra original tem uma espuma mais espessa que essa.
Cor: Boa aparência
Aroma: Bem fraquinho, tem de se esforçar para sentir.
Sabor: Ficou devendo Brahma, não basta ser puro malte tem de colocar emoção, coração, faltou coragem na minha opinião.