Cerveja avaliada na degustação comparada da CCC dos estilos Belgian Blond Ale, que incluiu, além dela, os rótulos La Trappe Blond, Leffe Blond, Maredsous 6 e Kasteel Blond. Degustada novamente há dois dias, foi interessante notar certas diferenças entre as degustações. Essa cerveja me agradou bem mais dessa segunda vez, talvez por ter sido a última quando da degustação comparada, meu paladar já se encontrasse um pouco saturado e, por isso mesmo, menos apurado, o que me impediu de apreciá-la como deveria, pois é uma ótima cerveja.
Possui bela coloração âmbar, brilhante, translúcida. Aperesentou boa formação de espuma bege clara, mas de curta duração. Na primeira degustação, o agradável aroma apresentou mel, fenóis de cravo e um toque cítrico remetendo a laranjas. Na segunda vez, o mel e as laranjas se mantiveram, contudo, sumiu o cravo e assomou de maneira notável... banana! Isso mesmo, o bom e velho aroma de banana, tão conhecido das Weizen, vai entender essa discrepância... A carbonatação é média. O corpo é de leve a médio e ficaria perfeito se fosse um nadinha mais encorpado. A textura é cremosa, lembrando a da Leffe. Aliás, devo confessar que em vários momentos essa breja me lembrou a irmã belga (o que já é um excelente sinal por si só), mas menos amarga, mais adocicada e maltada. O sabor é adocicado e suavemente cítrico; reaparecem o mel e as laranjas (e a banana, na segunda degustação), junto a amargor suave. Retrogosto adocicado com um toque de amargo. O álcool é muito bem inserido, sendo quase imperceptível, o mesmo já não pode ser dito da Leffe.
Cerveja muito boa, praticamente pau a pau com Leffe, referência entre as Blond Ales. Infelizmente seu custo-benefício não é dos melhores: custa quase o triplo da Leffe. Se fosse mais barata, seria freqüentadora assídua da minha geladeira. Aliás, cabe também ressaltar o diferencial da garrafinha de vidro preto fosco, o que confere uma aparência bela e invulgar a uma cerveja idem. O lacre de cera também é bem legal, mas confesso que não tive coragem de abrir a breja derretendo-o, pois li algures que faz uma sujeira dos diabos!